domingo, 17 de janeiro de 2010

Evitar a institucionalização


O tema abordado na Noticias Magazine n.º 920 sobre a institucionalização de crianças e adolescentes, pode ser incómodo, mas é incisivo, sobretudo pela coragem de afirmar sem hipocrisias, que tem efeitos comprovadamente negativos para os próprios e para a sociedade. Um trabalho, que deixa pistas fundamentais, nomeadamente a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, que o Estado português ratificou, e por isso assumiu responsabilidades, com particular incidência no caso das crianças desprovidas de meio familiar adequado, para que se reduzam os casos de pobreza, orfandade, abandono, maus-tratos e violência doméstica. Mas o que vivemos cada vez mais em meio escolar, é o fácil e frio recurso à institucionalização.

Sem que os vários órgãos de gestão dos agrupamentos de escolas ou mesmo as associações de pais manifestem grande interesse em conhecer o destino dado às muitas crianças e adolescentes que em cada ano lectivo vão sendo institucionalizadas, como solução prática, tanto para os factores sociais das famílias desistruturadas e muitas vezes para a falta de resposta adequada de meios técnicos e profissionais, que não são disponibilizados nas escolas pelo Ministério da Educação. Quantos rostos, quantos nomes de alunos se apagam na indiferença e no esquecimento imposto pelos silêncios que normalmente imperam nestes processos.

Prevenir as situações de institucionalização, fomentando alternativas, tal como nos é sugerido no texto “Evitar a institucionalização” é um arrojado desafio, mas valia a pena debater na sociedade e nas escolas, para que houvesse mais sensibilidade na aposta do caminho que encare tais processos, cm último recurso e de duração temporária. Desta forma as comunidades escolares não cortavam laços com estas crianças e adolescentes, porque independentemente de na generalidade dos casos, serem desprovidos de meio familiar, como também é dito “não merecem menos do que quaisquer outras crianças”.

José Lopes (Ovar)

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