domingo, 30 de maio de 2010

Muita, muita gente!


A manifestação deste Sábado contou com mais de 300 mil pessoas de acordo com a CGTP. De facto, fossem quantos fossem, eram mesmo muitos, como não se via há muito tempo em Portugal. Contra os sacrifícios para quase todos e as mordomias para os mesmos poucos, a indignação exprimiu-se com pujança. Naturalmente, muito mais acção será necessária para atingir vitórias concretas, seja na educação, na saúde, ou no apoio aos desempregados.

O Movimento Escola Pública esteve presente na manifestação. Com o protesto e também com a construção de alternativas: cerca de mil pessoas contribuíram com a sua assinatura em papel pela redução do número de alunos por turma. Um esperança para o futuro, num dia de muitas lutas.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lá nos encontramos outra vez




Esta sexta-feira e sábado de manhã o Movimento Escola Pública participa no Fórum da Educação promovido pelo Bloco de Esquerda, contando que este seja mais um óptimo momento para pensar a escola e agir sobre ela. O MEP estará representado na Mesa de Polémica com outros movimentos, sindicatos e bloggers para discutir a luta dos/as professores/as, que será sexta-feira às 21h.

No Sábado à tarde estaremos na Manifestação. Concentramo-nos a partir das 14h junto ao Ministério da Educação. Além do protesto a que nos associamos, teremos também outra missão: recolher muitas mais assinaturas pela redução do número de alunos/as por turma e por professor/a, até porque a sua entrega no parlamento se aproxima. Haverá também uma banca nos Restauradores onde te podes dirigir para deixar o teu contacto.

CDS/PP favorável às medidas contidas na Petição

O Movimento Escola Pública foi hoje recebido cordialmente pelo Grupo Parlamentar do CDS/PP, tendo o deputado José Manuel Rodrigues manifestado que o seu partido é favorável à redução do número máximo de alunos por turma e à generalidade das medidas contidas na petição, acrescentando contudo que “há também que contar com as circunstâncias financeiras que o país atravessa” (ver notícia da Lusa).

O Movimento Escola Pública congratula-se com o apoio manifestado e com o consenso social e político que esta causa tem merecido. Em relação ao problema financeiro, respondemos que, em nosso entender, o investimento na educação é um dos melhores antídotos.

Testemunho de uma professora das AECs


“Sou professora de Expressões, numa escola perto da cidade Lisboa, e tal como a maioria dos professores das AECs tem muito por contar! A nossa situação é verdadeiramente ridícula e questiono-me que vantagens tenho com a minha licenciatura? Talvez o que me alegre nisto tudo seja o amor à profissão, se é que podemos chamar "profissão" e a esperança de um dia vir a ter um futuro melhor.” Lê o resto aqui

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ensino bilingue e escola inclusiva


Chegam de várias partes do mundo ou são filhos de pais imigrantes e que nasceram em Portugal. As escolas abrem as portas e ensinam-lhes português e idiomas que ouvem em casa.

É o segundo ano do projecto e as crianças já se desenrascam no crioulo. A segunda classe da Escola Básica do 1.º ciclo do Vale da Amoreira, perto da Moita, tem uma hora de cabo-verdiano por dia. Vinte e cinco alunos já pronunciam várias palavras no idioma estranho ou nem por isso. Metade já tinha contacto com a língua, a outra metade aprende-a pela primeira vez. E quando não se sabe, pergunta-se para tirar as dúvidas. Ana Josefa, cabo-verdiana, professora de Português na EB 2,3 do Vale da Amoreira, dedica cinco horas por semana ao crioulo. "A base são os conteúdos de Estudo do Meio", adianta. E as crianças já lêem, escrevem e falam crioulo. A maioria nasceu em Portugal mas tem diferentes ascendências. De Cabo Verde, Guiné, Angola, Marrocos. "É importante para os alunos que vêem a sua língua materna valorizada na escola", sublinha Ana Josefa.

O projecto Turma Bilingue terá a duração de quatro anos, está portanto a meio caminho, e é coordenado pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional, com o apoio da Fundação Gulbenkian. O objectivo é que no final do tempo estipulado se perceba se houve ou não benefícios em ter uma turma bilingue, do 1.º ao 4.º ano do 1.º ciclo. Os alunos têm várias tarefas para cumprir. Durante a aula, traduzem textos para português, aprendem a matéria de Estudo do Meio. Integração e aprendizagem lado a lado numa escola com uma grande incidência de alunos imigrantes, alguns dos quais, chegam a meio do ano lectivo.

Lê o resto em Educare.pt

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma petição que faz o seu caminho


Depois da reunião com o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, o Movimento Escola Pública vai ser recebido na próxima quinta-feira pelo Grupo Parlamentar do CDS/PP. A petição pela redução do número máximo de alunos por turma e por professor faz assim caminho e temos confiança que chegue a bom porto. Entretanto, aqui fica mais uma leva de comentários de apoio:

É lógico que os Professores podem acompanhar melhor o percurso dos seus alunos se as turmas forem limitadas a vinte alunos. Se a redução do número de alunos por turma ocorrer quem beneficia é o aluno, Professor, a Escola, a sociedade, o Estado.....e assim chegaremos à linda conclusão: Os alunos serão os dinamizadores da geração futura e, portanto, ao educá-los com dignidade estaremos a garantir uma sociedade mais equilibrada . E o Planeta Terra agradece.
Pedro Silva

Esta [medida] é elementar, mas os nossos governantes só dormem, pelo que não admira o estado do país.
José Ribeiro da Costa

Durante 4 anos ( 9º, 10º,11º e 12º) fui aluna de uma turma com 29 alunos e sei bem o que isso é.
Idália Silva

