terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Mapa do horror económico:

Menos professores. Turmas maiores. Menos apoios. Mais insucesso escolar. Documento completo aqui.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Conselho Nacional de Educação critica medidas economicistas do governo

"As medidas de alteração do Decreto-lei nº 6/2001, de 18 de Janeiro, não deveriam ser uma sequência directa de restrições orçamentais, já que o investimento em educação torna-se prioritário, sobretudo quando é reconhecida a melhoria dos resultados escolares, com base em estudos avaliativos internacionais (Estudo PISA 2009) e a partir de análises que têm sido feitas pela OCDE. O CNE considera, por isso, que as áreas curriculares não disciplinares tiveram, ao longo da década de 2000, um papel significativo na aquisição e desenvolvimento de competências dos alunos e que a sua redução representa uma revisão que atinge o elo mais fraco da organização curricular. Trata-se, assim, de uma alteração curricular que, na sua essência, é determinada por critérios económicos e não por questões educativas e pedagógicas."



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Câmara de Sintra quer professores das AECs a trabalhar à borla

Relatos de várias escolas do concelho de Sintra dão conta da intenção da Câmara Municipal em obrigar os profissionais das Actividades de Enriquecimento Curricular a trabalhar, sem qualquer remuneração adicional, durante o período da pausa lectiva do Natal. Numa atitude prepotente e ilegal, a Câmara deu indicações às escolas do Ensino Básico do município para comunicar esta intenção aos profissionais das AECs.

12 mil assinaturas contra a precariedade

A petição online para a realização de um concurso de colocação de professores em 2011 reuniu mais de 12 mil assinaturas e é esta segunda-feira entregue pela Fenprof na Assembleia da República.

A Fenprof considera "inaceitável manter milhares de docentes contratados a prazo", negando-lhes "estabilidade, carreira e muitos direitos profissionais".

Nos últimos anos só entrou no quadro um professor por cada 40 que se aposentaram.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O assalto à educação pública

Propinas que transformam a Universidade num mundo segregado, descapitalização do ensino público e aposta no privado, os sindicatos como bode espiatórios, a importância das bibliotecas públicas, a guerra às disciplinas não rentáveis e os currículos ocultos cheios de conformismo. Tudo isto e muito mais numa síntese dos processos de ataque à escola pública escrito por Josef Fontana e a ler aqui (em castelhano).

Carlos Carujo

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

AECs: defende os teus direitos!

Os professores das AECs (Actividades de Enriquecimento Curricular) da Grande Lisboa lançaram um novo panfleto (disponível aqui na íntegra) para responder às dúvidas mais frequentes no reino da precariedade.
Lê também:

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Petição Pela manutenção de dois professores a leccionar Educação Visual e Tecnológica

Considerando a possibilidade da leccionação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica vir a ser ministrada apenas por um professor. Considerando ainda que esta medida trará menor qualidade no ensino/aprendizagem relativamente aos conteúdos a leccionar nesta área curricular. Venho solicitar ao governo em particular à Senhora Ministra da Educação e ao Senhor Primeiro Ministro, que reconsiderem a entrada em vigor desta medida, porque resultará da sua aplicação menor qualidade no ensino da disciplina, por um lado, e muitos professores desempregados por outro, o que se lamenta.

Quem quer ser herói?

Mais uma alfinetada do Antero.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PISA mas com muito cuidado

Os bons resultados do PISA 2009 levaram Sócrates à euforia na exaltação das suas políticas educativas. Mas quando tentou enunciar as medidas do sucesso enganou-se uma e duas vezes e até o admitiu. Afinal nem ele nem o Governo sabem explicar o que se passou.

Os testes PISA 2009 são aplicados a mais de seis mil alunos (no caso de Portugal) com 15 anos, seleccionados aleatoriamente, e incidem sobre competências gerais em leitura, ciências e matemática. Os resultados dos alunos portugueses melhoraram cerca de 4% em relação a 2006, o que permitiu subir alguns lugares no ranking educativo da OCDE. Não é um excelente resultado, mas é positivo e não deve ser desprezado. Uma das conclusões mais importantes, para desilusão da direita ultraliberal, é que os alunos das escolas privadas não atingem melhores resultados que os alunos das escolas públicas.

Num assunto tão sério como este, o que não se pode fazer é, por um lado, embandeirar em arco – este estudo tem um alcance limitado e Portugal continua na cauda da Europa em matéria de abandono e insucesso escolar – e por outro lado aproveitar estes resultados para justificar tudo o que o Governo fez, com explicações tão ridículas que são um atentado à inteligência de todos.

O mais estranho é que a própria OCDE se associa ao Governo no elogio a políticas logicamente impossíveis de terem contribuído para estes resultados. O Magalhães não chegou aos alunos agora com 16 anos, o Plano Nacional de Leitura também não. E a Escola a Tempo Inteiro idem, dado que é mais uma medida destinada ao 1º ciclo do ensino básico. É até hilariante ver como Sócrates, em entrevista ao Público, valoriza-a para logo a seguir ser obrigado a reconhecer que ela nada tem a ver com o caso, num acesso de euforia oportunista imediatamente desmascarado.

Como se não bastasse, OCDE e Governo juntam ao ramalhete o actual modelo de avaliação de desempenho dos docentes, ignorando que o sistema de avaliação só estabilizou no final de 2009, e que nos dois anos anteriores apenas trouxe revolta e instabilidade às escolas, acabando por se resumir, no essencial, à entrega de uma Ficha de Auto-Avaliação. Portanto, a reforma na avaliação só desajudou. Apenas nesse sentido Sócrates e Alçada podem transformar os professores em heróis: foi precisa uma grande dose de heroísmo para ao mesmo tempo puxar pelos alunos e combater com todas as forças um sistema de avaliação irresponsável e inoperante e do qual sobra uma inútil caricatura.

Pelos vistos, e descartando a hipótese conspirativa de outro cozinhado Governo-OCDE, ainda ninguém sabe o que terá contribuído para estes resultados. Falta por isso fazer uma análise muito cuidada e separar as medidas positivas (como até pode ser sido o Plano Nacional da Matemática), das medidas negativas. Isto para que a melhoria verificada possa ter continuidade e o sucesso real dos alunos possa aumentar. É pena que neste combate pelo futuro o governo não esteja seriamente empenhado, como o mostrou na forma infantil e maquineísta com que tratou um assunto tão importante.

Nada de espantar. É que este Governo não trata bem nem do futuro nem do presente quando corta no orçamento da Educação. Um corte que vem acompanhado de políticas claramente nefastas para o sucesso escolar. Enunciemos, tantas que são: redução do número de professores; cortes salariais e aposta na eternização da precariedade com consequente desmotivação docente; recusa em formar turmas para alunos com disciplinas em atraso; fim do Estudo Acompanhado, da Área de Projecto e de pares pedagógicos; dificuldades gritantes no Ensino Especial; ausência de contratação de psicólogos; cortes nas prestações sociais e na acção social escolar; escolas encerradas às três pancadas; suspensão da contratação de professores durante o mês de Dezembro; aumento do número de alunos por turma. Assim é certo que não vamos lá.

