Dos cerca de 50 mil candidatos ao concurso de professores apenas 12.747 obtiveram colocação, ou seja, mais de 70% ficaram sem emprego. No ano passado, tinham obtido colocação por esta altura 17 275 docentes, ou seja, houve uma redução de mais de 25% no número de professores contratados.
O número de horários disponíveis nas escolas (número de vagas) tinha vindo a aumentar pelo menos desde 2008 (ver os dados aqui ou aqui) também em virtude da aposentação de milhares de professores (mais de 15 mil em quatro anos, sendo que menos de 400 entraram nos quadros neste período). Com mais aposentações, não compensadas por entradas nos quadros, seria de esperar um aumento contínuo no número de contratações. Mas, em virtude das políticas deste e do anterior governo, que amputam a escola pública, esse número desceu significativamente. Só no ano passado se aposentaram 2100 professores (ver aqui) e se foram contratados menos 4500 então significa que temos agora menos 6500 professores em exercício. O governo ainda não se desculpou pela descida demográfica do número de alunos, talvez porque ela seja praticamente inexistente. Pelo contrário, este ano houve muitos alunos que passaram do ensino privado para o ensino público.
A conclusão é que a escola pública ficou mais pobre e mais desarmada para combater o insucesso escolar. Turmas maiores, menos apoios educativos, menos disponibilidade de cada docente para acompanhar cada aluno. A escola precisa cada vez mais destes docentes não contratados. Ou quer o governo resolver o problema com voluntários tal como faz nas creches? Com a Educação não se brinca. Nem com o trabalho das pessoas.
O Movimento Escola Pública solidariza-se com o protesto dos professores contratados, que tem vindo a ser convocado via facebook, para o dia 10 de Setembro, no Rossio (Lisboa), às 15h
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