Até ao 12.º ano, 15 deveria de ser o n.º máximo de alunos por turma e o professor deveria de ter sempre o apoio de um assistente operacional e não só mas, também de um professor estagiário.
Francisca Palma

Este ano lectivo tenho uma turma com 22 alunos - 3 alunos com Necessidades Educativas Especiais e 4 com problemas complicados de disciplina/comportamento - é muito complicado e desgastante trabalhar assim.
Bruna Moreira

Há quanto tempo se fala que se deviam reduzir as turmas... Mas os governos ano após ano só querem é reduzir as despesas na educação. Mais professores? Não acredito!
Paula Pinto

Indesculpável


Um tribunal condenou um professor a uma multa de mil euros por ter dito a um aluno “entra lá ó preto”. Não vale a pena ensaiar desculpas nem relativizar o caso. Todos sabemos que a expressão utilizada pelo professor tem a função de ostracizar, de marcar pelas características físicas, de reduzir o aluno à sua cor de pele. Todos sabemos que a expressão é racista. Dizer que neste caso a linguagem é apenas denotativa e que se fosse amarelo seria amarelo e se fosse branco seria branco é de um objectivismo insensível e irresponsável. Um/a professor/a deve tratar o aluno pelo nome, respeitando a sua individualidade (se não souber o nome limita-se a dizer “podes entrar”). Um/a professor/a não põe etiquetas nos alunos nem os reduz a um aspecto.

O Movimento Escola Pública condena frontalmente e sem “ses” a atitude do professor em causa, bem como algumas tentativas corporativistas de desculpabilização. A escola serve para aprender a pensar e para desconstruir os conceitos prévios e fáceis do irracionalismo. Não serve para reforçar preconceitos, para isso não faz falta nenhuma que a oferta é mais que muita.

Professores das AECs vão ser ouvidos no parlamento


A luta dos professores das AECs mantém-se viva. A partir das recentes mobilizações, que têm aumentado a visibilidade sobre as escandalosas condições de trabalho na "Escola a tempo inteiro", estes profissionais decidiram solicitar ao parlamento audição para levar as suas exigências aos deputados da Comissão de Educação. A resposta chegou: uma delegação de professores das AECs de Lisboa e do Porto, bem como de membros das organizações que têm apoiado esta luta, será recebida pela Comissão de Educação no próximo dia 25 de Maio.

Vê aqui mais

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Imprescindível


terça-feira, 18 de maio de 2010

Tantas vozes pela escola pública


A petição promovida pelo Movimento Escola Pública pela redução do número máximo de alunos/as por turma e por professor/a já ultrapassou as 14 mil assinaturas. Durante esta terça-feira, o MEP foi recebido pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tendo a deputada Ana Drago anunciado que o Bloco vai apresentar em breve um projecto de lei que responde positivamente ao essencial do conteúdo da petição, facto com que nos congratulamos. Aguardamos ainda uma resposta dos outros grupos parlamentares. Para já, aqui fica a mais recente leva de comentários de quem assinou a petição:

Sou Assistente Operacional e dou apoio a duas salas de Jardim de Infância, o que dificulta o meu trabalho pois acabo por dar mais apoio a nível de casa de banho e não consigo ajudar as Educadoras nas actividades de sala o que se torna prejudicial para todos, principalmente para as crianças. Em relação ao número de alunos por sala, penso que não deveriam ultrapassar os 15, pois quantos mais forem, menos apoio individualizado lhes poderá ser prestado e portanto o seu desenvolvimento será afectado. Antes das leis serem feitas, deveriam analisar bem as situações, pois as crianças de hoje, serão o futuro do nosso país amanhã, por isso a sua educação deve ser a prioridade dos nossos governantes.
Maria Cristina Carvalho

A criação de turnos nas disciplinas de Língua Estrangeira é também fundamental, para que a componente oral (com peso de 30% na nota final no ensino secundário) seja trabalhada de modo eficaz. Numa turma de 30 alunos é muito difícil.
Inês Ferraz

É inadmíssivel que se pense apenas em custos. O bem estar e ensino das nossas crianças está sempre condicionado. Já as condições existentes não são suficientes e ainda as querem por pior.
Rosa Alves

Penso que deveriam tentar rever também o facto de existirem professores a leccionar os 4 anos ou seja do 1º ao 4ºano de escolaridade dentro da mesma sala de aula eu penso que estja à vista de todos que não se pode ensinar a quatro anos de escolaridade num dia de aulas o que se ensina apenas a um.
Maria de Fátima Franca

Com turmas pequenas podemos reduzir o abandono escolar, dar apoio individual aos alunos com necessidades e que não têm possibilidades de recorrer a explicações exteriores à escola.
Maria de Fátima Carvalho

Tenho 5 turmas de Ciências, num total de 131 alunos, uma direcção de turma, dois dias mistos e as tarde todas ocupadas, além disso em casa tenho dois filhos de 4 e 7 anos que necessitam da minha presença constante, um porque é pequeno e a outra porque está no 1º ano do 1º ciclo. As manhãs que tenho livres obviamente não chegam para eu tratar de todos os assuntos e as enxaquecas são constantes. Para compensar tenho de corrigir 50 Provas de Aferição sem interrupção do trabalho e com prazos a cumprir.Já não há respeito por nós, nem como classe docente nem como seres humanos!!!!!!!!!!!!!!
Adelina Fernandes

A redução de alunos por turma e do número de turmas por professor teria, sem dúvida, um grande impacto nas aprendizagens dos alunos e no ambiente dentro da sala de aula.
Dina Marques

Como querem sucesso educativo com turmas de 28 alunos? Impossível dar atenção e diferenciar... e dizem os governantes que é preciso melhorar os reultados? Julgo que devem é querer baixá-los, ou então transitar alunos sem competências...
Rosa Machado

