quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Mais de 2 mil professores agitaram Coimbra
Foi a maior manifestação de professores alguma vez vista em Coimbra. Muitos deles participaram pela primeira vez na vida num acto deste tipo. Tudo graças à política deste governo, da Ministra cada vez mais arrogante, sem esquecer a "lata" do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, ameaçando não cumprir decisões judiciais no seu estilo trauliteiro e fanfarrão
Partindo da Praça da República, cerca das 21 horas, mais de dois milhares de professores percorreram dia 26 de Fevereiro as ruas da cidade de Coimbra em direcção à DREC, onde se concentraram durante algum tempo. Ouvimos intervenções e informações, partilhámos angústias e lamentos, mas também recolhemos a solidariedade e a força necessárias para derrotar a prepotência dos tiranetes da 5 de Outubro e para superar a crise em que nos quiseram mergulhar, procurando novos caminhos para a educação e para a revitalização da escola pública.
Foi muito animador e interessante ver muita gente, nunca antes dada a estas práticas, vir para a rua, simultaneamente para protestar e confraternizar. É claro que há muito ainda que debater, que pesquisar e que acertar, para que se criem verdadeiras linhas de convergência na acção. Estes protestos devem transformar-se, de facto, em projectos. Os professores têm que furar o bloqueio que lhes foi imposto e afirmar-se na sociedade como agentes de mudança no sentido da emancipação, da igualdade de oportunidades e da democracia. Os professores, não sendo os únicos intervenientes no processo educativo, não podem deixar-se acantonar em redutos defensivos e de feição exclusivamente laboral. Têm que estabelecer as desejáveis pontes com os sectores mais progressistas da sociedade portuguesa e com aqueles que estão dispostos a trabalhar em verdadeiras parcerias educativas que se projectem para além dos muros das escolas.
Estas iniciativas, que se vão multiplicando pelo país, devem contrapor-se aos discursos e aos interesses neo-conservadores e neo-liberais, que caminham juntos para um projecto de sistema educativo que sirva os seus modelos concentracionários, discriminatórios e mercantilistas. Devem contribuir, por isso, para abrir perspectivas, para alargar a participação democrática e para aumentar a força do movimento.
Juntar forças e refrescar ideias é o nosso caminho.
José João Lucas
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