Miguel Reis

Petição Concurso 2011

A Fenprof lançou um abaixo-assinado pela realização de concursos de colocação de professores dos ensinos básico e secundário e de educadores em 2011. Podes ler e assinar aqui

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Carta-modelo contra os Mega-Agrupamentos

A seguinte carta, redigida pela professora Ana Tavares da Silva, destina-se a juntar forças contra a constituição dos Mega-Agrupamentos. Cada professor/a pode utilizá-la ou reformulá-la adaptando-a à sua realidade escolar. O objectivo é mesmo reunir as pessoas em torno do que é melhor para o ensino, promover a discussão e contribuir para uma tomada de posição:

Exm/a Sr/a Director/a
do Agrupamento de Escolas:

Em todas escolas as equipas educativas têm uma grande preocupação com os múltiplos problemas que afectam as condições do processo de aprendizagem e de formação das crianças.

O conhecimento próximo da realidade escolar e a gestão autónoma das escolas são dois pilares que consideramos essenciais para o sucesso do ensino-aprendizagem. Sem um conhecimento dos intervenientes neste processo, sem o conhecimento dos alunos como crianças que diferem nas suas necessidades de aprendizagem este sucesso fica seriamente comprometido.
Pensamos que a constituição dos mega-agrupamento irá no sentido oposto ao da autonomia das escolas e como tal, apelamos a que as escolas básicas se mantenham numa estrutura de menor envergadura. Os mega-agrupamentos agregarão mais de 3 mil alunos e serão geridos por profissionais que dificilmente terão oportunidade de conhecer de perto cada escola, a sua realidade e necessidades educativas.

Poupar nos custos administrativos e centralizar as compras e serviços financeiros não é solução para os problemas com que se defrontam as nossas escolas. As escolas básicas vêem-se a braços com turmas compostas por cada vez mais alunos. O professor titular de turma dificilmente consegue gerir vários níveis de ensino na sua sala, alunos com NEE e horas de Apoio ao Estudo que deveriam constar como horas lectivas.É necessária a formação de turmas com menos alunos, são necessários mais educadores, professores e psicólogos nas escolas.

Porque pensamos ser necessário investir na educação, pronunciamo-nos contra a formação dos mega-agrupamentos.

Os signatários:

Contratações de férias até 30 de Dezembro

O ME através da DGRHE continua nas manobras ignóbeis de poupança.
O que se está a passar com os concursos, quer para os Grupos de Recrutamento, quer para os psicólogos contratados pela rubrica Desenvolvimento de Projectos é o seguinte: A aplicação electrónica da DGRHE fechou dia 30 de Nov e só reabre dia 29 de Dez (vê aqui a nota da DGRE). Há escolas que, apesar de terem sido autorizadas a colocar um psicólogo, por terem recebido o despacho tarde ou por outros motivos, ainda não tinham colocado na aplicação as ofertas. Quando o tentaram, nestes últimos dias, não puderam. As últimas ofertas colocadas foram no dia 30 e a partir daí fechou. Temos Unidades de Ensino Estruturado nessas escolas e durante mais um mês não vão ter psicólogo. Não sei quantas escolas há nestas situações, mas pelo menos no Algarve, há.

Não sei como pode isto ser contrariado e denunciado. Sei que os Agrupamentos que estão nesta situação querem aceder à aplicação e os psicólogos querem concorrer e iniciar o trabalho já atrasado. Para o ME é mais importante poupar mais um mês de ordenados, provavelmente com o argumento falso que na interrupção do Natal não somos precisos, desconhecendo que muitas Unidades de Ensino Especializado continuam em funcionamento e são frequentadas por algumas crianças mesmo depois das aulas terminarem.

Atentamente
Maria Fernanda Pinto
(Uma psicóloga à espera de poder concorrer)

Avaliação: Professores da Secundária Camões tomam posição

Os Professores da Escola Secundária de Camões vêm, mais uma vez, expressar a sua preocupação pelo modo como o processo de avaliação tem vindo a ser conduzido.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

E como estamos de avaliação?

Um PowerPoint bastante elucidativo sobre o processo de avaliação docente.

Link para o PowerPoint aqui

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Retrato triste do Ensino Especial

A realidade mostra que estamos ainda muito longe de uma escola verdadeiramente inclusiva e que todas as medidas de austeridade nos colocam ainda mais longe dela. Eis algumas das situações denunciadas pela Fenprof:

O Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã, não substituiu um docente a faltar por doença (período previsível de três meses), mantendo, sem apoio, quatro alunos com problemas muito graves. O Director recebeu instruções para que os alunos sejam “divididos” pelos restantes professores, ficando a situação muito complicada para todos.

No Agrupamento de Escolas Paul e Entre Ribeiras, há três professores para 21 alunos com NEE distribuídos por seis escolas uma das quais a 30 km de distância da Escola Sede.

No Agrupamento de Escolas Oliveirinha (Aveiro), quatro professores apoiam 50 alunos com NEE.

O Agrupamento de Escolas de Sernancelhe tem 26 alunos com NEE distribuídos por cinco escolas, apoiados apenas por dois professores. Os pais destes alunos já reclamaram a colocação de mais professores de educação especial. O ME recusou-se a colocar mais docentes. O trabalho de apoio é distribuído por estes dois docentes que se deslocam às cinco escolas com prejuízo da qualidade do apoio.

No distrito de Aveiro, foram detectadas várias situações em que professores do apoio educativo, que deviam apoiar alunos com dificuldades de aprendizagem são mantidos em exclusividade de funções de substituição.

Na Figueira da Foz, a Escola EB 1 do Serrado tem menos um docente do que no ano passado para o mesmo número de alunos, alguns dos quais a frequentar uma unidade de ensino estruturado para autistas. Apesar da movimentação dos pais, a DREC tem-se recusado a colocar mais docentes.

No Agrupamento de Escolas de Almeida, num universo de 600 alunos, há um só docente de educação especial.

No Agrupamento de Escolas de Colos (distrito de Beja) não há nenhum professor especializado no quadro, existindo somente 1 professor especializado (contratado) a fazer trabalho na sede do agrupamento. Nas várias escolas  trabalha 1 outro docente contratado por oferta de escola, sem especialização, para colmatar as muitas necessidades de EE.

No Agrupamento de Escolas da Batalha (distrito de Leiria), que tem uma unidade de ensino estruturado para quatro alunos com perturbações do espectro do autismo, a DREC recusa-se a substituir duas docentes que se encontram ausentes, por destacamento e por licença de maternidade.