Penso que actualmente com a integração de crianças com necessidades educativas especiais no ensino dito normal todos os alunos e professores sofrem significativamente com o esforço extraordinário que essas crianças precisam e merecem! A integração existente apenas incrementa a mediocriedade de todo o ensino, agravada com o excesso de alunos por turma, e excesso de turmas por professor! Devemos todos lutar por um sistema de ensino de qualidade para todos, contando com o apoio e experiências do sector privado, complementando o sistema público.
Paula Fontes

Eu acho que deviam ser menos alunos por turma. Utilizando tantos professores sem colocação reduzia-se o tamanho das turmas e os professores e alunos podiam ter uma melhor convivência
Maria Clotilde Moreira

Concordo plenamente, mas para se ter estas condições ter-se-á que pensar no espaço físico adicional que é necessário, sabendo que algumas escolas estão a "rebentar pelas costuras", e falo de escolas recentíssimas que supostamente foram planeadas para satisfazer as necessidades da população actual.
Carla Nunes

Quanto tempo mais vamos andar a hipotecar o futuro, poupando agora o que sairá mais caro depois???!!! "Junta-os todos para os educares de forma mais barata no presente e gasta mais no futuro a remediar a falta de competência e cidadania.
Carlos Santos

Fórum da Educação


clica na imagem para ampliar

"O Ministério da Educação está novamente ao ataque. Quando se pensou que as Escolas iriam finalmente apaziguar, o Governo entrou em nova guerra com os professores: estatuto da carreira docente, modelo de avaliação, concursos e contratados, são mais que muitos os ataques à Escola Pública e à dignificação da actividade docente.

QUE CAMINHOS A ESCOLA PÚBLICA TEM PERCORRIDO?

> Quanto tempo passam os nossos jovens nas Escolas e porquê? É necessário abrir o debate a quem está no terreno, perceber quais as reais necessidades da Escola e que conhecimentos e sabres andamos a transmitir às gerações futuras.
> A Escola Pública é hoje mais ou menos democrática? Pensar e discutir sobre o novo Modelo de Gestão das Escolas, e avaliar se a Escola é hoje um espaço privilegiado de participação democrática.
> Será que estamos todos em igualdade de oportunidades perante a Escola Pública? Sentimos como urgente a discussão sobre a igualdade no acesso ao conhecimento e de que forma tem sido promovida na Escola de hoje.

Bloco de Esquerda"

segunda-feira, 17 de maio de 2010

São testemunhos de muita gente, eis a quarta série:

Esta terça-feira o Movimento Escola Pública inicia uma ronda de reuniões com os diferentes grupos parlamentares, a começar pelo Bloco de Esquerda (aguardamos ainda repsostas dos restantes partidos). O objectivo é discutir a petição pela redução do número máximo de alunos por turma, que tantos apoios tem recolhido. Aqui fica mais uma série deles:


Só é possivel darmos um apoio individualizado e com qualidade se tivermos turmas pequenas, que pela minha experiência de 21 anos, o ideal seria 15 crianças por turma no pré escolar.
Fátima Dias

A exemplo de outros países, em que o nº de alunos é de 16, máximo 20 por turma. Não se deve "copiar apenas as medidas de carácter economicista, de redução de despesa na educação. O verdadeiro sucesso passa , sem dúvida, pela redução do nº de alunos por turma, existência de docentes suficientes para apoiar os alunos com D.A.( e não serem "polivalentes" ou seja: não terem de interromper o seu trabalho para fazerem substituições, redução de burocracia, de projectos e mais projectos, reuniões sem fim...! Olhe - se para o fundamental!
Maria Isabel Coelho

[Sou] docente de Educação Musical a leccionar a 10 turmas - 5º e 6º anos - o que perfaz um total de quase 240 alunos. Os ultimos 4 anos têm sido caracterizados por este perfi 9 ou 10 turmas e Direcção de turma, inclusivé.
Regina Silva

Ensino com qualidade não deve ter turmas enormes, uma vez que quanto mais alunos existir por turma mais distante se fica dos alunos, dificuldade em tirar dúvidas de todos os alunos. Pense-se no assunto muito seriamente.
Jorge Rosa

Sou mãe de dois alunos com necessidades especiais e todos os anos lectivos a queixa é sempre a mesma: a sua integração na turma como a lei prevê não é possível dada a quantidade de alunos , que não seja por isso, fica aqui o meu apoio à redução das turmas e ficando assim a esperança de que os meus filhos vão ser mais apoiados como é direito deles...
Ilda Costa

Tenho apenas 10 anos de serviço, mas sinto-me como se já tivessem passado uns 25. Amo aquilo que faço, e fico triste por sentir que a educação caminha para algo que não vai ao encontro do aluno, nem do seu futuro. Limita-se apenas a números, preenchimento de papéis e outras coisas inúteis que não servem para o ALUNO. Gosto de ensinar, de estar com os meus alunos, de passar e promover conhecimentos inerentes ao bom cidadão. Promover actividades que desenvolvam outras áreas do conhecimento e contribuam para a vivência de outras experiências. É neste âmbito que eu quero trabalhar na escola. Mas agora, para quem não dá aulas e não faz mínima ideia do que é estar com 6 turmas (do 7º ao 12º ano), cada turma com o mínimo de 25 alunos, direcção de turma, dança, apoio educativo... Funções que me dão um enorme prazer, muito embora, vos garante que por mais profissional, por mais dedicação, por mais horas que passo em casa a trabalhar, enfim por muitas mais coisas, não consigo encaixar nas minhas aulas a atenção individualizada que os meus alunos merecem. Para finalizar e em tom de graça, eu ofereço o meu ordenado de um mês ao primeiro ministro, se ele conseguir dar uma semana de aulas por mim.
Laurentina Guerreiro

