Podem estes rankings medir o esforço de uma escola que consegue que alunos seus com imensas dificuldades progridam significativamente nas aprendizagens ainda que com resultados baixos? Não. Essa escola ficará sempre pior classificada do que outra escola que recebeu alunos com poucas dificuldades e que assim se mantiveram.
Deixamos aqui alguns excertos de notícias de hoje, mas também de dois artigos antigos que mantêm no essencial a actualidade, por serem ilustrativos da perversidade destes rankings. Para reflexão.
No básico, muitas das que estão no fim da lista pertencem a Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), como são a escola da Apelação, em Loures (1294.º) ou a do Monte da Caparica (1293.º); situam-se em regiões economicamente deprimidas, como Setúbal, ou em zonas carenciadas como as escolas de Miragaia (1254.º), no Porto ou do Bairro Padre Cruz (1288.º), em Lisboa.
(daqui)
É muito fácil estar no topo: basta ser selectivo no público que ingressa na escola
António Teodoro, especialista em Ciências da Educação, da Universidade Lusófona, em declarações ao Público (aqui)
António Teodoro, especialista em Ciências da Educação, da Universidade Lusófona, em declarações ao Público (aqui)
O Colégio Internacional de Vilamoura (privado) é a escola algarvia melhor classificada no ranking 2010, no 50º lugar
(daqui)
Os rankings fazem parte da voragem pseudo-avaliadora que perpassa muitas estruturas sociais. Como é óbvio, é uma voragem feita de falsas aparências, de números superficiais que deveriam traduzir a realidade última das coisas.
Carlos Carujo, 2009 (daqui)
O que os Rankings mostram não são os projectos inovadores de algumas escolas nem o esforço meritório de outras. Mostram sim as disparidades sociais existentes no país, tanto entre o litoral e o interior, como entre bairros abastados e bairros pobres à volta dos centros urbanos.
Miguel Reis 2007, (daqui)
1 comentário:
Já que não há comentários aproveito para me insurgir contra "estangeirismos" tão apreciados por alguns pseudo-modernistas. Não uma palavra, made in portugal, para traduzir "ranking"? Não serve "escalonamento"?! E querem uma sociedade mais culta e mais educada!
Teria sido um jovem aluno a inventar este neologismo? Naturalmente foi um dos responsáveis pela condução dos destinos deste País. Parvoice! Costa Gomes
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