quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Forum Mundial da Educação

Decorreu este ano na Palestina uma nova edição do Fórum Mundial da Educação.  Para mais informações pode consultar o site  (sem versão portuguesa) da organização.
O Fórum Mundial de Educação propõe "dois pilares básicos : a construção de uma alternativa ao projeto neoliberal e o pluralismo de idéias, métodos e concepções" e procura "elaborar um conjunto de diretrizes que possam fazer parte de reflexões no mundo inteiro, buscando acordar políticas, planos, programas e projetos educacionais, em todos os níveis de ensino." Para aqueles que nele participam, "o rompimento com as políticas neoliberais, coloca a educação enquanto uma política pública, devendo ser do estado e acessível a todos os povos."
Apresentam-se ainda como "objetivos específicos":
- Mobilizar as instituições, redes e movimentos ligados à área da educação para o debate e gestão de propostas alternativas ao projeto neoliberal em educação;
- Possibilitar o intercâmbio de experiências educacionais entre educadores, pesquisadores, estudantes e integrantes dos movimentos sociais da área;
- Aprofundar as referências epistemológicas, políticas e éticas, comprometidas com a educação popular, democrática e inclusiva;
- Divulgar experiências educacionais que se fundamentem no processo de democratização da educação, enquanto expressão prática da possibilidade de um outro mundo possível.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cinco mil professores com emprego em risco

A extinção das actividades da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado, prevista na proposta de Orçamento do Estado (OE), vai fazer com que no próximo ano lectivo o Ministério da Educação precise de menos professores. Segundo as contas dos sindicatos, haverá menos cinco mil horários a concurso, o que se pode traduzir em menos cinco mil professores contratados. E mais cinco mil no desemprego.
Toda a notícia aqui

Comentário:
Até podem existir muitas dúvidas quanto à utilidade das referidas disciplinas, falta fazer um balanço sério sobre a forma como foram implementadas. Mas a interdisciplinariedade é certamente um bom princípio, contra a compartimentalização do saber. E o estudo acompanhado podia não ser útil para todos os alunos mas sempre era uma forma de apoio para muitos. Dispensar estes cinco mil professores, além de significar que se brinca com a vida das pessoas, é perder uma oportunidade para puxar pelo sucesso escolar de todos e todas, nem que fosse através de apoios directos e de turmas mais pequenas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Para reflectir…e agir


(…)Se é verdade que o roubo nominal nos salários, por via da redução imposta pelo OE, se aplica aos salários a partir de 1500€, não é menos verdade que quem vai ser mais espoliado por esta orientação política do governo são os professores contratados, que à situação de precariedade em que viviam até agora terão que acrescentar um horizonte de desemprego a partir do próximo ano lectivo.(…)

Francisco Santos, em (Re)Flexões

(…) Todos sabem que, do ponto de vista da avaliação da qualidade do trabalho desenvolvido por cada escola, os rankings publicados valem zero. Todos sabem. Mas, ano após ano, os jornais publicam-nos. É uma boa maneira de vender papel? É, sem dúvida. Há alguma seriedade nisto? Não descortino nenhuma. Vende-se o papel e vende-se a ilusão de que se está a revelar uma informação objectiva. Mas o que se está a vender é mais um faz-de-conta, que se junta a tantos outros faz-de-conta em que este país vive. Neste caso, é o faz-de-conta de que avaliamos a qualidade das escolas através de um ranking.(…)

Mário Carneiro, em “O Estado da Educação”

(…) Falo do enterro da Área de Projecto, que desde o início andava moribunda, e que grande parte dos professores se encarregou de desvalorizar primeiro, para mais tarde liquidar. Ao mesmo tempo que agrada a quem sempre achou preferível dar mais tempo às disciplinas consideradas “nobres” e sempre achou que a integração de saberes é uma inutilidade, o governo irá poupar uns tostões com a eliminação dos pares pedagógicos que leccionavam a AP no 2º ciclo. De caminho pensa também conquistar o coração dos pais cuja principal preocupação é o diploma.(…)

Francisco Santos, em (Re)Flexões

(…)É bom que não se reeditem invejas antigas. Ex-titulares contra relatores, jovens sem redução da componente lectiva contra menos jovens com essa redução, aderentes da farsa da avaliação ou da gestão contra resistentes inabaláveis e por aí adiante. Todos, mas todos, terão a perder se o balão da contestação não voltar a encher. A resistência é tão justa como antes.(…)

Paulo Prudêncio, Correntes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relatório do CNE incompatível com medidas do governo para a Educação

O Conselho Nacional de Educação apresentou um relatório sobre o sistema de ensino português que deixa perceber as suas fragilidades tanto ao nível dos apoios sociais como ao nível do sucesso escolar (apenas um terço dos alunos chega ao 12º ano sem chumbar). Este órgão conclui que é necessário apoiar todos os alunos em dificuldades, promover equipas educativas para garantir melhores aprendizagens e evitar qualquer redução nos apoios sociais, mostrando um grande incómodo em relação aos cortes na Educação anunciados no Orçamento de Estado. Mas o governo continua com palas nos olhos.

aqui e aqui as notícias

Ministério da Educação assume-se como Ministério da Precariedade

A Ministra da Educação anunciou que não haverá concurso em 2011 para integrar cerca de 15 mil professores precários nos quadros, voltando atrás na promessa que tinha feito em Janeiro. Recordamos a verdade crua dos números: nos últimos quatro anos aposentaram-se cerca de 15 mil professores e só entraram nos quadros das escolas perto de 400 professores. A precariedade naturaliza-se na Educação, de tal forma que já nem suscita um pingo de vergonha dos responsáveis políticos.