Se é difícil trabalhar com uma turma de 27/28 alunos, quando um ou dois têm necessidades educativas especiais pior. Imagine-se então quando são vários os alunos com NEE e sobretudo quando alguns têm problemáticas muitos específicas que exigem sistematicamente que o professor estabeleça com eles o contacto ocular!
Anabela Carreira

Eu ainda ia mais longe! No JI e 1ºciclo o limite devia ser de 15 alunos por sala! A partir do 5º então sim, 20/22 alunos por sala. É impossível trabalhar-se com qualidade e obter resultados satisfatórios com os limites actuais!
Joana Reis

Tendo em conta a minha experiência profissional, posso garantir que se tem vindo a tornar cada vez mais difícil desenvolver a prática docente, tendo em conta as limitações didáctico-pedagógicas que uma turma de 28 alunos objectivamente imprimem. Para além disso, como o tempo lectivo para as disciplinas que lecciono tem vindo, também, a diminuir, verifico que temos cada vez menos tempo útil e de qualidade para os alunos e temos cada vez mais turmas para gerir. Asseguro, assim, que o processo ensino-aprendizagem está cada vez mais difícil e penoso, tanto para os professores como para os alunos. É urgente mudar, se queremos que a escola se torne verdadeiramente um lugar de aprendizagem e de crescimento harmonioso, onde as crianças e os jovens se preparam de forma saudável para continuar o desenvolvimento da sociedade, quando forem adultos e tiverem que pôr em prática as suas responsabilidades profissionais e sociais.
Isabel de Sousa

O sucesso escolar só se consegue com turmas pequenas, não com turmas enormes. Chega de massificação para resultados estatístico e trabalhe-se para a excelência.
Mário Rui Martins

Nova reunião de professores das AECs


Os profissionais das Actividades de Enriquecimento Curricular estão a organizar-se. Somos milhares de pessoas, um pouco por todo o país, a assegurar a “Escola a tempo inteiro” sem direitos. O Ministério da Educação não assegura uma contratação justa e transparente, delegando as competências pelas AECs nas autarquias, que muitas vezes entregam o negócio a empresas de ocasião.

Próxima reunião : 3ª feira, dia 18, às 19h na sede do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa ,Rua Fialho de Almeida, 3 (metro: São Sebastião)

Mais informações aqui

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Mais vozes pela causa


A petição pela redução de alunos/as por turma e por professor/ continua a crescer e vários grupos parlamentares já se pronunciaram sobre o seu conteúdo (vê aqui a notícia).

Entretanto, segue nova leva (a terceira) de comentários e testemunhos de quem considera urgente a aplicação desta medida:

Turmas com mais de 25 alunos e mais de 4 turmas por professor é não poder olhar diferente para o que é diferente. É tornar a diferença maior.
Lília Santos

Manter as turmas com este número de alunos é negar a democratização do ensino!
Olga da Fonseca

Só quem trabalha com crianças e jovens é que compreende como é difícil fazer um ensino verdadeiramente diferenciado com o elevado número de alunos por turma. É preciso que alguém se aperceba dessa dificuldade e ponha cobro a esta cegueira ministerial, para bem do ensino!
Marília Gomes

Não é possível ensinar com prazer, com motivação e satisfação quando o mau comportamento, a falta de respeito e a balbúrdia reinam... e isto em turmas onde o factor, número exagerado de alunos, contribui de forma decisiva para a impossibilidade do controlo dos alunos por parte do professor. É urgente e obrigatória, já, a redução do número de alunos por turma. Se se pensar também em situações em que o professor tem a seu cargo 9 ou 10 turmas, então é fácil compreender as dificuldades que um profissional enfrenta para desempenhar bem a sua função
Manuel Luis Pires Clara

Não é possível individualizar o trabalho com todos os alunos que revelam dificuldades quando dentro de uma sala de aulas temos 28 alunos, com graus de interesse ou desinteresse muito diferentes. Com alunos que sistematicamente perturbam e consequentes chamadas à atenção o tempo passa a grande velocidade e ao professor resta uma enorme angústia e desmotivação. Quantas vezes me sinto deprimida quando verifico que o tempo não permite uma explicação aos alunos com mais dificuldade e interessados.
Maria Brandão da Rocha

Sou professora de Ciências Naturais e dou aulas a apenas metade de cada uma das turmas enquanto a minha colega Físico-químicas está com o outro turno. Sei muito bem que as condições de trabalho são muito melhores do que as dos restantes colegas. Consigo desenvolver inúmeras actividades práticas em muitas aulas, o que era impossível de fazer com 24, 25, 26, 27, ou 28 alunos.
Fernanda Rebelo

Actualmente tenho a minha filha mais nova, no 5º ano de escolaridade na Escola EB 2-3 Inês de Castro em Coimbra, numa turma de Ensino Articulado com o Conservatório Regional de Coimbra. É uma turma de 15 alunos. Um luxo nos dias de hoje, mas é uma turma muito calma e não existem negativas nos finais dos períodos. Se todas as turmas fossem de 15 alunos combatíamos de certeza o insucesso escolar em Portugal.
José Fidalgo

A concretização do conteúdo da Petição é uma questão de coerência entre a «doutrina» do ME e as medidas concretas de política. Mas, acima de tudo, é condição essencial para o melhoramento da qualidade do nosso ensino.
José Morais

Sou professora e tenho uma turma de 7º ano com 31 alunos!!! As restantes não têm menos de 28. Ensino individualizado? Estratégias de diferenciação pedagógica?? Falácias! Por muito que gostasse e os meus alunos o merecessem (felizmente, este ano, tenho meninos que efectivamente querem aprender...), por vezes, torna-se impraticável esclarecer uma dúvida ou apoiar os alunos individualmente.
Paula Gomes