No Agrupamento de Escolas D. Dinis (distrito de Leiria) uma aluna surda encontra-se numa turma normal sem intérprete de língua gestual portuguesa, completamente “perdida”.

Faltam centenas de técnicos especializados (psicólogos, terapeutas, fisioterapeutas, técnicos de Braille, técnicos de serviço social, técnicos de saúde, etc.);

Os Agrupamentos de Escolas Pêro da Covilhã, Tortosendo, “A Lã e a Neve” e Paul e Entre Ribeiras (distrito de Castelo Branco), e a maior parte dos agrupamentos dos distritos de Lisboa e Setúbal, queixam-se da falta de psicólogos. O mesmo se passa em outras regiões do país. Aliás, segundo dados do Sindicato Nacional dos Psicólogos, o ratio de psicólogos no quadro das escolas/agrupamentos é de 1/3676 alunos. O mesmo sindicato refere a existência de casos de psicólogos com mais de 100 alunos com NEE, que acumulam com outras actividades, como, por exemplo, a orientação escolar.

O Agrupamento de Escolas do Tortosendo, para ultrapassar o problema da falta de técnicos, fez um protocolo com a empresa “Cinco Sentidos” de Mangualde custeado por verbas da Segurança Social. O Instituto de Segurança Social de Castelo Branco já anunciou que vai cortar esse apoio e propõe que estes alunos sejam encaminhados para o Centro de Saúde. O Centro de Saúde já respondeu não ter capacidade de resposta. Em causa está o trabalho de três terapeutas: uma da fala, uma de psicomotricidade e outra de estimulação cognitiva que davam apoio a 15 alunos.

No Agrupamento de Escolas de Colos (distrito de Beja), há um menino autista que está numa turma de 17 alunos, incluindo mais dois com NEE (a turma tem os quatro anos de escolaridade). A DREA indeferiu o desdobramento da turma. Não tem nenhum professor especializado(…)

Vê aqui o artigo completo

domingo, 28 de novembro de 2010

Directamente do Público para o Privado


Pois… Outra coisa não seria de esperar quando se entrega a uma empresa privada o património público das escolas. A tragicomédia de tudo isto vem da forma como Sócrates, o PS e o Governo, gritaram contra a proposta de revisão constitucional de Passos Coelho, armando-se em grandes defensores da escola pública. Passos diz para esfolar a escola pública mas ainda não o pode fazer. Sócrates defende-a com palavras enquanto a esfola com políticas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Grande Greve Geral

Foi uma Greve Geral histórica. Muitos serviços do país paralisaram e ninguém pôde ficar indiferente. Na Educação, segundo dados da Fenprof, 75% dos professores aderiram e mais de 80% das escolas encerraram.
Em Lisboa, a Praça da Figueira encheu para um concerto/comício da Greve Geral, promovido pelo SPGL (mais fotos aqui). Foi uma iniciativa entusiasmante e que mostra que não há que ter medo de chamar o povo à rua em dia de Greve. A repetir.

Contratados e desempregados na luta

Professores contratados e desempregados, convocados por SMS e pelas redes sociais, concentraram-se esta quarta-feira (dia de Greve Geral) em frente ao Ministério da Educação em Lisboa, em protesto contra a precariedade.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais uma de 1001 razões para fazer Greve


Denúncia: Número de alunos por turma nos CEF

Caros colegas do MEP,

Chamo-me Teresa Teófilo e sou professora de Inglês na região do Algarve. Nos últimos cinco anos de serviço tenho tido sempre turmas dos Cursos de Educação e Formação e, garanto-vos, a experiência com estas turmas nunca se repete. Há sempre algo a modificar, a adaptar, a rentabilizar... Enfim, são turmas exigentes ao nível comportamental e atitudinal e, consequentemente, ao nível da aprendizagem.

Na vossa lista de tópicos referem, em primeiro lugar, as turmas com excesso de alunos mas não fazem referência à imposição do ME na composição das turmas para o presente ano lectivo relativamente aos cursos CEF. O ME decidiu em Agosto que o mínimo para uma turma CEF funcionar passava para 20 alunos (!) e o máximo para 25 alunos (!). Pois bem, só quem nunca leccionou turmas CEF é que podia decidir tal coisa!

Estas turmas congregam em si um grupo altamente heterógeneo de alunos, nos seus percursos de aprendizagem, nas suas idades, nas suas experiências de vida, nas suas reacções à aprendizagem e à escola. Frequentemente estes alunos têm um historial de retenções repetidas, tendência para o abandono escolar e problemas de aprendizagem.

Agora, digam-me que trabalho é possível ser feito numa turma com 21 alunos, tal como eu tenho este ano? Que possibilidade de ensino diferenciado? Que energia para contrariar comportamentos disfuncionais na sala de aula? Que hipóteses de adaptar estratégias diversificadas num clima de conflitos dentro da turma e de desobediência ao professor? Que esforços a fazer para garantir medidas concertadas pelo Conselho de Turma quando o ME retirou as reuniões semanais (90minutos lectivos por semana) que estes projectos tinham? Tudo para poupar na colocação de professores! Não há preocupação pedagógica nem orientação estratégica nas decisões do ME, apenas a vontade cega de poupar dinheiro. Essas decisões estão a condenar professores ao desemprego e à precariedade e estão a condenar jovens a uma aprendizagem mediocre.

Reafirmo a minha convicção na urgência em reduzir o número de alunos por turma e reduzir o número de turmas por professor. Este é o caminho para a sustentação diária de uma Escola Pública de Qualidade.

Por tudo isto, participarei na GREVE GERAL no próximo dia 24!

Teresa Teófilo
Algarve

sábado, 20 de novembro de 2010

No dia da Greve Geral, não ficamos em casa!


Professores contratados concentram-se frente ao ME no dia da Greve Geral!


CONCENTRAÇÃO ÀS 14H30 EM FRENTE AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Contra a precariedade e o desemprego, por uma escola pública de qualidade!


Mais informações aqui

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Greve Geral é com todos/as!

domingo, 14 de novembro de 2010

Congresso Internacional sobre Sexualidade e Educação Sexual


Foi em Aveiro, de 11 a 13 de Novembro.
Os responsáveis querem "pôr as pessoas a pensar" e ajudar a combater o "obscurantismo" em torno da sexualidade, sustentando que "ainda há pouco à vontade" para falar desta temática.
Lê a notícia e acede ao site do Congresso

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cada vez mais alunos comem nas escolas

O número de alunos que passou a fazer refeições nas escolas portuguesas aumentou entre 10 e 30 por cento, avança a TSF. Em declarações à rádio, António José Ganhão, responsável pelo pelouro da Educação da Associação de Municípios explica que o problema é ainda mais complicado nas grandes áreas metropolitanas.