Falta de assistentes operacionais: denúncia

Como cidadã, como contribuinte, como mãe cumpro informá-los sobre o exposto.

A este episodio acresce que durante esta semana, o meu filho de 7 anos conseguiu sair da escola, embora não tenha autorização para isso sem a supervisão de um adulto por falta de capacidade do Agrupamento em ter auxiliares de acção educativa suficientes.

Sou mãe do David Silva Stichini Santos, aluno da Escola Primária do Forte da casa, 1º ano sala 14.

Gostaria de vos expor uma situação presenciada por mim e que me provoca preocupação sobre a segurança dos alunos na Escola.

Tenho reparado que desde o início do ano lectivo o meu filho apresenta muitas nódoas negras, o David dizia que eram quedas e isso tranquilizou-me.

Esta segunda feira para alem das nódoas negras surgiu com o queixo esfolado, decidi nos dois dias seguintes vigiá-lo enquanto não entrava para a sala.

O motivo das nódoas negras não são quedas mas o ataque de 3 miúdos mais velhos (a avaliar pela altura dos mesmos) que mal o David chega se unem e lhe batem.

Até posso compreender que estão com falta de auxiliares de Acção Educativa (chamei a atenção às auxiliares da Escola que me responderam não conseguirem supervisonar tudo o que se passa na escola) mas não posso deixar de ficar apreensiva.

Tenciono escalar a situação para a Professora do David e enquanto mãe começar a vigiá-lo sempre que possível.

Tenciono também caso o David continue a apresentar ferimentos pedir a responsabilização e deixo como sugestão uma vez que no horário da manhã ao que parece 1º e anos seguintes estão muito próximos isolar\ colocar mais auxiliares a controlar as atitudes dos alunos mais velhos.

Identifiquei os autores das agressões e tenciono identificar também a turma a que pertencem e alertar a professora titular.

Agradeço a vossa colaboração no sentido de verificarem o que se passa e de me passarem a informação sobre as medidas que pretendem tomar.

Zélia Silva

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Formação de professores: denúncia

Quero denunciar a situação vergonhosa dos centros de formação. Também foram mega-agrupados e já se percebeu que não vão conseguir dar resposta às necessidades de formação do pessoal docente que cada vez mais recorre a formações pagas. Mais um negociozinho lucrativo, às custas dos que se encontram reféns deste nosso sistema educativo que não tem ponta por onde se lhe pegue. Além da óbvia discriminação, (de uns terem direito a acções e outros não) há ainda a questão da qualidade dessa formação que muitas vezes não é nenhuma. Essas acções servem para Inglês ver como tudo o resto. São muitas vezes repetitivas. Não trazem nada de novo ou inovador à prática pedagógica e ainda são frequentemente agente de torturas. Como não impera ali o bom senso, são frequentemente exigidos aos professores trabalhos que ocupam demasiadas horas em nome da recente fúria avaliativa.
Por outro lado continua a haver carência de formação em várias áreas, sendo que algumas estão a ser exigidas a todos os professores, como nas TIC e em novos programas curriculares. Muitos professores estão a iniciar o seu trabalho com novos programas, sem terem tido uma formação adequada.
E como se isto não bastasse, espera frequentemente muitos meses ou anos pelo papelinho que atesta essa formação. Quanto tempo será necessário para preencher um documento com os dados do professor, da acção e da sua avaliação?

Todos contra os cortes na Educação

Por uma vez, pais, professores, directores de escolas e as duas federações sindicais estão de acordo. Todos garantem que "o corte cego" de 11 por cento na proposta de OE para a Educação pode ser fatal para a escola pública. Há quem adivinhe "escolas ingovernáveis" e quem preveja o aumento do abandono e insucesso escolar.

Falta de recursos humanos para apoiar alunos: denúncia


O meu filho entrou em Setembro, no 1º ano, numa escola pública, (a privada não é uma alternativa, por não existir) no interior do país - Oliveira do Hospital, pertencente ao distrito de Coimbra.
Foi inserido numa turma com 16 meninos. No dia de apresentação, no início do ano lectivo, apareceu mais uma menina. A turma ficou com 17 alunos.
Destes alunos, uma menina tem necessidades educativas especiais (não consegue estar sentada; o dia dela é passado a entrar e sair da sala de aula), um menino tem apoio especial e outra menina tem uma doença crónica a nível pulmonar, o que a obriga a fazer “máscara” de 3 em 3 horas, perdendo neste processo cerca de ½ hora várias vezes ao dia. Além destas situações tem, como era de prever nesta fase, meninos indisciplinados, que talvez se deva à imaturidade.
A esta turma foi atribuída a professora da turma, uma professora de apoio especial para o menino, que se prende com questões relacionadas com terapia da fala (nada de transcendente) e uma professora para a menina com n.e.e., 4 horas por semana. À menina com doença crónica, não lhe foi atribuído qualquer espécie de apoio.
A professora da turma, como é de prever, pois é humanamente impossível, não consegue chegar a todos os alunos.
A escola tem perto de 200 alunos e tem 3 auxiliares, com os turnos que lhes estão atribuídos.  Uma auxiliar está, por iniciativa da escola, afecta, em parte, à menina com doença crónica, restando, assim, 2 auxiliares para toda a escola.