Para que nos deixem de tratar como ratos de laboratório, para que a criatividade seja vista como pedra basilar na aprendizagem, por uma escola mais democrática , para que seja possível um real acompanhamento do aluno, para que este tenha acesso a um ensino de qualidade, assino e aconselho que se assine esta petição, como assinarei e aconselharei petições com vista para o aumento do número de psicólogos e auxiliares de educação.
Gonçalo Costa

Concordo plenamente. Este ano, tenho cerca de 165 alunos, 7 turmas e lecciono três níveis. Terrível, para eles e para mim!
Emília Alves

Acho muito bem! As turmas deveriam ter no máximo 20 alunos, para um bom funcionamento das aulas, para o bem dos alunos, tendo em conta a compreensão da matéria explicada, e para os professores terem um mínimo de controlo sobre os educandos e mesmo para uma maior facilidade na avaliação de cada um dos alunos.
Cátia Pina

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Chumbos, uma especificidade francesa


A taxa de chumbos (repetência) na França é a maior dos países desenvolvidos. De acordo com um inquérito realizado em 2003, 40% dos alunos de 15 anos tinham atraso na sua escolaridade. Problema: O chumbo custa caro (dois mil milhões de euros por ano) e parece ineficaz. Não permite recuperar os atrasos no que diz respeito à aquisição de conhecimentos ou competências. O chumbo também é indicativo de uma acentuada desigualdade social: "Os filhos de pessoas sem trabalho estão muito mais vezes atrasados na escola primária (34,1%) do que os filhos de quadros(4,4%)."

Perante a situação, o Tribunal de Contas francês apela a que se "estabeleçam, escola a escola, metas de redução das taxas de chumbos com base em situações locais." Os recursos poupados poderiam ser investidos para financiar acções de acompanhamento personalizado...

Para ver o resto do artigo, clica aqui.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Segunda leva de testemunhos de uma causa que não pára de crescer


Aqui fica a segunda leva de comentários e testemunhos em apoio da petição pela redução do número de alunos/as por turma e por professor/a:

Concordo plenamente com esta petição pois assim os alunos tem mais facilidade de aprendizagem e até o professor terá mais paciência, tempo e disponibilidade para tirar duvidas e mão neles. Apesar de hoje em dia ser muito complicado ser professor, quanto menos alunos tiver a turma melhor.
Laurinda Ferreira

Já passei pela experiência de uma turma com 15 alunos, do 1º ao 4º ano, e o sucesso foi fabuloso sob diversos parâmetros!
Maria Isabel Fernandes

Eu tenho oito turmas e quatro níveis.
Ana Maria Carvalho

Aulas de Matemática com 28 alunos tornam-se pouco profícuas, pois o carácter eminentemente prático da disciplina inviabiliza o apoio directo a todos os alunos e consequente desmotivação. Na sequência disto, os pais mais atentos e com algum poder económico vêem-se na obrigação de colocar os filhos em explicações particulares.
Lina Vinhas

A redução de alunos por turma é também um dos aspectos fundamentais para uma melhoria da inclusão dos alunos com necessidades educativas especias, cuja integração nas escolas e turmas regulares tem sido altamente prejudicada pelo elevado número de alunos, nem sequer sendo respeitado, em muitas escolas, o mínimo de 20 alunos por turma actualmente legislado. O número elevado de alunos nas turmas e de alunos por professor é uma barreira clara e flagrante a um ensino de qualidade e uma educação inclusiva e diferenciada. Existem várias tentativas de fazer passar a mensagem de que o ensino não melhora quando os alunos são menos. Mas o que tenho lido é diferente, bem como não é isso que se sabe dos países que nos servem de referência, portanto seria bom haver um suporte científico para as opções actuais do ME onde as turmas podem ir aos 28 alunos, o que é um atentado à Educação em Portugal.
Jorge Nogueira

Trabalho com uma turma de 2º ano com 26 alunos, sendo 3 deles alunos do Ensino Especial. Infelizmente, nestas condições, nem sempre consigo apoiar os meus alunos como gostaria e como têm direito, é frustrante.
Cláudia Pimenta

Tenho uma filha com 15 anos, numa turma do 10º ano com 28 alunos; no final do 2º periodo só 10 alunos tinham notas para passar.
Sandra Correia

Se de facto querem usar modelos estrangeiros, nomeadamente o finlandês, para que nós professores portugueses sejamos avaliados, deveriam começar também por aí, reduzir o número de alunos por turma. É impossível dar apoio numa turma de 28 alunos. Este ano tenho turmas de 20 alunos no básico (7º) e 16 no secundário (12º), o trabalho desenvolvido e o rendimento obtido não se compara com os anos em que tenho as turmas lotadas.
Ana Paula Calvo

Só quem vive a experiência de ter que gerir uma sala de aula com 20 ou mais alunos e incluindo alunos com NEE e outros necessitando de Pedagogias Diferenciadas, percebe ao qual um docente é obrigado! Sente-se numa "Gincana" física e psicológica, muitas vezes díficil de percorrer! Eu costumo dizer que sou Malabarista!!
Sónia Lopes

Esta medida é mesmo necessária. Tenho 7 turmas, o que equivale a 189 alunos.
Rute Pinto

A minha experiência e os estudos que tenho realizado ao longo da minha carreira permitem-me afirmar de forma fundamentada que há, de facto uma correlação directa entre o nº de alunos por turma e o tão desejado e efectivo/real sucesso educativo. A aquisição de competências (sem se limitar a uma pretensão legal e discursiva e a uma mera inovação lexical) só é possível com um número muito menor de alunos por turma, de molde a que o professor possa dar uma atenção mais personalizada a cada aluno e às suas dificuldades e tornar a aprendizagem significativa.
Rosa da Silva