«Nas zonas de maior densidade populacional o problema começa a agravar-se, por exemplo uma escola que no ano passado tinha 35 por cento de alunos carenciados, este ano tem mais de metade. Mas de quase todo o país vêm ecos de alunos carenciados», alertou o responsável.

António José Ganhão adianta que os municípios podem ficar de mãos atadas para ajudar as famílias e as crianças nas escolas, se o Estado não pagar o que deve às autarquias.

«Se não tiverem respeito por compromissos assumidos, sobretudo pelo Ministério da Educação que neste momento deve às autarquias 76 milhões de euros, não sei se será possível manter, por muito tempo, este apoio que estamos a prestar às escolas. Mas se não nos pagarem vão apressar a asfixia e o colapso financeiro de muitas autarquias».

Notícia daqui

Conselho de Escolas contraria Ministério da Educação

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estudo sobre o sistema de ensino público

"O sistema de ensino em Portugal continua a não corresponder às necessidades de desenvolvimento, e também não criou condições que ajudassem o País a enfrentar a crise actual. Segundo a OCDE, em 2008, portanto 33 anos depois do 25 de Abril, em Portugal, 72% da população portuguesa tinha apenas o ensino básico ou menos, quando a média dos países da OCDE era de 29%, ou seja, 2,4 vezes menos. E, entre 2008 e 2010, a situação não melhorou pois, segundo o INE, no fim do 1º semestre de 2010, a população com o ensino básico ou menos representava 73% da população total considerada nas Estatísticas do Emprego por níveis de escolaridade."

Ler o estudo de Eugénio Rosa aqui.

Imprescindível.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Plano Tecnológico da Educação sem aposta na manutenção técnica

A escola pública beneficiou indiscutivelmente de um significativo e mesmo gigantesco investimento na implementação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), através do ambicioso Plano Tecnológico da Educação (PTE), que, para álem de projectos como o “Magalhães” que proporcionaram aos alunos e a muitas famílias o contacto com as TIC, dotou as escolas do 2.º e 3.º ciclo bem como o secundário com equipamentos decisivos para melhorar os métodos de ensino, deixando para trás, já sem saudade, os diapositivos ou aparelhos a caminho de museu como o retroprojector, o vídeo ou o gravador de DVD.

Atingido o objectivo de um computador por sala de aula no âmbito do PTE a que se seguiu um projector multimédia também por sala, os quadros interactivos vão também aumentando a sua presença como uma das novas tecnologias mais em evidência em meio escolar, que exigem maior rentabilização para justificar os ainda elevados custos neste investimento, cujos resultados não podem ser meramente virtuais.

Com tal potencial tecnológico que representam as ferramentas cada vez mais ao dispor dos professores, a sua formação contínua, está muito para alem das suas áreas profissionais de docência e formação académica, das disciplinas dadas a cada turma ou nas múltiplas tarefas específicas que se acumulam na sua vivencia na escola de hoje. A familiarização com as novas tecnologias na sala de aula, são outras tantas exigências a que estão desafiados a corresponder através da frequência de acções de formação em horário extra laboral.

O reforço das qualificações e a valorização das competências, como forma de ultrapassar o que os formadores consideram serem “principais factores inibidores da modernização tecnológica do sistema educativo, promovendo a utilização das TTIC nos processos de ensino e aprendizagem e na gestão administrativa da escola”, são os objectivos das acções de formação em curso, centradas na rentabilização dos Quadros Interactivos Multimédia, através da formação de docentes na perspectiva da utilização pedagógica.

Mas como também é reconhecido por docentes/formadores, muitos deles com percursos profissionais de verdadeiros entusiastas das TIC apesar dos escassos recursos então existentes, que nas duas últimas décadas se vinham dedicado de forma entusiasta e empenhada através de vários projectos, a motivarem os colegas e os alunos, assim como as comunidades escolares em geral a familiarizarem-se com a informática, “a disponibilidade da tecnologia é apenas a condição necessária (e por ventura a mais fácil) não constituindo por si qualquer solução para mudar a Educação em Portugal. As reais “mais-valias” resultam fundamentalmente da interacção entre as pessoas e só a participação empenhada dos Professores como “arquitectos dos contextos de aprendizagem” poderá potenciar para a Educação os benefícios desta e de outras tecnologias”.

No entanto e como são cada vez mais escassos os professores voluntários e autodidactas na área da informática, que em muitas escolas foram sendo o suporte técnico ao nível das TIC para a resolução de problemas do normal funcionamento, que nos tempos actuais, ao não serem resolvidas tecnicamente na hora, originam autênticos embaraços e contradições com a dinâmica imprimida pelo PTE em sala de aula. As perturbações e alterações ao plano de aula previsto e aos métodos pedagógicos a utilizar em alternativa, passaram a ser uma realidade incómoda na ausência de técnicos que correspondam aos múltiplos problemas (avarias) que surgem nos meios informáticos ao serviço da Educação hoje em dia.

Ao investimento assinalável que apetrechou as escolas, o Governo e o Ministério da Educação não corresponderam simultaneamente à necessária aposta na manutenção técnica, não só com uma idêntica e coerente aposta em docentes na área da informática, bem como técnicos, que nesta área assumam profissionalmente o papel fundamental de poderem corresponder às inúmeras solicitações que na realidade actual dos PTE nas escolas, passou a exigir resposta pronta na manutenção, para, tantas vezes “salvar” e não desfraldar as dinâmicas de sala de aula que as novas tecnologias querem potenciar. Uma carência bem real nas escolas, tendo mesmo em linha de conta os cortes nas verbas que dificultam a continuação de contratos para a manutenção de equipamentos informáticos com empresas do ramo.

José Lopes (Ovar)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Forum Mundial da Educação

Decorreu este ano na Palestina uma nova edição do Fórum Mundial da Educação.  Para mais informações pode consultar o site  (sem versão portuguesa) da organização.
O Fórum Mundial de Educação propõe "dois pilares básicos : a construção de uma alternativa ao projeto neoliberal e o pluralismo de idéias, métodos e concepções" e procura "elaborar um conjunto de diretrizes que possam fazer parte de reflexões no mundo inteiro, buscando acordar políticas, planos, programas e projetos educacionais, em todos os níveis de ensino." Para aqueles que nele participam, "o rompimento com as políticas neoliberais, coloca a educação enquanto uma política pública, devendo ser do estado e acessível a todos os povos."
Apresentam-se ainda como "objetivos específicos":
- Mobilizar as instituições, redes e movimentos ligados à área da educação para o debate e gestão de propostas alternativas ao projeto neoliberal em educação;
- Possibilitar o intercâmbio de experiências educacionais entre educadores, pesquisadores, estudantes e integrantes dos movimentos sociais da área;
- Aprofundar as referências epistemológicas, políticas e éticas, comprometidas com a educação popular, democrática e inclusiva;
- Divulgar experiências educacionais que se fundamentem no processo de democratização da educação, enquanto expressão prática da possibilidade de um outro mundo possível.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cinco mil professores com emprego em risco