A minha pergunta é a seguinte:
Como é que se pode falar de sucesso escolar, numa turma com estas características e com estes meios disponíveis?

Susana Menezes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Escola Secundária do Restelo: denúncia

Apelo a quem de direito para que rapidamente se resolva o problema da falta de professor(a) de Português no 8º ano turma E desta escola (penso que não será a única, claro).
Já lá vai mais de um mês do ano lectivo, um terço do primeiro período, e os alunos continuam a ver filmes para preencher esta falta.
Seria excusado evidenciar a importância e gravidade deste facto qualquer que fosse a disciplina mas,neste caso,até se trata de uma disciplina nuclear.
Assim não é de admirar que a classificação da escola pública continue a baixar no ranking nacional.
Com os meus cumprimentos e agradecendo desde já a resolução do assunto exposto,

Adelino Manuel Pereira da Silva

Ecos da denúncia

A campanha de denúncia lançada pelo Movimento Escola Pública foi motivo de uma reportagem oportuna do jornal i, que reproduzimos em baixo:

Tudo o que corre mal nas aulas cabe no blogue das escolas públicas

Pais e professores aderem à campanha do Movimento Escola Pública e denunciam turmas sobrelotadas, alunos sem professores ou escolas sem psicólogos

Maria Alberta é uma professora aflita. Tem quase 100 alunos nas suas turmas de Filosofia e não faz ideia onde arranjar tempo para corrigir os trabalhos de todos e acompanhar individualmente cada um dos adolescentes. Carlos Marques é um professor confuso. Ficou colocado na Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, para dar aulas de Contabilidade, mas não tem habilitações para isso. Enquanto aguarda que lhe resolvam o problema, há duas turmas sem aulas há quase um mês. Miguel Martinho é um professor angustiado. Dá aulas de Educação Musical na Escola Básica 2+3 Piscinas, em Lisboa, e muitas vezes não tem instrumentos musicais nem um quadro pautado para ensinar o dó-ré-mi.

São queixas na primeira pessoa. Pais, professores, alunos ou funcionários contam tudo o que corre mal nas escolas. Esse é o desafio que o Movimento Escola Pública (MEP) lançou com a campanha "Não Fiques Calado". A iniciativa está só no início, mas todos os dias chegam relatos de docentes ou de encarregados de educação que querem mostrar o que está errado no ensino público.

É o caso da professora Fátima Gomes que, todos os dias, tem a mesma dúvida: como é que a Secundária de Barcelos com mais de 1200 estudantes não contratou sequer um psicólogo? No outro canto do país, Cláudia Correia é uma mãe ainda à procura de respostas. As aulas já começaram há um mês e, na Escola Básica de Montenegro (Faro), faltam professores para assegurar as actividades de enriquecimento curricular, animadores socioculturais para ocupar os tempos livres das crianças ou computadores para alunos e professores usarem na sala de aula.

Queixas para ler online Turmas que ultrapassam o número legal de alunos, agrupamentos sem psicólogos, alunos com necessidades especiais sem acompanhamento, escolas onde faltam cobertura para os dias de chuva são as denúncias mais recorrentes que qualquer um pode ler no site movimentoescolapublica.blogspot.com.

O MEP promete fazer tudo para que as queixas não caiam no vazio. E por isso vai acompanhar todos os casos que vão chegando ao seu e-mail movimentoescolapublica@gmail.com. "O nosso objectivo passa por prestar apoio a todos que denunciam as ilegalidades e, se for caso disso, fazer com que as denúncias cheguem ao conhecimento do Ministério da Educação", explica o coordenador da campanha Miguel Reis.

Mais do que alertar para as falhas que ainda persistem desde o início das aulas, o Movimento Escola Pública quer demonstrar que sem recursos as escolas públicas não podem prestar um ensino de qualidade: "A própria ministra da Educação anuncia metas de aprendizagem, mas depois não há mais financiamento para cumprir esses objectivos. A escola pública precisa de meios para apoiar os alunos", critica Miguel Reis.

Trata-se, portanto, de um protesto que não pretende ser "só mais um protesto", avisa o coordenador da campanha: "Não queremos apenas criticar. Queremos sobretudo demonstrar que por detrás dessas críticas há alunos, professores e pais, que apesar de terem o direito a um ensino de qualidade, estão ainda muito longe de conquistarem a escola que merecem", remata.

Sócrates e a maçã envenenada da escola pública

Professoras e professores sabem o que terão pela frente: alunos e alunas que não comem e não têm manuais escolares. Os e as que já no passado se quotizaram para pagar passes e refeições conhecem o flagelo. Os, agora, Assistentes Operacionais sabem bem o que é ver meninos e meninas, encostados aos pavilhões à hora de almoço, meninos e meninas que não almoçam, porque não podem, não têm dinheiro.

domingo, 17 de outubro de 2010

Patético

José Sócrates e Isabel Alçada pavoneiam-se em conferências pela defesa da Escola Pública, aproveitando o brinde constitucional entregue de bandeja pelo PSD. Entretanto, o Orçamento de Estado para 2011 dá conta de um corte de mais de 11% na Educação, cerca de 500 milhões a menos em salários e 300 milhões a menos nas condições de funcionamento nas escolas (ver aqui e aqui). Os cortes na Educação são esmagadores, mas José Sócrates brada com toda a lata:


Dizer uma coisa e fazer outra tornou-se uma regra deste governo. É uma estratégia cujo sucesso depende inteiramente da força da sua propaganda. Repetir mentiras mil vezes para as tornar verdade, armar-se em defensor dos pobres enquanto lhes mete a mão no bolso. É assim que a Ministra pode continuar com a sua propaganda sobre a escola encantada:


Pois. Com pozinhos de prelim-pim-pim vamos lá.

