sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Apelo a sindicatos e movimentos de professores


Apelo assinado por Paulo Guinote, João Madeira e Constantino Piçarra:

A instabilidade que se vive nas escolas, por conta das políticas deste Ministério da Educação, e a desfiguração da escola pública, exigem, mais do que nunca, um movimento de professores forte e unido.

Os sindicatos de professores são fundamentais para dar força e combatividade aos anseios e reivindicações da classe docente. Igualmente indispensáveis são os movimentos e blogues de professores que surgiram no último ano e que têm dado novas esperanças e dinâmicas na luta por uma escola mais justa.

Porque juntos os professores têm mais força para combater as políticas burocráticas e arrogantes do governo, apelamos ao diálogo entre sindicatos e movimentos para que, sem apagar as suas diferenças, convirjam numa grande manifestação de professores. Uma só manifestação, uma só voz, pelo fim do experimentalismo legislativo e pela qualificação da escola pública, e pelo fim da humilhação dos professores que são o seu rosto.

Assim:

- apelamos aos sindicatos para que reconsiderem a sua posição face ao Memorando de Entendimento assinado com o Ministério da Educação, e que criem condições de abertura à activa participação dos movimentos, reconhecendo as suas reivindicações e prevendo o seu direito à palavra na manifestação nacional de 8 de Novembro.

- apelamos aos movimentos para que, garantidas as condições anteriores, desconvoquem a manifestação de 15 de Novembro e participem na mobilização para a manifestação de 8 de Novembro.

Paulo Guinote (Professor, autor do blogue “A Educação do Meu Umbigo”)
João Madeira (Professor, Movimento Escola Pública)
Constantino Piçarra (Professor, Agrupamento de Escolas de Ourique)

14 comentários:

touaki disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
touaki disse...

Subscrevo
Professor (autor do blogue "O Reino da Macacada")

Rosa Lux disse...

É isso mesmo!Espero que se concretize e que os sindicatos não recuem a luta dos movimentos

João Paulo Maia disse...

Totalmente de acordo! Caso haja uma GRANDE MANIFESTAÇÃO são algumas das medidas mais gravosas levadas a cabo pela actual equipa do ME, contra uma Educação de genuína qualidade em Portugal, que serão probabilisticamente derrotadas.

Anónimo disse...

Claro que este é o caminho. Mas não se esqueçam de mencionar o verdadeiro problema e que está na raiz disto tudo: ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE
Estatuto que os sindicatos deixaram passar!!!!

Unknown disse...

Professora de alma e coração
CONCORDO INTEIRAMENTE!
PELA CONVERGÊNCIA QUANTO AO DIA 8 OU 15!
MAIS IMPORTANTE QUE UMA DATA É MANTERMO-NOS UNIDOS.
PELA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA!
PELA DIGNIFICAÇÃO DOS PROFESSORES!

Vinhas disse...

Concordo com a convergência. de unidade é o que precisamos. Os movimentos devem parar com o discurso anti-sindical... há uma plêiade de sindicatos, para todas as ideologias (não me digam que os movimentos "independentes" não têm ideias), mas se os movimentos querem criar mais sindicatos que o façam, mas, por favor, respeitem o trabalho dos outros. Deixem intervir os mentores dos movimentos na manifestação do dia 8, que venham todos à luta. A LUTA é de todos. O governo/ministério ficaria muito contente com a fragilização dos seus interlocutores, os sindicatos... é isto que os movimentos nascidos nos blogues querem?... Não quero acreditar nisso, mas vou esperar para ver.
É imperioso derrotar o modelo de avaliação e de seguida o ECD. Tenho a certeza que os sindicatos estão unidos para isso mesmo!

paula montez disse...

Concordo com a primeira parte do apelo: deverá ser retirada a assinatura dos sindicatos do Memorando do Entendimento. E também que deverá ser feita uma delegação à manifestação de 8 de Novembro por parte dos movimentos e de todos aqueles que são pela retirada da assinatura. Deverá ser pedido o direito a tomar a palavra e exigida a retirada da assinatura, a revogação do ECD, a suspensão imediata da avaliação e da aplicação da lei de gestão e autonomia.
Se nada disto se verificar, deverá ser mantida a manifestação de dia 15 de Novembro. A soma dos presentes nas duas manifestações dariam um número aproximado dos manifestantes de uma grande manifestação que poderá não se vir a tornar possível. A unidade com os sindicatos, entre sindicatos, movimentos e professores e pais, é desejável mas tem que ser uma verdadeira unidade de luta, não uma unidade fictícia que depois se revela contrária.

