domingo, 10 de outubro de 2010

Cortes na Educação preocupam CNE

Notamos esta concordância muito importante: mesmo em momentos de crise a educação não pode ser afectada, até porque nessa área o País já tem défice. E dizemos mais: investir na educação ajuda a minorar efeitos desta e de futuras crises.

Portanto, o governo não tem desculpa.

Notícia da Agência Lusa:

Órgão consultivo diz que o sector já tem "um défice" e tem de ser poupado. E alerta que há metas educativas da UE para cumprir.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) está preocupado com os possíveis cortes na área da educação e defende que mesmo em momentos de crise a "educação não pode ser afectada", até porque nessa área o País já tem "défice".

"É claro que estou preocupada", disse Ana Maria Bettencourt, presidente do CNE, órgão independente e com funções consultivas . "A posição do CNE é que em momentos de crise a educação não pode ser afectada, porque nós temos um défice educativo", lembrou a responsável, para quem "a educação tem de ser a prioridade no país."

Apontando o sector como "o farol do futuro", Ana Maria Bettencourt lembra que, a haver cortes, "tem de se ver bem onde serão feitos": "Não podemos voltar atrás."

"Mesmo para cumprir as metas definidas pela União Europeia, o caminho tem de ser ascendente, e esse não vai tolerar cortes", alertou, lembrando, por exemplo, que os níveis de abandono escolar "não podem continuar". Ou que áreas que são muito importantes", como os "apoios aos alunos" mais necessitados, não podem sofrer reduções nos apoios.

"As escolas têm de ter condições para os alunos poderem trabalhar e recuperar os seus problemas", acrescentou a presidente do CNE.

Quem não tem dúvidas quanto às consequências das actuais políticas é Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, que lembrou que os cortes previstos para a educação, mas também para os municípios, "vão ter consequências que se vão reflectir na qualidade do ensino". Mário Nogueira lamentou que em Portugal ainda se esteja a lutar por muitos dos direitos que ficaram definidos há "44 anos, com a recomendação feita em 1966 pela OIT e pela UNESCO".

Entre os "direitos" dos educadores, naquele diploma, surgem a segurança no emprego dos professores ou o número de alunos por turma.

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