Irracionalidade no ensino: denúncia

Sou professor numa escola onde já acabam as Beiras e já cheira a Douro.

O motivo pelo qual hoje estou a escrever para esta campanha não é uma situação concreta que reflita o maior ou menor desinvestimento na educação, o maior ou menor número de recursos humanos e materiai (sejam ela(e)s professora(e)s, auxiliares, administrativos, salas, impressoras, etc, etc, etc,). É tudo isto, mas, essencialmente a completa falta de estratégia de politica educativa.

Muito sucintamente, o caso é o seguinte:

Para além de ter uma reprografia que abre às 9:00, fecha às 11:15, e abre às 14:00 e encerra às 16:00, de existir apenas uma impressora para todos os docentes dessa escola, faltarem auxiliares de acção educativa, ter sido inaugurado um novo centro escolar para o 1º Ciclo que por exemplo as instalações para as AEC`s de Educação Física não tem qualquer tipo de espaço fechado, e os seus equipamentos estão adequados para alunos do secundário!!. O facto de existir um aluno portador de deficiência profunda, que faz com que necessitem de um auxiliar ou professor permanentemente com ele, pois não é autónomo para necessidades tão básicas como comer ou ir a uma casa de banho.

Como digo para além de todas estas questões que, umas vezes melhor outras vezes pior se vão ultrapassando (não há outro remédio) o que para mim já não é razoável são as escolhas ao nível da política educativa.

Vejam este caso: No ano passado existiam 2 turmas de 9º ano que eram cef`s de cabeleireiras e outro de mecânica. Este ano juntaram-se as 2 turmas e fez-se um 10º ano Curso profissional de Turismo.

Digam-me que raio de racionalidade existe para este tipo escolhas e opções.
Na verdade nenhuma, nem neste caso nem em muitos outros que estão replicados pelo país. Na maior parte das vezes nem são as escolas as grandes culpadas, estas são as estratégias que elas encontram para três situações que se deparam: 1- a necessidade de terem que manter os alunos na escola e cumprirem as metas do abandono; 2 - porque os cursos profissionais são importantíssimos para financiarem as escolas e 3- para manterem o crédito horário.

sábado, 16 de outubro de 2010

Abusos e incompetência em Agrupamentos dependentes da DREC: denúncia


Venho denunciar algumas situações graves que condicionam o trabalho de educadores/professores.

Numa sala de aula, há 25% de alunos com Planos de Acompanhamento (retidos), 2 alunos há imenso tempo à espera de clarificação (NEEP??) da sua situação medico /escolar, sem o docente saber que medidas deverá tomar para apoiar estes discentes, visto todos os pedidos de apoio, dirigidos aos Recursos Humanos da DREC, serem automaticamente rejeitados.

Outras situações anómalas ( ou não, pois neste país já nada nos espanta) são altamente comprometedoras do sucesso escolar que o M. E. tanto apregoa querer atingir.
Refiro-me a casos de colegas de mais idade ( 1º ciclo), com dispensa da componente lectiva e com o cargo de Coordenação de uma escola enorme e problemática, ter de, durante semanas, substituir uma colega que se encontra doente.

Uma colega que foi deslocada de escola, por gravidez de risco, foi substituída pela professora do apoio socio-educativo, ficando vários alunos de diversas turmas e escolas prejudicados ; o que é mais surpreendente é que supostamente ninguém será colocado nesse lugar da colega grávida, até ao final do ano lectivo.

Quanto à colocação de assistentes operacionais nem é bom falar: em escolas com quase 200 alunos (de 1º ciclo e três regimes de funcionamento -- das 8h da manhã às 18h 30m) há apenas duas pessoas, eu diria, heroínas escravizadas, para abrir e fechar portões, atender telefonemas, proceder à limpeza de uma escola enorme, tirar fotocópias, vigiar as crianças, ajudar os professores em pequenos trabalhos educativos ........

Será que, embora haja a justificação com a crise económica do país, este cenário se repete em todas as direcções regionais ou será mesmo má vontade da DREC ???

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rankings outra vez


Podem estes rankings medir o esforço de uma escola que consegue que alunos seus com imensas dificuldades progridam significativamente nas aprendizagens ainda que com resultados baixos? Não. Essa escola ficará sempre pior classificada do que outra escola que recebeu alunos com poucas dificuldades e que assim se mantiveram.

Deixamos aqui alguns excertos de notícias de hoje, mas também de dois artigos antigos que mantêm no essencial a actualidade, por serem ilustrativos da perversidade destes rankings. Para reflexão.

No básico, muitas das que estão no fim da lista pertencem a Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), como são a escola da Apelação, em Loures (1294.º) ou a do Monte da Caparica (1293.º); situam-se em regiões economicamente deprimidas, como Setúbal, ou em zonas carenciadas como as escolas de Miragaia (1254.º), no Porto ou do Bairro Padre Cruz (1288.º), em Lisboa.

