domingo, 26 de outubro de 2008

Todos na mesma luta


Contra o novo ECD, lutemos unidos!
O meu desagrado, a minha revolta, a minha resistência, a minha intolerância face ao actual modelo de Avaliação de Desempenho têm vindo a reforçar-se a uma velocidade equivalente à da luz.

Horas e horas desperdiçadas à volta de papelada que nada contribui para o processo de ensino - aprendizagem dos alunos. Horas roubadas. Horas gastas em prol de um capricho e de uma teimosia que não é nossa, que não é a minha, não é a dos ALUNOS, certamente.

Sou professora, já lá vão vinte e seis anos. Não sei precisar há quantos me sindicalizei, mas seguramente, pelo menos, há dezoito.

No desenrolar desta soma de anos tive o prazer de viver a chegada a bom porto de inúmeras reivindicações da classe docente, graças aos sindicatos.

Foi, também, graças a eles que UNIDOS juntámos CEM MIL... mas, foi também graças a eles, que ficámos aturdidos e repletos de incertezas quando tentámos vislumbrar uma eventual razão para "aquele entendimento".

Depois vieram as férias. Cansados e confusos procurámos acalmar os ânimos e aguardámos expectantes e intranquilos os efeitos "daquele manjar para nós cozinhado."

Regressados às aulas, digo AULAS, logo percebemos que fomos "impedidos de entrar nas salas de aula" com o mesmo empenho, a mesma motivação e a mesma paz de espírito que a nossa TAREFA requer, desde sempre. Impossibilitados de pensar PARA OS ALUNOS.

Um sopro do movimento cívico, depressa começou a levantar forte ventania, pronta a destronar "as injustiças, as incongruências, as discrepâncias...". Marca-se a data para uma forte tempestade que fará jus à dignidade dos professores deste país.

Os sindicatos, os mesmos que contribuíram para "aquele aperto de mão", lembram-se como por encanto, da luta que deixaram para trás e, ao invés de contribuírem para uma tempestade com maior dimensão, tentam mudar a direcção de alguns ventos e antecipam uma data.

Estou desiludida, confesso!
Lembraria a alguém que deseja veementemente a VITÓRIA DOS PROFESSORES, tal postura, que conduz inequivocamente à divisão? E não sabemos todos que essa divisão será do agrado e da conveniência do Ministério da Educação?

Doa a quem doer, é urgente um ENTENDIMENTO para uma MARCHA ÚNICA!
Por mim e porque estou convicta da minha posição face ao novo ECD, caso não seja possível uma marcha única, estarei presente nas duas "tempestades", dia 8 e dia 15. Não estamos em tempo de "guerras".

Professores e educadores (sindicalizados ou não) todos na mesma luta!
Até lá!


Antónia Albardeiro, Santo André

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