A extinção das actividades da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado, prevista na proposta de Orçamento do Estado (OE), vai fazer com que no próximo ano lectivo o Ministério da Educação precise de menos professores. Segundo as contas dos sindicatos, haverá menos cinco mil horários a concurso, o que se pode traduzir em menos cinco mil professores contratados. E mais cinco mil no desemprego.
Toda a notícia aqui

Comentário:
Até podem existir muitas dúvidas quanto à utilidade das referidas disciplinas, falta fazer um balanço sério sobre a forma como foram implementadas. Mas a interdisciplinariedade é certamente um bom princípio, contra a compartimentalização do saber. E o estudo acompanhado podia não ser útil para todos os alunos mas sempre era uma forma de apoio para muitos. Dispensar estes cinco mil professores, além de significar que se brinca com a vida das pessoas, é perder uma oportunidade para puxar pelo sucesso escolar de todos e todas, nem que fosse através de apoios directos e de turmas mais pequenas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Para reflectir…e agir


(…)Se é verdade que o roubo nominal nos salários, por via da redução imposta pelo OE, se aplica aos salários a partir de 1500€, não é menos verdade que quem vai ser mais espoliado por esta orientação política do governo são os professores contratados, que à situação de precariedade em que viviam até agora terão que acrescentar um horizonte de desemprego a partir do próximo ano lectivo.(…)

Francisco Santos, em (Re)Flexões

(…) Todos sabem que, do ponto de vista da avaliação da qualidade do trabalho desenvolvido por cada escola, os rankings publicados valem zero. Todos sabem. Mas, ano após ano, os jornais publicam-nos. É uma boa maneira de vender papel? É, sem dúvida. Há alguma seriedade nisto? Não descortino nenhuma. Vende-se o papel e vende-se a ilusão de que se está a revelar uma informação objectiva. Mas o que se está a vender é mais um faz-de-conta, que se junta a tantos outros faz-de-conta em que este país vive. Neste caso, é o faz-de-conta de que avaliamos a qualidade das escolas através de um ranking.(…)

Mário Carneiro, em “O Estado da Educação”

(…) Falo do enterro da Área de Projecto, que desde o início andava moribunda, e que grande parte dos professores se encarregou de desvalorizar primeiro, para mais tarde liquidar. Ao mesmo tempo que agrada a quem sempre achou preferível dar mais tempo às disciplinas consideradas “nobres” e sempre achou que a integração de saberes é uma inutilidade, o governo irá poupar uns tostões com a eliminação dos pares pedagógicos que leccionavam a AP no 2º ciclo. De caminho pensa também conquistar o coração dos pais cuja principal preocupação é o diploma.(…)

Francisco Santos, em (Re)Flexões

(…)É bom que não se reeditem invejas antigas. Ex-titulares contra relatores, jovens sem redução da componente lectiva contra menos jovens com essa redução, aderentes da farsa da avaliação ou da gestão contra resistentes inabaláveis e por aí adiante. Todos, mas todos, terão a perder se o balão da contestação não voltar a encher. A resistência é tão justa como antes.(…)

Paulo Prudêncio, Correntes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relatório do CNE incompatível com medidas do governo para a Educação

O Conselho Nacional de Educação apresentou um relatório sobre o sistema de ensino português que deixa perceber as suas fragilidades tanto ao nível dos apoios sociais como ao nível do sucesso escolar (apenas um terço dos alunos chega ao 12º ano sem chumbar). Este órgão conclui que é necessário apoiar todos os alunos em dificuldades, promover equipas educativas para garantir melhores aprendizagens e evitar qualquer redução nos apoios sociais, mostrando um grande incómodo em relação aos cortes na Educação anunciados no Orçamento de Estado. Mas o governo continua com palas nos olhos.

aqui e aqui as notícias

Ministério da Educação assume-se como Ministério da Precariedade

A Ministra da Educação anunciou que não haverá concurso em 2011 para integrar cerca de 15 mil professores precários nos quadros, voltando atrás na promessa que tinha feito em Janeiro. Recordamos a verdade crua dos números: nos últimos quatro anos aposentaram-se cerca de 15 mil professores e só entraram nos quadros das escolas perto de 400 professores. A precariedade naturaliza-se na Educação, de tal forma que já nem suscita um pingo de vergonha dos responsáveis políticos.

Falta de assistentes operacionais: denúncia

Como cidadã, como contribuinte, como mãe cumpro informá-los sobre o exposto.

A este episodio acresce que durante esta semana, o meu filho de 7 anos conseguiu sair da escola, embora não tenha autorização para isso sem a supervisão de um adulto por falta de capacidade do Agrupamento em ter auxiliares de acção educativa suficientes.

Sou mãe do David Silva Stichini Santos, aluno da Escola Primária do Forte da casa, 1º ano sala 14.

Gostaria de vos expor uma situação presenciada por mim e que me provoca preocupação sobre a segurança dos alunos na Escola.

Tenho reparado que desde o início do ano lectivo o meu filho apresenta muitas nódoas negras, o David dizia que eram quedas e isso tranquilizou-me.

Esta segunda feira para alem das nódoas negras surgiu com o queixo esfolado, decidi nos dois dias seguintes vigiá-lo enquanto não entrava para a sala.

O motivo das nódoas negras não são quedas mas o ataque de 3 miúdos mais velhos (a avaliar pela altura dos mesmos) que mal o David chega se unem e lhe batem.

Até posso compreender que estão com falta de auxiliares de Acção Educativa (chamei a atenção às auxiliares da Escola que me responderam não conseguirem supervisonar tudo o que se passa na escola) mas não posso deixar de ficar apreensiva.

Tenciono escalar a situação para a Professora do David e enquanto mãe começar a vigiá-lo sempre que possível.

Tenciono também caso o David continue a apresentar ferimentos pedir a responsabilização e deixo como sugestão uma vez que no horário da manhã ao que parece 1º e anos seguintes estão muito próximos isolar\ colocar mais auxiliares a controlar as atitudes dos alunos mais velhos.

Identifiquei os autores das agressões e tenciono identificar também a turma a que pertencem e alertar a professora titular.

Agradeço a vossa colaboração no sentido de verificarem o que se passa e de me passarem a informação sobre as medidas que pretendem tomar.