miguel disse...

anjo são tomé: os sindicatos não têm de deixar passar um documento como o Estatuto da Carreira Docente. Como certamente saberá, as alterações ao estatuto foram introduzidas por via do Decreto-Lei nº 75/2006 e isso significa que nem se trata de um projecto de lei. como tal, não passa sequer na assembleia da república. Como também saberá certamente, alguns grupos parlamentares (PSD e PCP julgo) requereram a apreciação parlamentar do diploma em causa. Nesse processo, o Partido Socialista inviabilizou todas as propostas de alteração e bloqueou qualquer alteração ao estatuto.
Relembro que, no âmbito do combate ao Estatuto, os sindicatos convocaram manifestações e vários protestos por todo o país, realizaram encontros e debates, lançaram campanhas e agendaram audições com todos os grupos parlamentares. Curiosamente nessa altura, nem uma palavra dos tais "movimentos". Curiosamente nessa altura, muitos professores ainda se guardavam em casa à espera de virem a ser titulares.
Julgo que posso dizer com segurança que a Fenprof cumpriu o seu papel na denúncia dos conteúdos do ECD e que é lamentável é que muitos dos que não responderam ao apelo de luta de então venham agora acusar os sindicatos de deixar passar o ECD. Além de desconhecimento sobre o processo legislativo, revela também alguma falta de atenção perante o trabalho dos sindicatos. Muitos dos que agora culpabilizam ou responsabilizam os sindicatos são aqueles que sempre se recusaram a participar e a reforçá-los. Não digo que seja o caso do anjo são tomé, obviamente, mas lá que custa ouvir certas frases feitas, custa. A descredibilização dos sindicatos é tudo o que o Governo quer neste momento, pelo simples facto de os movimentos poderem ser muito bonitos, mas serem desestruturados e etéreos, não terem capacidade negocial, nem mesmo orgânica. Com adversários como os movimentos, o governo pode bem.
E o que nunca se pode esquecer em todo este processo é que o adversário é o governo e a sua política, não os CE's nas escolas, não os sindicatos, não os movimentos.

Jorge Soares disse...

A convergência de acção, neste momento é um imperativo social.

Temos que estar todos juntos, para que possamos mostrar a riqueza das nossas diferenças.

A convergência, neste momento político, mais do que necessária é a única forma de tornar visível e poder sustentabilizar a mais nobre missão que a educação tem na evolução das sociedades.

navegadora disse...

Vamos todos juntos, só através da união é que podemos mostrar o tamanho do nosso descontentamento.

NP66 disse...

Completamente de acordo.

Os sindicatos têm de reconhecer as vozes externas ao movimento sindical, os movimentos têm de acabar com o discurso anti-sindical! E deixemos de vez de lado o discurso de que a culpa de toda a "má legislação" que passou é dos sindicatos. Onde estavam MILHARES de professores quando os sindicatos alertavam para os perigos que aí vinham, convocavam-se greves e eles não aderiam?!

Haja equilíbrio e bom senso!

NP (mais do mesmo)

Ana Mafalda disse...

Congratulo-me por verificar esta convergência quer de opiniões quer na data escolhida para nos manifestarmos, todos juntos seremos maiores, divididos só interessa ao governo ... andava angustiada!
A esperança tomou conta de mim no momento em que consultei este blog.
Lá estarei, mais uma vez, contra este ECD, que permite a divisão artificial da classe não em duas mas em três partes: Titulares, Professores e AECs; contra a prova de acesso aos novos docentes que desvaloriza todo o percurso académico, contra a avaliação e contra o "novo" modelo de gestão proposto para as Escolas.
Os pais dos nossos alunos se estivessem mais atentos e esclarecidos tomariam a dianteira...

Dia 8 lá estaremos, JUNTOS!

Rui Pinto Basto disse...

Concordo com os argumentos e com a necessidade de entendimento.
Sugiro: qualquer elemento dirigente sindical deverá comprometer-se a suspender a sua actividade partidária enquanto desempenhar cargos sindicais. Se quer manter a sua liberdade partidária, está no seu direito, renuncia à sua função de dirigente sindical...