Esta semana tive a oportunidade de manifestar o meu desagrado com a falta de condições de trabalho com que me defronto regularmente na escola onde exerço funções (E.B. 2, 3 Piscinas - Lisboa). No passado dia 7, escrevi 4 páginas no livro de reclamações da escola (das páginas 11 à 14). Venho por este meio dar-vos a conhecer o conteúdo das mesmas:
Reclamação :
"Venho por este meio reclamar a falta de condições para que possa desempenhar as minhas funções da forma mais adequada. Na minha função de docente de Educação Musical desta escola, confronto-me regularmente com falta de “equipamento” fundamental para a leccionação da minha disciplina. Apesar de ter apresentado (inúmeras vezes) pedidos para a aquisição de material (há cerca de um ano elaborei uma lista a propósito do projecto para o “Clube de Música” da escola, clube que teve o seu início comigo no ano passado, mas que nada “recebeu” em termos de recursos materiais e de instrumentos musicais para o seu funcionamento).
Hoje mesmo tive a oportunidade de “dar” uma aula numa sala absolutamente normal, ou seja, sem qualquer instrumento musical e sem quadro pautado. A escola tem três professores que leccionam a disciplina de Educação Musical, porém, em várias ocasiões o único “instrumento de tecla” tem de ser “partilhado” – é fundamental o seu uso para a prática de canções em conjunto e para transmitir conteúdos relacionados com a harmonia, por exemplo.
Quando são inauguradas escolas novas pelo senhor Primeiro Ministro, em jeito de propaganda, não deixo de pensar na falta de condições que a nossa continua a ter. Para além da falta de instrumentos, não posso deixar de referir nesta reclamação ainda o seguinte:
- Existe, em muitos casos, um número de alunos excessivo por “classe” – com várias turmas neste ano lectivo com o número exacto de 30 alunos – no ano passado existiam crianças com Necessidades Educativas Especiais inseridas numa turma com mais de três dezenas de estudantes (numa outra escola TEIP, como a nossa, que tive a oportunidade de visitar, em nenhuma turma era ultrapassado o número de 18 alunos);
- Nos dias de chuva, não existe protecção “telheiro”/”cobertura” entre os blocos de salas de aula – no ano passado vi alunos completamente molhados;
- Existe de facto uma “sala de Música” (sala 13), mas lá dentro a lâmpada que ilumina o quadro está fundida desde Novembro de 2009, o que obriga alguns alunos a levantarem-se para que possam ver o que escrevo no quadro (tive oportunidade de chamar a atenção para este facto nos passados meses de Novembro, Dezembro, Janeiro…);
- Existem vários alunos que se deslocam em cadeiras de rodas, mas faltam as rampas para facilitar esses movimentos;
- A sala de Educação Musical (sala 13 – já referida) encontra-se no piso de “cima”, condicionando desfavoravelmente o “seu” acesso, uma vez que existem escadas.
Esta lista de reclamações poderia infelizmente continuar por várias páginas, no entanto, termino salientando que se trata de uma escola frequentada por um número significativo de alunos carenciados. É por eles e por todos os outros que redigi este texto!"
Peço ainda que vejam o seguinte:
http://www.ionline.pt/conteudo/62643-hiperactivos-qual-e-escola-que-gosta-dos-alunos-irrequietos
Sem mais, com os meus melhores cumprimentos e agradecimentos,
Miguel Martinho
1 comentário:
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