É muito fácil estar no topo: basta ser selectivo no público que ingressa na escola
António Teodoro, especialista em Ciências da Educação, da Universidade Lusófona, em declarações ao Público (aqui)

O Colégio Internacional de Vilamoura (privado) é a escola algarvia melhor classificada no ranking 2010, no 50º lugar

Os rankings fazem parte da voragem pseudo-avaliadora que perpassa muitas estruturas sociais. Como é óbvio, é uma voragem feita de falsas aparências, de números superficiais que deveriam traduzir a realidade última das coisas.
Carlos Carujo, 2009 (daqui)

O que os Rankings mostram não são os projectos inovadores de algumas escolas nem o esforço meritório de outras. Mostram sim as disparidades sociais existentes no país, tanto entre o litoral e o interior, como entre bairros abastados e bairros pobres à volta dos centros urbanos.
Miguel Reis 2007, (daqui)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ensino especial: denúncia

Sou docente de educação especial. No agrupamento onde lecciono o nº de alunos com Necessidades Educativas Especiais passou de 57 a 82 em dois anos, com casos muito graves, mas que não são para frequentar unidades de ensino estruturado ou de multideficiência. O número de docentes manteve-se o mesmo (5 docentes), sendo que temos que dar apoio a três escolas básicas com jardins de infância e a uma escola básica do 2º e 3º ciclos.

Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com

Disparate nos concursos: denúncia

Sou professor contratado, do grupo 430, e fui colocado na Esc. Sec. Rafael Bordalo Pinheiro para leccionar Contabilidade a cursos de Contabilidade. Acontece que sou de Economia e Planeamento Regional e não tenho competências para tal. O Ministério entende que sim porque, de forma cega, juntou os antigos 6º (Gestão e Contabilidade) e 7º (Economia e Direito) grupos num só (430). Resultado: enquanto aguardo que a DREL ou a direcção da escola resolvam este problema que é ter um professor num horário para o qual não tem habilitações, estão duas turmas sem aulas há mais de um mês.

Em 2009/2010 não fui avaliado. Por esse motivo, segundo pude constatar nas listas, tive cinco colegas que, tendo igual nota no concurso, ficaram à minha frente por terem sido avaliados por Muito Bom.

Carlos Manuel Marques Cipriano

Autarquias sem dinheiro para refeições escolares

Um mês depois do arranque das aulas, subsistem graves problemas. Há autarquias em risco de suspender as refeições escolares, os apoios sociais estão atrasados, faltam auxiliares e professores do Ensino Especial e o transporte escolar apresenta lacunas.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

EB 2,3 Piscinas – Lisboa: denúncia

Esta semana tive a oportunidade de manifestar o meu desagrado com a falta de condições de trabalho com que me defronto regularmente na escola onde exerço funções (E.B. 2, 3 Piscinas - Lisboa). No passado dia 7, escrevi 4 páginas no livro de reclamações da escola (das páginas 11 à 14). Venho por este meio dar-vos a conhecer o conteúdo das mesmas:

Reclamação :

"Venho por este meio reclamar a falta de condições para que possa desempenhar as minhas funções da forma mais adequada. Na minha função de docente de Educação Musical desta escola, confronto-me regularmente com falta de “equipamento” fundamental para a leccionação da minha disciplina. Apesar de ter apresentado (inúmeras vezes) pedidos para a aquisição de material (há cerca de um ano elaborei uma lista a propósito do projecto para o “Clube de Música” da escola, clube que teve o seu início comigo no ano passado, mas que nada “recebeu” em termos de recursos materiais e de instrumentos musicais para o seu funcionamento).

Hoje mesmo tive a oportunidade de “dar” uma aula numa sala absolutamente normal, ou seja, sem qualquer instrumento musical e sem quadro pautado. A escola tem três professores que leccionam a disciplina de Educação Musical, porém, em várias ocasiões o único “instrumento de tecla” tem de ser “partilhado” – é fundamental o seu uso para a prática de canções em conjunto e para transmitir conteúdos relacionados com a harmonia, por exemplo.

Quando são inauguradas escolas novas pelo senhor Primeiro Ministro, em jeito de propaganda, não deixo de pensar na falta de condições que a nossa continua a ter. Para além da falta de instrumentos, não posso deixar de referir nesta reclamação ainda o seguinte:

- Existe, em muitos casos, um número de alunos excessivo por “classe” – com várias turmas neste ano lectivo com o número exacto de 30 alunos – no ano passado existiam crianças com Necessidades Educativas Especiais inseridas numa turma com mais de três dezenas de estudantes (numa outra escola TEIP, como a nossa, que tive a oportunidade de visitar, em nenhuma turma era ultrapassado o número de 18 alunos);

- Nos dias de chuva, não existe protecção “telheiro”/”cobertura” entre os blocos de salas de aula – no ano passado vi alunos completamente molhados;

- Existe de facto uma “sala de Música” (sala 13), mas lá dentro a lâmpada que ilumina o quadro está fundida desde Novembro de 2009, o que obriga alguns alunos a levantarem-se para que possam ver o que escrevo no quadro (tive oportunidade de chamar a atenção para este facto nos passados meses de Novembro, Dezembro, Janeiro…);

- Existem vários alunos que se deslocam em cadeiras de rodas, mas faltam as rampas para facilitar esses movimentos;

- A sala de Educação Musical (sala 13 – já referida) encontra-se no piso de “cima”, condicionando desfavoravelmente o “seu” acesso, uma vez que existem escadas.