Zélia Silva

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Formação de professores: denúncia

Quero denunciar a situação vergonhosa dos centros de formação. Também foram mega-agrupados e já se percebeu que não vão conseguir dar resposta às necessidades de formação do pessoal docente que cada vez mais recorre a formações pagas. Mais um negociozinho lucrativo, às custas dos que se encontram reféns deste nosso sistema educativo que não tem ponta por onde se lhe pegue. Além da óbvia discriminação, (de uns terem direito a acções e outros não) há ainda a questão da qualidade dessa formação que muitas vezes não é nenhuma. Essas acções servem para Inglês ver como tudo o resto. São muitas vezes repetitivas. Não trazem nada de novo ou inovador à prática pedagógica e ainda são frequentemente agente de torturas. Como não impera ali o bom senso, são frequentemente exigidos aos professores trabalhos que ocupam demasiadas horas em nome da recente fúria avaliativa.
Por outro lado continua a haver carência de formação em várias áreas, sendo que algumas estão a ser exigidas a todos os professores, como nas TIC e em novos programas curriculares. Muitos professores estão a iniciar o seu trabalho com novos programas, sem terem tido uma formação adequada.
E como se isto não bastasse, espera frequentemente muitos meses ou anos pelo papelinho que atesta essa formação. Quanto tempo será necessário para preencher um documento com os dados do professor, da acção e da sua avaliação?

Todos contra os cortes na Educação

Por uma vez, pais, professores, directores de escolas e as duas federações sindicais estão de acordo. Todos garantem que "o corte cego" de 11 por cento na proposta de OE para a Educação pode ser fatal para a escola pública. Há quem adivinhe "escolas ingovernáveis" e quem preveja o aumento do abandono e insucesso escolar.

Falta de recursos humanos para apoiar alunos: denúncia


O meu filho entrou em Setembro, no 1º ano, numa escola pública, (a privada não é uma alternativa, por não existir) no interior do país - Oliveira do Hospital, pertencente ao distrito de Coimbra.
Foi inserido numa turma com 16 meninos. No dia de apresentação, no início do ano lectivo, apareceu mais uma menina. A turma ficou com 17 alunos.
Destes alunos, uma menina tem necessidades educativas especiais (não consegue estar sentada; o dia dela é passado a entrar e sair da sala de aula), um menino tem apoio especial e outra menina tem uma doença crónica a nível pulmonar, o que a obriga a fazer “máscara” de 3 em 3 horas, perdendo neste processo cerca de ½ hora várias vezes ao dia. Além destas situações tem, como era de prever nesta fase, meninos indisciplinados, que talvez se deva à imaturidade.
A esta turma foi atribuída a professora da turma, uma professora de apoio especial para o menino, que se prende com questões relacionadas com terapia da fala (nada de transcendente) e uma professora para a menina com n.e.e., 4 horas por semana. À menina com doença crónica, não lhe foi atribuído qualquer espécie de apoio.
A professora da turma, como é de prever, pois é humanamente impossível, não consegue chegar a todos os alunos.
A escola tem perto de 200 alunos e tem 3 auxiliares, com os turnos que lhes estão atribuídos.  Uma auxiliar está, por iniciativa da escola, afecta, em parte, à menina com doença crónica, restando, assim, 2 auxiliares para toda a escola.

A minha pergunta é a seguinte:
Como é que se pode falar de sucesso escolar, numa turma com estas características e com estes meios disponíveis?

Susana Menezes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Escola Secundária do Restelo: denúncia

Apelo a quem de direito para que rapidamente se resolva o problema da falta de professor(a) de Português no 8º ano turma E desta escola (penso que não será a única, claro).
Já lá vai mais de um mês do ano lectivo, um terço do primeiro período, e os alunos continuam a ver filmes para preencher esta falta.
Seria excusado evidenciar a importância e gravidade deste facto qualquer que fosse a disciplina mas,neste caso,até se trata de uma disciplina nuclear.
Assim não é de admirar que a classificação da escola pública continue a baixar no ranking nacional.
Com os meus cumprimentos e agradecendo desde já a resolução do assunto exposto,

Adelino Manuel Pereira da Silva

Ecos da denúncia

A campanha de denúncia lançada pelo Movimento Escola Pública foi motivo de uma reportagem oportuna do jornal i, que reproduzimos em baixo:

Tudo o que corre mal nas aulas cabe no blogue das escolas públicas

Pais e professores aderem à campanha do Movimento Escola Pública e denunciam turmas sobrelotadas, alunos sem professores ou escolas sem psicólogos

Maria Alberta é uma professora aflita. Tem quase 100 alunos nas suas turmas de Filosofia e não faz ideia onde arranjar tempo para corrigir os trabalhos de todos e acompanhar individualmente cada um dos adolescentes. Carlos Marques é um professor confuso. Ficou colocado na Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, para dar aulas de Contabilidade, mas não tem habilitações para isso. Enquanto aguarda que lhe resolvam o problema, há duas turmas sem aulas há quase um mês. Miguel Martinho é um professor angustiado. Dá aulas de Educação Musical na Escola Básica 2+3 Piscinas, em Lisboa, e muitas vezes não tem instrumentos musicais nem um quadro pautado para ensinar o dó-ré-mi.

São queixas na primeira pessoa. Pais, professores, alunos ou funcionários contam tudo o que corre mal nas escolas. Esse é o desafio que o Movimento Escola Pública (MEP) lançou com a campanha "Não Fiques Calado". A iniciativa está só no início, mas todos os dias chegam relatos de docentes ou de encarregados de educação que querem mostrar o que está errado no ensino público.

É o caso da professora Fátima Gomes que, todos os dias, tem a mesma dúvida: como é que a Secundária de Barcelos com mais de 1200 estudantes não contratou sequer um psicólogo? No outro canto do país, Cláudia Correia é uma mãe ainda à procura de respostas. As aulas já começaram há um mês e, na Escola Básica de Montenegro (Faro), faltam professores para assegurar as actividades de enriquecimento curricular, animadores socioculturais para ocupar os tempos livres das crianças ou computadores para alunos e professores usarem na sala de aula.

Queixas para ler online Turmas que ultrapassam o número legal de alunos, agrupamentos sem psicólogos, alunos com necessidades especiais sem acompanhamento, escolas onde faltam cobertura para os dias de chuva são as denúncias mais recorrentes que qualquer um pode ler no site movimentoescolapublica.blogspot.com.

O MEP promete fazer tudo para que as queixas não caiam no vazio. E por isso vai acompanhar todos os casos que vão chegando ao seu e-mail movimentoescolapublica@gmail.com. "O nosso objectivo passa por prestar apoio a todos que denunciam as ilegalidades e, se for caso disso, fazer com que as denúncias cheguem ao conhecimento do Ministério da Educação", explica o coordenador da campanha Miguel Reis.

Mais do que alertar para as falhas que ainda persistem desde o início das aulas, o Movimento Escola Pública quer demonstrar que sem recursos as escolas públicas não podem prestar um ensino de qualidade: "A própria ministra da Educação anuncia metas de aprendizagem, mas depois não há mais financiamento para cumprir esses objectivos. A escola pública precisa de meios para apoiar os alunos", critica Miguel Reis.

