terça-feira, 14 de julho de 2009

Do uso político dos exames nacionais

A capa do Jornal “Público” de hoje salienta a inconsistência das posições da Ministra da Educação relativamente aos exames de Matemática. Os/as os professores/as já tinham reparado nela. Maria de Lurdes fica presa entre a apropriação dos resultados positivos para a finalidade política de defender que a melhoria se deve ao trabalho do seu Ministério (e dos professores e das escolas também, vá lá…) e a desculpabilização do Ministério dos resultados negativos, culpando a falta de trabalho dos alunos e sobretudo a comunicação social que teria influenciado esta falta de trabalho dando a entender que seria tudo muito fácil em ano eleitoral. Se tudo correu bem fui eu, se tudo correr mal foram eles, isto no espaço de semanas.

Percebe-se a aflição de um Ministério que vê os seus dogmas de suposto rigor postos em causa: quando o rigor são números desgarrados lidos de forma leviana e quando ao qualidade de ensino se reduz à existência de exames, estes resultados devem doer muito. Com o seu orgulho burocrático ferido de morte, Maria de Lurdes, mesmo tendo amigos bem colocados no topo da hierarquia, terá muita dificuldade em ter avaliação final positiva. Isto a menos que construa uma grelha bonita ou um portefólio catita justificar isso, que o rigor do seu sistema de avaliação é suficientemente flexível para que tudo se resolva pela aparência de seriedade e que se envolva de um paleio engana-tolos. Ou não.

Carlos Carujo, São Brás de Alportel (até ao fim do mês que depois logo se vê)

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