Esta lista de reclamações poderia infelizmente continuar por várias páginas, no entanto, termino salientando que se trata de uma escola frequentada por um número significativo de alunos carenciados. É por eles e por todos os outros que redigi este texto!"

Peço ainda que vejam o seguinte:

http://www.ionline.pt/conteudo/62643-hiperactivos-qual-e-escola-que-gosta-dos-alunos-irrequietos

Sem mais, com os meus melhores cumprimentos e agradecimentos,
Miguel Martinho

Escola E.B.2,3 de Jovim: denúncia

Na Escola E.B.2,3 de Jovim (Gondomar) não há psicólogo.
Os professores têm menos horas de componente individual de trabalho (CIT). As horas de reuniões não saem da componente de escola mas da CIT. Há dois anos que a direcção faz os horários desta forma. Este ano, a Direcção, alertada para o "erro", continua sem corrigir a situação.
Na mesma escola, os professores de Língua Portuguesa não dispõem de 90 minutos semanais (retirados da componente não lectiva) para trabalhar os novos programas, tal como a DGIDC preconiza. A Direcção, aconselha os professores a fazer essas reuniões semanais por conta da sua componente individual de trabalho.

Escola Secundária de Tavira: denúncia

Tenho duas turmas com 29 alunos, no 10º ano, na Escola Secundária de Tavira.
Insuportável porque os alunos estão muito desconcentrados e conversadores. Ao todo tenho 98 alunos, na disciplina de Filosofia. Como corrigir trabalhos? Como acompanhar, individualizando, quando passo imenso tempo na escola?
Impossível!
Obrigada
Maria Alberta Fitas

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Atualizar a pedagogia face ao mundo mudado

Séculos de guerras, de confrontos, de lutas entre povos e de conflitos de classe nos estão deixando uma amarga lição. Este método primário e reducionista não nos fez mais humanos, nem nos aproximou mais uns dos outros e muito menos nos trouxe a tão ansiada paz. Vivemos em permanente estado de sítio e cheios de medo. Alcançamos um patamar histórico que, nas palavras da Carta da Terra, “nos conclama a um novo começo”. Isto requer uma pedagogia, fundada numa nova consciência e numa visão includente dos problemas econômicos, sociais, culturais e espirituais que nos desafiam. Esta nova consciência, fruto da mundialização, das ciências da Terra e da vida e também da ecologia nos está mostrando um caminho a seguir: entender que todas as coisas são interdependentes e que mesmo as oposições não estão fora de um Todo dinâmico e aberto. Por isso, não cabe separar mas compor, incluir ao invés de excluir, reconhecer, sim, as diferenças mas também buscar as convergências e no lugar do ganha-perde, buscar o ganha-ganha. Tal perspectiva holística vem infuenciando os processos educativos. Temos um mestre inolvidável, Paulo Freire, que nos ensinou a dialética da inclusão e a colocar o “e” onde antes púnhamos o “ou”. Devemos aprender a dizer “sim” a tudo aquilo que nos faz crescer no pequeno e no grande.
Frei Clodovis Boff acumulou muita experiência trabalhando com os pobres no Acre e no Rio de Janeiro. Na esteira de Paulo Freire, entregou-nos um livrinho que se tornou um clássico: “Como trabalhar com o povo”. E agora face aos desafios da nova situação do mundo, elaborou um pequeno decálogo daquilo que poderia ser uma pedagogia renovada. Vale a pena transcrevê-lo e considerá-lo pois nos pode ajudar e muito.

1.”Sim ao processo de conscientização, ao despertar da consciência crítica e ao uso da razão analítica (cabeça). Mas sim também à razão sensível (coração) onde se enraizam os valores e de onde se alimentam o imaginário e todas as utopias.
2. Sim ao “sujeito coletivo” ou social, ao “nós” criador de história (“ninguém liberta ninguém, nos libertamos juntos”). Mas também sim à subjetividade de cada um, ao “eu biográfico”, ao “sujeito individual” com suas referências e sonhos.
3. Sim à “praxis política”, transformadora das estruturas e geradora de novas relações sociais, de um novo “sistema”. Mas sim também à “prática cultural” (simbólica, artística e religiosa), “transfiguradora” do mundo e criadora de novos sentidos ou, simplesmente, de um novo “mundo vital”.
4. Sim à ação “macro” ou societária (em particular à “ação revolucionária”), aquela que age sobre as estruturas. Mas sim também à ação “micro”, local e comunitária (“revolução molecular”) como base e ponto de partida do processo estrutural.
5. Sim à articulação das forças sociais sob a forma de “estruturas unificadoras” e centralizadas. Mas sim também à articulação em “rede”, na qual por uma ação decentralizada, cada nó se torna centro de criação, de iniciativas e de intervenções.
6. Sim à “crítica” dos mecanismos de opressão, à denúncia das injustiças e ao “trabalho do negativo”. Mas sim também às propostas “alternativas”, às ações positivas que instauram o “novo” e anunciam um futuro diferente.
7. Sim ao “projeto histórico”, ao “programa político” concreto que aponta para uma “nova sociedade”. Mas sim também às “utopias”, aos sonhos da “fantasia criadora”, à busca de uma vida diferente, em fim, de “um mundo novo”.
8. Sim à “luta”, ao trabalho, ao esforço para progredir, sim à seriedade do engajamento. Mas sim também à “gratuidade” assim como se manifesta no jogo, no tempo livre, ou simplesmente, na alegria de viver.
9. Sim ao ideal de ser “cidadão”, de ser “militante” e “lutador”, sim a quem se entrega, cheio de entusiasmo e coragem, à causa da humanização do mundo. Mas também sim à figura do “animador”, do “companheiro”, do “amigo”, em palavras pobres, sim a quem é rico de humanidade, de liberdade e de amor.´
10. Sim a uma concepção “analítica” e científica da sociedade e de suas estruturas econômicas e políticas. Mas sim também à visão “sistêmica” e “holística”da realidade, vista como totalidade viva, integrada dialeticamente em suas várias dimensões: pessoal, de gênero, social, ecológica, planetária, cósmica e transcendente.”