Todos os estudos apontam para um número máximo de 22 alunos/turma. Trabalhar com números superiores a estes é castigar professores e enganar alunos e pais,Carlos Queimado Oliveiraconcordo plenamente com esta petição. deviam ter acrescentado o ensino profissional, onde o máximo de alunos por turma devia ser 15 alunos enão 22 ou mais.
Maria Clara Dias

Cada criança é um mundo que deve ser observado, conhecido e tratado de acordo com as suas singularidades!! Como podemos respeitar tal direito com tantos meninos dentro de uma sala de aula???
Deolinda Ferreira

Desvalorização dos não docentes aumenta nas escolas

Aparentemente, o tema bullying que marcou de forma preocupante este ano lectivo, deixou de merecer atenção, não porque o fenómeno esteja erradicado nas escolas, mas porque foi necessário fazer passar uma mensagem de empenho no combate, tipificando mesmo o bullying como crime.

A ministra da educação, Isabel Alçada, assumiu então, que os maus-tratos físicos ou psíquicos cometidos de forma reiterada por um estudante sobre outro ou contra os vários elementos da comunidade educativa, assim como os cometidos por um encarregado de educação serão crime de violência escolar, configurado como crime público, segundo proposta de alteração ao Código Penal.

O Procurador Geral da República defendeu também relativamente a todos os factos qualificados como crimes cometidos em ambiente escolar, a ampliação dos deveres de denúncia obrigatória dos responsáveis das escolas, direcções regionais de educação e titulares de funções inspectivas na Inspecção Geral de Educação.

Com tais medidas produzidas em função da evolução do fenómeno bullying, o tema deixou de certa forma, de preocupar a sociedade, atenuado que foi o efeito público mais polémico das notícias alusivas a acontecimentos de indisciplina na escola. Mas a procura de soluções não passou de mera intenção, ao não ter em conta a verdadeira realidade da escola pública e do papel dos diferentes elementos da comunidade escolar, como é o caso concreto dos não docentes, mais propriamente dos assistentes operacionais (ex-auxiliares de acção educativa).

Assim no caso dos assistentes operacionais, ainda que o sistema educativo reconheça, que não se pode deixar de ter em conta, como recursos humanos, que, não directamente implicados no processo educativo em si, constituem um factor indispensável ao sucesso deste, na vertente da organização e funcionamento dos estabelecimentos de ensino e do apoio à função educativa. A verdade é que cada vez mais a sua desvalorização é notória, quando o assistente operacional deveria ser visto, como, mais do que um empregado de alguém ou da escola, que apenas limpa, atende o telefone, dá informações, ou chama a atenção dos alunos em caso de briga no recreio.

Ele é um agente, que deveria ser encarado, como de apoio à escola, que interfere na formação e transformação da sociedade. Uma visão que se perde na relação actual nas escolas, tornando-as por isso menos humanizadas e propícias a casos que ciclicamente são notícia nas escolas.

As consequências de tal marginalização acentuada dos funcionários, não deixam de se fazer sentir no meio escolar, agravadas com deficitária formação, como mais um sinal da estigmatização destes trabalhadores, cada vez mais contratados de forma precária e temporária a quem a oferta formativa vai escasseando, na lógica da negação do seu verdadeiro papel na relação com os restantes elementos da comunidade escolar, tanto mais, quando estamos perante transformações sociais que vieram alterar profundamente os papéis de socialização entre pais e filhos, exigindo assim muito mais da escola pública.

José Lopes (Ovar)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Testemunhos de uma causa justa: primeira leva


A petição promovida pelo Movimento Escola Pública pela redução do número máximo de alunos/as por turma e por professor/a já ultrapassou as 12 mil assinaturas. Contamos poder entregá-la na Assembleia da República no final do mês de Maio. Entretanto, iniciamos a partir de hoje uma série de comentários ou testemunhos de quem vai juntando a sua voz a esta causa justa. Aqui fica a primeira leva:

Sou Assistente Operacional e dou apoio a duas salas de Jardim de Infância, o que dificulta o meu trabalho pois acabo por dar mais apoio a nível de casa de banho e não consigo ajudar as Educadoras nas actividades de sala o que se torna prejudicial para todos, principalmente para as crianças. Em relação ao número de alunos por sala, penso que não deveriam ultrapassar os 15, pois quantos mais forem, menos apoio individualizado lhes poderá ser prestado e portanto o seu desenvolvimento será afectado. Antes das leis serem feitas, deveriam analisar bem as situações, pois as crianças de hoje, serão o futuro do nosso país amanhã, por isso a sua educação deve ser a prioridade dos nossos governantes.

Maria Carvalho

Como professora deparo-me muitas vezes com a dificuldade de responder de forma eficaz às necessidades específicas de alguns dos meus alunos devido ao elevado número de alunos da turma. Penso que esta petição tem toda a razão de acontecer e merece uma adesão em massa de todos os que se preocupam com a aprendizagem na escola.

Aida Paula de Sousa

Estou numa sala com 23 crianças dos 3 aos 6 anos, uma das quais com NEE de carácter prolongado, Síndrome de Angelman. É difícil falar de inclusão, assim desta forma, uma vez que quando estou a trabalhar com a criança NEE, tenho que deixar as outras 22 a trabalhar sozinhas

Isabel Guedes

Tenho 2 filhos que frequentam o ensino público e deparo-me com este problema relativamente ao que anda no 7º ano. O que anda no 1º ano tem a sorte de ter uma turma com 20 meninos, até ver.

