quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Modelo de gestão escolar


Com a saída de cena no Ministério da Educação de Maria de Lurdes Rodrigues e seus secretários de estado, as negociações entre sindicatos e a nova ministra, Isabel Alçada, estranhamente estão a branquear o modelo de gestão escolar, quando a figura do Director foi criada à imagem e semelhança da própria ex-ministra, que deixou estes representantes do ministério nas escolas e agrupamentos de mãos atadas, sem verdadeira autonomia no que é essencial para a verdadeira função da escola pública cujas políticas educativas tardam a ser avaliadas no concreto ou seja, para além do aparato dos investimentos, desarticulados de critérios de exigência.

Aos directores foi deixado o papel de submissão às lógicas economicistas dos governantes do poder central e local, e às preocupações estatísticas que predominam no ensino, bem como o de gestores de mão-de-obra precária, em que estão transformados também os jovens profissionais da educação em Portugal.

Esta pode ter sido uma oportunidade perdida para repor a democracia que se está a perder em meio escolar, em que era preciso voltar a dar oportunidade aos vários elementos das comunidades escolares para elegerem o órgão colegial, como os antecessores conselhos executivos, modelo bem mais coerente com a escola pública.

José Lopes (Ovar)

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