Trata-se, portanto, de um protesto que não pretende ser "só mais um protesto", avisa o coordenador da campanha: "Não queremos apenas criticar. Queremos sobretudo demonstrar que por detrás dessas críticas há alunos, professores e pais, que apesar de terem o direito a um ensino de qualidade, estão ainda muito longe de conquistarem a escola que merecem", remata.

Sócrates e a maçã envenenada da escola pública

Professoras e professores sabem o que terão pela frente: alunos e alunas que não comem e não têm manuais escolares. Os e as que já no passado se quotizaram para pagar passes e refeições conhecem o flagelo. Os, agora, Assistentes Operacionais sabem bem o que é ver meninos e meninas, encostados aos pavilhões à hora de almoço, meninos e meninas que não almoçam, porque não podem, não têm dinheiro.

domingo, 17 de outubro de 2010

Patético

José Sócrates e Isabel Alçada pavoneiam-se em conferências pela defesa da Escola Pública, aproveitando o brinde constitucional entregue de bandeja pelo PSD. Entretanto, o Orçamento de Estado para 2011 dá conta de um corte de mais de 11% na Educação, cerca de 500 milhões a menos em salários e 300 milhões a menos nas condições de funcionamento nas escolas (ver aqui e aqui). Os cortes na Educação são esmagadores, mas José Sócrates brada com toda a lata:


Dizer uma coisa e fazer outra tornou-se uma regra deste governo. É uma estratégia cujo sucesso depende inteiramente da força da sua propaganda. Repetir mentiras mil vezes para as tornar verdade, armar-se em defensor dos pobres enquanto lhes mete a mão no bolso. É assim que a Ministra pode continuar com a sua propaganda sobre a escola encantada:


Pois. Com pozinhos de prelim-pim-pim vamos lá.

Irracionalidade no ensino: denúncia

Sou professor numa escola onde já acabam as Beiras e já cheira a Douro.

O motivo pelo qual hoje estou a escrever para esta campanha não é uma situação concreta que reflita o maior ou menor desinvestimento na educação, o maior ou menor número de recursos humanos e materiai (sejam ela(e)s professora(e)s, auxiliares, administrativos, salas, impressoras, etc, etc, etc,). É tudo isto, mas, essencialmente a completa falta de estratégia de politica educativa.

Muito sucintamente, o caso é o seguinte:

Para além de ter uma reprografia que abre às 9:00, fecha às 11:15, e abre às 14:00 e encerra às 16:00, de existir apenas uma impressora para todos os docentes dessa escola, faltarem auxiliares de acção educativa, ter sido inaugurado um novo centro escolar para o 1º Ciclo que por exemplo as instalações para as AEC`s de Educação Física não tem qualquer tipo de espaço fechado, e os seus equipamentos estão adequados para alunos do secundário!!. O facto de existir um aluno portador de deficiência profunda, que faz com que necessitem de um auxiliar ou professor permanentemente com ele, pois não é autónomo para necessidades tão básicas como comer ou ir a uma casa de banho.

Como digo para além de todas estas questões que, umas vezes melhor outras vezes pior se vão ultrapassando (não há outro remédio) o que para mim já não é razoável são as escolhas ao nível da política educativa.

Vejam este caso: No ano passado existiam 2 turmas de 9º ano que eram cef`s de cabeleireiras e outro de mecânica. Este ano juntaram-se as 2 turmas e fez-se um 10º ano Curso profissional de Turismo.

Digam-me que raio de racionalidade existe para este tipo escolhas e opções.
Na verdade nenhuma, nem neste caso nem em muitos outros que estão replicados pelo país. Na maior parte das vezes nem são as escolas as grandes culpadas, estas são as estratégias que elas encontram para três situações que se deparam: 1- a necessidade de terem que manter os alunos na escola e cumprirem as metas do abandono; 2 - porque os cursos profissionais são importantíssimos para financiarem as escolas e 3- para manterem o crédito horário.

sábado, 16 de outubro de 2010

Abusos e incompetência em Agrupamentos dependentes da DREC: denúncia


Venho denunciar algumas situações graves que condicionam o trabalho de educadores/professores.

Numa sala de aula, há 25% de alunos com Planos de Acompanhamento (retidos), 2 alunos há imenso tempo à espera de clarificação (NEEP??) da sua situação medico /escolar, sem o docente saber que medidas deverá tomar para apoiar estes discentes, visto todos os pedidos de apoio, dirigidos aos Recursos Humanos da DREC, serem automaticamente rejeitados.

Outras situações anómalas ( ou não, pois neste país já nada nos espanta) são altamente comprometedoras do sucesso escolar que o M. E. tanto apregoa querer atingir.
Refiro-me a casos de colegas de mais idade ( 1º ciclo), com dispensa da componente lectiva e com o cargo de Coordenação de uma escola enorme e problemática, ter de, durante semanas, substituir uma colega que se encontra doente.

Uma colega que foi deslocada de escola, por gravidez de risco, foi substituída pela professora do apoio socio-educativo, ficando vários alunos de diversas turmas e escolas prejudicados ; o que é mais surpreendente é que supostamente ninguém será colocado nesse lugar da colega grávida, até ao final do ano lectivo.

Quanto à colocação de assistentes operacionais nem é bom falar: em escolas com quase 200 alunos (de 1º ciclo e três regimes de funcionamento -- das 8h da manhã às 18h 30m) há apenas duas pessoas, eu diria, heroínas escravizadas, para abrir e fechar portões, atender telefonemas, proceder à limpeza de uma escola enorme, tirar fotocópias, vigiar as crianças, ajudar os professores em pequenos trabalhos educativos ........

Será que, embora haja a justificação com a crise económica do país, este cenário se repete em todas as direcções regionais ou será mesmo má vontade da DREC ???

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rankings outra vez


Podem estes rankings medir o esforço de uma escola que consegue que alunos seus com imensas dificuldades progridam significativamente nas aprendizagens ainda que com resultados baixos? Não. Essa escola ficará sempre pior classificada do que outra escola que recebeu alunos com poucas dificuldades e que assim se mantiveram.

Deixamos aqui alguns excertos de notícias de hoje, mas também de dois artigos antigos que mantêm no essencial a actualidade, por serem ilustrativos da perversidade destes rankings. Para reflexão.

No básico, muitas das que estão no fim da lista pertencem a Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), como são a escola da Apelação, em Loures (1294.º) ou a do Monte da Caparica (1293.º); situam-se em regiões economicamente deprimidas, como Setúbal, ou em zonas carenciadas como as escolas de Miragaia (1254.º), no Porto ou do Bairro Padre Cruz (1288.º), em Lisboa.