Teresa Fernandes

Espero que este sonho se concretize e que se possam criar, finalmente, as necessárias condições de trabalho, quer para os professores, quer para os alunos, em prol da qualidade do ensino e da aprendizagem. Assim começa o combate à iliteracia...

Elsa da Silva

Tenho um filho na escola e efectivamente, a redução, seria a boa solução visando aumentar a capacidade de aprendizagem e melhor produtividade.

Jorge Rodrigues

As minhas turmas têm quase 30 alunos, deste modo não há condições para os poder preparar melhor, para poder fazer um ensino mais individualizado...

Sandra Dinis

É evidente que esta posição remete para uma outra, o da necessidade de cada professor de matemática, F.Q, Biologia/Geologia e língua, estrangeira ou não, ter no máximo 45 alunos. As vantagens são enormes: poder fazer um acompanhamento do aluno mais personalizado, correcção dos trabalhos, exercícios e testes formativos ou não de imediato, alertando os alunos para os erros, a falta de atenção e de trabalho e até tirar-lhes as dúvidas. Também e relacionado com esta proposta pediria que os professores fizessem das suas horas lectivas na escola o tempo necessário para prepar as suas aulas, para tirar dúvidas aos alunos, e para corrigir os trabalhos ou testes dos alunos porque o alerta ou o estímulo aos alunos perante os erros ou a superação das suas dificuldades no imediato, ajuda-os na sua aprendizagem.

António Afonso

Considero que 19 crianças no Jardim-de-Infância ainda é um número muito elevado - o ideal seria grupos de 15, no máximo 16 crianças, para o educador ter possibilidade de responder com eficácia às necessidades de cada uma.

Lúcia da Silveira

Eu sou professora e tenho 8 turmas (200 alunos) e uma Direcção de Turma. Impossível fazer um ensino personalizado/individualizado, atendendo às dificuldades e ao ritmo de cada aluno!

Helena Luisa Pereira

sábado, 8 de maio de 2010

Um momento de respiração



Ministério retira avaliação de desempenho do concurso de professores

O Ministério da Educação já retirou a avaliação de desempenho do formulário eletrónico para o concurso de colocação dos professores, cumprindo a decisão do tribunal, disse à Lusa o secretário geral da Fenprof.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Será que vai pagar?

A Desjustiça dos concursos

A Fenprof interpôs uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja, sendo que o mesmo decretou que fosse retirado o factor avaliação na aplicação electrónica do concurso de professores contratados.

A não adopção da suspensão dos efeitos da avaliação abre a possibilidade de “uma lesão iminente e irreversível do procedimento concursal em condições de legalidade e igualdade”, sendo também esta, por isso, “uma situação de especial urgência”“, acrescenta-se na sentença.

Uma vez que tal ordem foi ignorada o mesmo Tribunal condenou a ministra da educação ao pagamento de uma multa que irá crescer até a mesma acatar a ordem.

Agora vejamos a reacção do outro lado… primeiro alega desconhecer o facto? Isso será possível? Um tribunal dá uma ordem e os visados não tomam conhecimento? Como?

"O ME cumpre escrupulosamente a lei e as decisões dos tribunais': afiança, o Secretário de Estado, Alexandre Ventura. Estaremos cá para ver. Toda esta conversa começa a já não ser novidade para os professores. A manobra “enrola, enrola” está a tornar-se um padrão de comportamento desta equipa ministerial.

E se acatam assim tão bem as ordens do Tribunal porque vão recorrer?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ponha-se o Governo no Plano de Acção da Matemática


Faz mesmo falta um Plano Nacional da Leitura com a Numeracia, a ver se acertamos os Alhos e os Bugalhos e chegamos a alguma conclusão de jeito. Então fala-se (MEP) de n.º máximo em cada turma e para cada docente e responde-se (ME) a falar de n.ºs mínimos e de... n.º médio? Então fala-se (NEP) de 1 assistente por sala de JI... e nem resposta (ME) há, arrolando tudo no tal valor da turma média e dos casos (quantos? em n.º e em percentagem) que estão abaixo de um mínimo de 10? Como se mínimo de 10 fosse igual a máximos de 15, de 20, de 22..Volta Palma Fernandes e os teus exercícios matemáticos, volta Rómulo de Carvalho e o teu exemplo pedagógico, volta Bento de Jesus Caraça e outros grandes professores de Matemática. A estatística não tem de ser manipulação em jogo de surdez! Não desisto de viver numa terra em que seja possível a gente entender-se sem equívocos de diálogos desencontrados (eu á espera do comboio na paragem do autocarro...). A medida é cara? Não há dinheiro? Não se fará... mas assuma-se que é por isso, e não por estar tudo bem nas escolas portuguesas, adensando o MCIL - Mistério das Causas do Insucesso Luso - com mais estes "dados" imprecisos, ou mal explicados.Viva a literacia! Viva a Numeracia! Vivam os que procuram compreender a realidade e melhorá-la...

E AGORA... 10 MIL ASSINATURAS


É verdade, a petição já vai nas 10 mil assinaturas mas pretendemos muito mais.

Como tal pede-se a colaboração para recolher mais. Segue-se o link para imprimir a petição e recolher assinaturas no papel.

Para saber para onde enviar as assinaturas contactar por E-mail o Movimento Escola Pública.




terça-feira, 4 de maio de 2010

Governo reage à Petição promovida pelo MEP


A petição promovida pelo Movimento Escola Pública para reduzir o número de alunos por turma e por professor conta já com o apoio de quase dez mil pessoas em apenas uma semana. Trata-se de uma adesão extraordinária a esta causa mais do que justa e necessária. A comunicação social tem dado eco desta força. A proposta foi mesmo assunto de debate no programa Antena Aberta da RTPN, conquistando o apoio de praticamente todos os participantes.

