segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais uma de 1001 razões para fazer Greve


Denúncia: Número de alunos por turma nos CEF

Caros colegas do MEP,

Chamo-me Teresa Teófilo e sou professora de Inglês na região do Algarve. Nos últimos cinco anos de serviço tenho tido sempre turmas dos Cursos de Educação e Formação e, garanto-vos, a experiência com estas turmas nunca se repete. Há sempre algo a modificar, a adaptar, a rentabilizar... Enfim, são turmas exigentes ao nível comportamental e atitudinal e, consequentemente, ao nível da aprendizagem.

Na vossa lista de tópicos referem, em primeiro lugar, as turmas com excesso de alunos mas não fazem referência à imposição do ME na composição das turmas para o presente ano lectivo relativamente aos cursos CEF. O ME decidiu em Agosto que o mínimo para uma turma CEF funcionar passava para 20 alunos (!) e o máximo para 25 alunos (!). Pois bem, só quem nunca leccionou turmas CEF é que podia decidir tal coisa!

Estas turmas congregam em si um grupo altamente heterógeneo de alunos, nos seus percursos de aprendizagem, nas suas idades, nas suas experiências de vida, nas suas reacções à aprendizagem e à escola. Frequentemente estes alunos têm um historial de retenções repetidas, tendência para o abandono escolar e problemas de aprendizagem.

Agora, digam-me que trabalho é possível ser feito numa turma com 21 alunos, tal como eu tenho este ano? Que possibilidade de ensino diferenciado? Que energia para contrariar comportamentos disfuncionais na sala de aula? Que hipóteses de adaptar estratégias diversificadas num clima de conflitos dentro da turma e de desobediência ao professor? Que esforços a fazer para garantir medidas concertadas pelo Conselho de Turma quando o ME retirou as reuniões semanais (90minutos lectivos por semana) que estes projectos tinham? Tudo para poupar na colocação de professores! Não há preocupação pedagógica nem orientação estratégica nas decisões do ME, apenas a vontade cega de poupar dinheiro. Essas decisões estão a condenar professores ao desemprego e à precariedade e estão a condenar jovens a uma aprendizagem mediocre.

Reafirmo a minha convicção na urgência em reduzir o número de alunos por turma e reduzir o número de turmas por professor. Este é o caminho para a sustentação diária de uma Escola Pública de Qualidade.

Por tudo isto, participarei na GREVE GERAL no próximo dia 24!

Teresa Teófilo
Algarve

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