É muito fácil estar no topo: basta ser selectivo no público que ingressa na escola
António Teodoro, especialista em Ciências da Educação, da Universidade Lusófona, em declarações ao Público (aqui)

O Colégio Internacional de Vilamoura (privado) é a escola algarvia melhor classificada no ranking 2010, no 50º lugar

Os rankings fazem parte da voragem pseudo-avaliadora que perpassa muitas estruturas sociais. Como é óbvio, é uma voragem feita de falsas aparências, de números superficiais que deveriam traduzir a realidade última das coisas.
Carlos Carujo, 2009 (daqui)

O que os Rankings mostram não são os projectos inovadores de algumas escolas nem o esforço meritório de outras. Mostram sim as disparidades sociais existentes no país, tanto entre o litoral e o interior, como entre bairros abastados e bairros pobres à volta dos centros urbanos.
Miguel Reis 2007, (daqui)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ensino especial: denúncia

Sou docente de educação especial. No agrupamento onde lecciono o nº de alunos com Necessidades Educativas Especiais passou de 57 a 82 em dois anos, com casos muito graves, mas que não são para frequentar unidades de ensino estruturado ou de multideficiência. O número de docentes manteve-se o mesmo (5 docentes), sendo que temos que dar apoio a três escolas básicas com jardins de infância e a uma escola básica do 2º e 3º ciclos.

Envia a tua denúncia para movimentoescolapublica@gmail.com

Disparate nos concursos: denúncia

Sou professor contratado, do grupo 430, e fui colocado na Esc. Sec. Rafael Bordalo Pinheiro para leccionar Contabilidade a cursos de Contabilidade. Acontece que sou de Economia e Planeamento Regional e não tenho competências para tal. O Ministério entende que sim porque, de forma cega, juntou os antigos 6º (Gestão e Contabilidade) e 7º (Economia e Direito) grupos num só (430). Resultado: enquanto aguardo que a DREL ou a direcção da escola resolvam este problema que é ter um professor num horário para o qual não tem habilitações, estão duas turmas sem aulas há mais de um mês.

Em 2009/2010 não fui avaliado. Por esse motivo, segundo pude constatar nas listas, tive cinco colegas que, tendo igual nota no concurso, ficaram à minha frente por terem sido avaliados por Muito Bom.

Carlos Manuel Marques Cipriano

Autarquias sem dinheiro para refeições escolares

Um mês depois do arranque das aulas, subsistem graves problemas. Há autarquias em risco de suspender as refeições escolares, os apoios sociais estão atrasados, faltam auxiliares e professores do Ensino Especial e o transporte escolar apresenta lacunas.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

EB 2,3 Piscinas – Lisboa: denúncia

Esta semana tive a oportunidade de manifestar o meu desagrado com a falta de condições de trabalho com que me defronto regularmente na escola onde exerço funções (E.B. 2, 3 Piscinas - Lisboa). No passado dia 7, escrevi 4 páginas no livro de reclamações da escola (das páginas 11 à 14). Venho por este meio dar-vos a conhecer o conteúdo das mesmas:

Reclamação :

"Venho por este meio reclamar a falta de condições para que possa desempenhar as minhas funções da forma mais adequada. Na minha função de docente de Educação Musical desta escola, confronto-me regularmente com falta de “equipamento” fundamental para a leccionação da minha disciplina. Apesar de ter apresentado (inúmeras vezes) pedidos para a aquisição de material (há cerca de um ano elaborei uma lista a propósito do projecto para o “Clube de Música” da escola, clube que teve o seu início comigo no ano passado, mas que nada “recebeu” em termos de recursos materiais e de instrumentos musicais para o seu funcionamento).

Hoje mesmo tive a oportunidade de “dar” uma aula numa sala absolutamente normal, ou seja, sem qualquer instrumento musical e sem quadro pautado. A escola tem três professores que leccionam a disciplina de Educação Musical, porém, em várias ocasiões o único “instrumento de tecla” tem de ser “partilhado” – é fundamental o seu uso para a prática de canções em conjunto e para transmitir conteúdos relacionados com a harmonia, por exemplo.

Quando são inauguradas escolas novas pelo senhor Primeiro Ministro, em jeito de propaganda, não deixo de pensar na falta de condições que a nossa continua a ter. Para além da falta de instrumentos, não posso deixar de referir nesta reclamação ainda o seguinte:

- Existe, em muitos casos, um número de alunos excessivo por “classe” – com várias turmas neste ano lectivo com o número exacto de 30 alunos – no ano passado existiam crianças com Necessidades Educativas Especiais inseridas numa turma com mais de três dezenas de estudantes (numa outra escola TEIP, como a nossa, que tive a oportunidade de visitar, em nenhuma turma era ultrapassado o número de 18 alunos);

- Nos dias de chuva, não existe protecção “telheiro”/”cobertura” entre os blocos de salas de aula – no ano passado vi alunos completamente molhados;

- Existe de facto uma “sala de Música” (sala 13), mas lá dentro a lâmpada que ilumina o quadro está fundida desde Novembro de 2009, o que obriga alguns alunos a levantarem-se para que possam ver o que escrevo no quadro (tive oportunidade de chamar a atenção para este facto nos passados meses de Novembro, Dezembro, Janeiro…);

- Existem vários alunos que se deslocam em cadeiras de rodas, mas faltam as rampas para facilitar esses movimentos;

- A sala de Educação Musical (sala 13 – já referida) encontra-se no piso de “cima”, condicionando desfavoravelmente o “seu” acesso, uma vez que existem escadas.

Esta lista de reclamações poderia infelizmente continuar por várias páginas, no entanto, termino salientando que se trata de uma escola frequentada por um número significativo de alunos carenciados. É por eles e por todos os outros que redigi este texto!"

Peço ainda que vejam o seguinte:

http://www.ionline.pt/conteudo/62643-hiperactivos-qual-e-escola-que-gosta-dos-alunos-irrequietos

Sem mais, com os meus melhores cumprimentos e agradecimentos,
Miguel Martinho

Escola E.B.2,3 de Jovim: denúncia

Na Escola E.B.2,3 de Jovim (Gondomar) não há psicólogo.
Os professores têm menos horas de componente individual de trabalho (CIT). As horas de reuniões não saem da componente de escola mas da CIT. Há dois anos que a direcção faz os horários desta forma. Este ano, a Direcção, alertada para o "erro", continua sem corrigir a situação.
Na mesma escola, os professores de Língua Portuguesa não dispõem de 90 minutos semanais (retirados da componente não lectiva) para trabalhar os novos programas, tal como a DGIDC preconiza. A Direcção, aconselha os professores a fazer essas reuniões semanais por conta da sua componente individual de trabalho.

Escola Secundária de Tavira: denúncia

Tenho duas turmas com 29 alunos, no 10º ano, na Escola Secundária de Tavira.
Insuportável porque os alunos estão muito desconcentrados e conversadores. Ao todo tenho 98 alunos, na disciplina de Filosofia. Como corrigir trabalhos? Como acompanhar, individualizando, quando passo imenso tempo na escola?
Impossível!
Obrigada
Maria Alberta Fitas