Entretanto, o Governo já fez saber que rejeita esta medida. O Movimento Escola Pública regista o principal argumento apresentado: os alunos não têm melhor aproveitamento escolar nas turmas mais pequenas: "Verifica-se inclusive que as turmas com menos de 10 alunos são as que geram maiores taxas de insucesso escolar".

É de facto surpreendente e a forma como os responsáveis do Ministério da Educação tentam fugir à realidade. A resposta do Secretário de Estado não é séria. Todos sabemos que quase todas as turmas pequenas em Portugal são constituídas a partir de alunos que já têm um historial grande de dificuldades: ou são turmas dos cursos profissionais – muitas vezes atirados para esta solução de recurso devido ao insucesso, ou são turmas das escolas TEIP, precisamente de bairros economicamente muito desfavorecidos, onde o insucesso é muito comum, ou são simplesmente turmas de repetentes. De facto, muitas das turmas pequenas que existem hoje são constituída por alunos que não fizeram o seu percurso escolar normal. Presumir que estes alunos, mesmo em turmas mais pequenas, pudessem recuperar os anos perdidos, é uma ilusão. De facto, se essas turmas pequenas existem – como nas escolas TEIP – é porque há um reconhecimento do Estado de que se trata de uma medida favorável ao sucesso escolar. Mas que naturalmente não faz milagres quando o problema vem muito de trás. Para muitos desses alunos é de facto tarde de mais.

Mais dizemos: esta petição não defende turmas de 10 alunos, nem sequer defende a redução do número médio de alunos por turma. Defende sim a redução do número máximo de alunos por turma.

Por outro lado muitas das turmas pequenas (menos de 20 alunos) concentram-se no 11º e 12º anos. E isto porquê? Porque no 10º ano, com turma de 28 alunos, e com todas as dificuldades que já vêm de tantas turmas grandes nos anos anteriores, grande parte dos alunos desiste de continuar a estudar. O 10º ano é um ano de selecção em que só “os melhores” mantêm o percurso escolar até ao final do secundário.

O Movimento Escola Pública pretende mudar esta realidade. Sabemos que esta medida trará reflexos a médio prazo no sucesso escolar, principalmente se for aplicada a partir do Jardim de Infância e do Primeiro Ciclo, atacando o problema logo no princípio.

Qualquer professor, mas também qualquer cidadão não professor, compreende que com turmas muito grandes é impossível um ensino mais humano e mais eficaz. Todos/as os/as professores/as convivem diariamente nas escolas com turmas de 28 alunos. E sabem como se torna difícil o seu trabalho. Os encarregados de educação sabem o mesmo. Os/as alunos/as também. Só o governo parece não querer ouvir.

O Movimento Escola Pública levará esta medida à discussão na Assembleia da República. O governo diga o que disser, mas não tem maioria absoluta. Queremos acreditar que é possível que a maioria dos/as deputados/as seja a voz do bom senso. Para combater o insucesso escolar e melhorar a qualidade da escola pública.

Dois posts importantes sobre este assunto, em “A Educação do Meu Umbigo”:

Afinal Isabel Alçada está de acordo com a petição

O Homem dos Números

sábado, 1 de maio de 2010

Primeira meta ultrapassada

A uma média superior a mil assinaturas por dia, a petição pela redução do número de alunos por turma promovida pelo Movimento Escola Pública já alcançou o primeiro objectivo: ultrapassar o número necessário (4 mil) para que venha a ser discutida na Assembleia da República. A este ritmo, contamos poder apresentar muitos mais milhares de assinaturas, o que dará a esta causa um apoio público formidável. Com toda esta força, acreditamos que é possível vencer.

Porquê esta petição?

Portugal apresenta níveis elevados de insucesso escolar e para isso contribuem muitos factores, alguns dos quais alheios à própria escola. Os níveis culturais da população portuguesa são no geral baixos, a massificação da escola não foi acompanhada de todos os instrumentos necessários à garantia da sua qualidade, a diversidade de públicos escolares resiste a receitas padronizadoras. É também inegável que faltam meios às escolas para enfrentar o insucesso, seja devido à ausências de equipas multiprofissionais, à falta de apoio social aos alunos mais desfavorecidos, ou às condições precárias em que o trabalho de alunos e professores se desenvolve. Isto sem esquecer as questões relativas à dimensão e conteúdos do próprio currículo.

Se combater este atraso exige medidas concretas a vários níveis, seria obviamente absurdo ignorar todas as causas que se prendem com o contexto de sala de aula, que é onde a relação de ensino-aprendizagem começa por ser testada na definição do sucesso de cada aluno/a. Uma relação pedagógica interessada, consequente, viva e profícua tem naturalmente melhores condições para se desenvolver em turmas de dimensões mais reduzidas. Aproxima o professor dos alunos e os alunos entre si e ajuda e diluir o anonimato. Facilita a participação de todos/as e o acompanhamento directo e contínuo de cada aluno/a, bem como o estabelecimento de relações de confiança, responsabilidade e empenho, necessárias ao sucesso escolar e pessoal.

É principalmente nas zonas periféricas dos grandes centros urbanos que as turmas atingem perto de 30 alunos, enfraquecendo a relação pedagógica, e abrindo caminho à naturalização do insucesso e à sensação de impotência profissional. Para agravar a situação, são muitos os professores que têm a seu cargo mais de 150 alunos, tornando muito difícil o acompanhamento, a dedicação e o investimento desejáveis.

Assim, é urgente que esta Petição, que conseguiu juntar tantas vontades muitas vezes desavindas, faça o seu caminho com muita força. Cá estaremos para isso e contamos com todos/as.