Leonardo Boff

Tirado daqui.

Escola Secundária de Barcelos: denúncia


A Escola Secundária de Barcelos tem mais de mil e duzentos alunos. Contudo, ainda não tem psicóloga. Porquê, quando a do ano passado fez um trabalho meritório e a escola solicitou a sua recondução? Porque não há sinais do concurso... nada se sabe, nada se vê. Enquanto isso, os problemas amontoam-se, tal como os alunos, os antigos e os que chegaram de novo à escola, que carecem de acompanhamento na área.
Acresce que a professora de apoios do ano transacto também não foi reconduzida (é esta a lógica da continuidade do governo, a cortar a eito) e a nova, apesar da sua boa-vontade, anda ainda a estudar processos, a familiarizar-se com os casos - também saiu da escola onde estava, onde desejava estar e onde a desejavam, por desenvolver um bom trabalho. Lá sabia o que tinha em mãos, já estaria de cabeça no trabalho, a apoiar alunos que conhece e que a conhecem. O mesmo aconteceria com a professora que estava na nossa escola. Uma imensidão de trabalho e tempo desperdiçados numa área, já de si, tão sensível.

Quanto ao pessoal auxiliar contratado por uns meses... nem vale a pena comentar - quando começarem a saber o que andam a fazer e como actuar numa escola, já estarão de saída, para começarmos tudo de novo. Pobre país...

Fátima Gomes (professora)

Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com

Escola Básica de Montenegro: denúncia


MANIFESTO

Exigência de melhores condições de ensino para alunos(as)/professores(as) e auxiliares de acção educativa, na Antiga Escola Básica do 1. Ciclo do Montenegro.
Fazemos apelo às Instâncias Políticas/Educativas/Sociais enfim, a quem de direito compete, criar as condições favoráveis à prática de um Ensino com Qualidade, para que assim nos aproximemos dos outros países da Europa.

Eu, Cláudia Correia na qualidade de representante de Pais e Encarregados de Educação da turma A do 1.º ano de escolaridade da (antiga) Escola Básica de 1.º Ciclo de Montenegro, venho por este meio solicitar a colaboração a todos os Pais e Encarregados de Educação das três turmas existentes na Escola, restante Comunidade Educativa e a todos(as) os cybernaustas que também se identifiquem com esta problemática, a participação neste MANIFESTO.

Este manifesto destina-se sobretudo à Informação aos Pais e Encarregados de Educação, mas também para denunciar às entidades competentes uma série de problemáticas da qual a Escola e os seus intervenientes tem vindo a ser alvo, nomeadamente:

1. Colocação atempada dos professores Titulares de Turma, Apoio Educativo, bem como a colocação dos professores das Actividades de Enriquecimento Curricular (Apoio ao Estudo, Actividade Física, Inglês e Música);

2. Informação em tempo útil e visível em painel, aos Pais e Encarregados de Educação relativamente às faltas destes mesmos professores, entre outros assuntos, tais como: a fixação das datas de venda das senhas de almoço dos alunos, etc.

3. Insuficiente número de Recursos Humanos na Escola, nomeadamente as Auxiliares de Acção Educativa;

4. A não permissão da entrada dos pais na escola, salvo algumas excepções;

5. Ausência de animador(a) sociocultural para desenvolver projectos de ocupação dos tempos livres dos alunos, nomeadamente quando ocorrem falta dos professores das AEC´s;

6. Premente falta de condições para a prática desportiva no recinto escolar, em virtude da ausência de material desportivo, bem como a prática do mesmo é inexistente quando chove, devido à ausência de um recinto coberto.

7. Urgente necessidade de uma cobertura protectora, na parte posterior do recinto escolar, de forma que os alunos possam ter acesso às salas de aula e ao espaço exterior, quanto chove.

8. Carência de material informático que esteja operacional (computador, impressora) para utilização dos alunos e professora em sala de aula.

9. Melhoria das condições de acesso ao parque de estacionamento (porta lateral da escola) nomeadamente o pavimento do mesmo, que é de terra batida.

10. A DGRHE diz ter os horários que foram pedidos pela escola “retidos” pela única razão e tão famosa chamada “contenção de custos” !! Nós, pais e educadores perguntamos onde fica a contenção de custos que não é tida em conta nas festas, frotas automóveis, jantares, comícios, prémios, viagens, estadias, etc, etc que o estado torna público aos olhos de todos os contribuintes!!!! Será que o ESTADO NÃO PODE POUPAR NESTES LUXOS, E CONTRATAR MAIS PESSOAL PARA AS NOSSAS CRIANÇAS???????

