terça-feira, 31 de agosto de 2010

Concurso de precários/as

Antes de mais, e para os cidadãos menos informados, há que dizer que este concurso de professores não é um concurso para colocar docentes nos quadros das escolas. É sim um concurso para oferecer postos precários aos docentes que se candidatam.
Dos cerca de 50 mil candidatos, mais de 30 mil não obteve colocação. 17 mil professores foram colocados (precariamente, claro), 10 mil dos quais através da renovação de contrato na mesma escola (sendo que dos restantes sete mil só uma parte obteve horário completo).
Estes números mostram que o governo aposta cada vez mais na precariedade dos docentes, prejudicando a qualidade do ensino. Senão vejamos:


1) Nos últimos anos cerca de 14 mil professores aposentaram-se, mas apenas 400 professores entraram nos quadros. Isso significa que os muitos milhares de professores colocados agora com horário completo correspondem a necessidades permanentes das escolas e por isso deviam estar nos quadros das mesmas. Mas a precariedade continuará a ser a sua vida.


2) Dos mais de 30 mil professores agora não colocados espera-se que a grande maioria o venha a ser nos próximos meses, inclusivamente em horários completos. Isto mostra como o governo, em nome da precariedade, sacrifica a qualidade do ensino. Poupa-se dinheiro em um ou dois meses de salário (Setembro, Outubro…) e em muitos casos os alunos ficam sem uma ou mais disciplinas durante esse período. Perdem os alunos e também os docentes que continuam a fazer da precariedade a sua vida.

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