Na passada sexta-feira, dei comigo a ver o resultado de dois concursos mais ou menos ao mesmo tempo. Habitualmente só aposto nos concursos de professores mas convenci-me a jogar também no euromilhões. Não ganhei em nenhum. Mas, de acordo com o resultado de um deles, mudarei outra vez muita coisa na minha vida: os concursos de professores fabricam mais vidas excêntricas do que a Santa Casa da Misericórdia.
Assim, fui premiado com a mesma precariedade de sempre. Com cerca de onze anos de profissão, vou a caminho da décima escola e do sétimo distrito de norte a sul do país. Com muitos horários (e salários) ridículos pelo meio. Não acham excêntrico?
No dia da apresentação na nova escola, tenho a esperança de ter tempo, por entre os quase duzentos e cinquenta km de viagem, a apresentação e as burocracias que acarreta, a tentativa de arranjar casa etc., para passar nas acções de protesto marcadas um pouco por todo o país. Porque a certeza que me tem acompanhado ao longo deste tempo é que a estabilidade dos professores não pode depender de um jogo viciado pelo desejo dos governos de cortarem orçamentos. Porque são mesmo precisos mais professores para melhorar a educação. E só ganharemos lutando.
Carlos Carujo
sábado, 30 de agosto de 2008
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