Montenegro, 8 de Outubro de 2010
A Subscritora deste Manifesto
Encarregada de Educação de uma aluna da turma A do 1.º ano
Cláudia Correia

Aos diversos subscritores, solicito e agradeço a todos aqueles que se sintam motivados por este manifesto a sua contribuição para a divulgação alargada do mesmo, assim como da tomada de posição pessoais, colectivas ou institucionais que se mostrem possíveis e que, no mesmo espírito, possam conduzir a resultados consequentes.

Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com

domingo, 10 de outubro de 2010

Não fiques calado!

Campanha de denúncia

O governo corta fitas e proclama metas. Mas o sucesso escolar não é feito de betão nem se decreta. A escola pública precisa de condições para apoiar todos os alunos e toda a comunidade educativa.

Se és encarregado/a de educação, aluno/a, professor/a, assistente operacional, denuncia o que está errado na escola que frequentas ou conheces.

Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com.
São muitos os problemas, está na hora de pôr o dedo na ferida:

- Turmas com excesso de alunos (o limite legal é de 24 no 1º ciclo e de 28 nos restantes ciclos e ensino secundário);

- Turmas que deveriam ser reduzidas por conterem alunos com necessidades educativas especiais e que não o estão;

- Falta de professores

- Falta de assistentes técnicos e de assistentes operacionais

- Ausência de assistentes sociais

- Ausência ou insuficiência de psicólogos e professores do ensino especial

- Insuficiência de instalações desportivas, biblioteca, cantina, ou outros recursos

- Abusos nos horários de docentes ou assistentes operacionais

- Ausência de condições dignas para a prática das Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs) e precariedade dos seus profissionais

- Atropelos nos concursos

- Outras situações limitadoras do sucesso escolar

Não fiques calado. A escola precisa de ti. Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com.




























Cortes na Educação preocupam CNE

Notamos esta concordância muito importante: mesmo em momentos de crise a educação não pode ser afectada, até porque nessa área o País já tem défice. E dizemos mais: investir na educação ajuda a minorar efeitos desta e de futuras crises.

Portanto, o governo não tem desculpa.

Notícia da Agência Lusa:

Órgão consultivo diz que o sector já tem "um défice" e tem de ser poupado. E alerta que há metas educativas da UE para cumprir.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está preocupado com os possíveis cortes na área da educação e defende que mesmo em momentos de crise a "educação não pode ser afectada", até porque nessa área o País já tem "défice".

"É claro que estou preocupada", disse Ana Maria Bettencourt, presidente do CNE, órgão independente e com funções consultivas . "A posição do CNE é que em momentos de crise a educação não pode ser afectada, porque nós temos um défice educativo", lembrou a responsável, para quem "a educação tem de ser a prioridade no país."

Apontando o sector como "o farol do futuro", Ana Maria Bettencourt lembra que, a haver cortes, "tem de se ver bem onde serão feitos": "Não podemos voltar atrás."

"Mesmo para cumprir as metas definidas pela União Europeia, o caminho tem de ser ascendente, e esse não vai tolerar cortes", alertou, lembrando, por exemplo, que os níveis de abandono escolar "não podem continuar". Ou que áreas que são muito importantes", como os "apoios aos alunos" mais necessitados, não podem sofrer reduções nos apoios.

"As escolas têm de ter condições para os alunos poderem trabalhar e recuperar os seus problemas", acrescentou a presidente do CNE.

Quem não tem dúvidas quanto às consequências das actuais políticas é Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, que lembrou que os cortes previstos para a educação, mas também para os municípios, "vão ter consequências que se vão reflectir na qualidade do ensino". Mário Nogueira lamentou que em Portugal ainda se esteja a lutar por muitos dos direitos que ficaram definidos há "44 anos, com a recomendação feita em 1966 pela OIT e pela UNESCO".

Entre os "direitos" dos educadores, naquele diploma, surgem a segurança no emprego dos professores ou o número de alunos por turma.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ministra recebida com protestos

Na Escola Secundária Rodrigues Lobo (Leiria), os professores esperaram que Isabel Alçada saísse do carro oficial para pedirem uma política diferente para a educação, exibindo uma faixa onde se lia: "Só melhores edifícios não é melhor escola, mais pessoal docente e não docente, precisa-se!".
A ministra foi novamente confrontada na Escola Secundária Domingos Sequeira, por duas alunas do 10.o ano, que ainda não têm professor de educação visual.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Parlamento aprova bolsa de empréstimo de manuais escolares

Até que enfim! A arrogância do Partido Socialista não conseguiu sobrepor-se ao bom senso:

O Parlamento aprovou hoje, com os votos favoráveis de toda a oposição e com o voto contra do PS, um diploma do Bloco de Esquerda, outro do CDS-PP e um terceiro do PEV que prevêem a criação de uma bolsa de empréstimo de manuais escolares para todos os anos do ensino obrigatório. Três deputados socialistas votaram ao lado da oposição.

Lê a notícia aqui

Pela contratação digna de psicólogos nas escolas


Deste modo, vimos requerer a Vossas Excelências que, no âmbito das vossas funções, promovam a contratação efectiva e digna de psicólogos para trabalhar no contexto escolar, de modo a que todos os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas do país possam brevemente ter em funcionamento os seus Serviços de Psicologia.



Assina aqui a petição