Primeiro, a contrastar com o característico frio sintrense e cansaço próprio do final de semana, o ambiente caloroso no Restaurante Apeadeiro, onde ao jantar se debateram análises e pontos de situação, principais problemas identificados, rumo para o retomar e o futuro do movimento de contestação docente e, incontornavelmente, a celebração comedida da revogação pela oposição, ontem na AR, do DL 18/2011, sendo presente em todos que o Governo voltará à carga mais cedo ou mais tarde com nova iniciativa legislativa, à qual será novamente vital opormos resistência tenaz.
O actual modelo de gestão, o processo imposto dos mega-agrupamentos e o encerramento de escolas, a degradação contínua dos direitos e das condições socioprofissionais, a precariedade eterna sem vinculação à vista por contraponto ao desemprego assustador que se anuncia já para Setembro, foram igualmente tónica de muitas conversas e trocas de impressões. Igualmente as relações com as organizações sindicais, as estratégias para a continuação da luta e a avaliação, um ano depois, da eficácia discutível do "acordo de princípios", estiveram no centro dos debates.
A troca de ideias prosseguiu, já fora do restaurante, a caminho do palacete da Câmara Municipal. Aí, as tarefas usuais, afixação das faixas (em defesa da Escola Pública e contra este modelo de ADD). A identificação à GNR, que compareceu no local, e o rever, mais ou menos emocionado, de colegas e companheiros desta e de outras lutas. A vigíla entretanto ia engrossando, com mais de 60 participantes.
Compareceu no local uma equipa de reportagem da SIC, que documentou em imagens a concentração e colheu duas extensas entrevistas ao presidente da APEDE e a Paulo Ambrósio, que reportou a luta de EVT como um exemplo para a resistência docente a todos os outros ataques que permanecem - frutos directos dos cortes orçamentais aos serviços públicos essenciais - consagrados no OE e nos sucessivos PEC's e executados friamente pelo governo do PS. Infelizmente a opção editorial, no telejornal das 00h00, foi emitirem a peça com imagens, mas somente com voz off, sem qualquer transmissão das referidas entrevistas. (alguns segundos das mesmas seriam, contudo, posteriormente exibidas no telejornal das 13h da SIC)
Presenças notadas: o editor do blogue "O Estado da Educação", Mário Carneiro, Jaime Pinho, do "Movimento Escola Púiblica" e a deputada do BE, Ana Drago, que também se dirigiu aos presentes numa intervenção escutada atentamente.
Depois das Caldas da Rainha, Aveiro e Sintra, foi sublinhado pelos organizadores da vigília a necessidade de alargar e multiplicar, nos agrupamentos e nas ruas, um pouco por todo o país, estas reuniões locais de professores. De fazer alastrar para os agrupamentos circundantes as tomadas de posição contra a ADD já existentes. A urgência de alertar e encorajar os colegas mais alheados para a necessidade de se incorporarem na luta. Apelos à participação dos professores nas iniciativas próprias que se avizinham (Campo Pequeno, Marcha pela Educação) e noutras (como os protestos da "Geração à Rasca").
Por volta da meia noite começou o regresso a casa, com a promessa de empenhamento na luta por parte de todos, e um "até breve!"
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