sábado, 7 de junho de 2008

2008 - Ano Nacional de Recuo na Inclusão?

Imagem: http://www.inf.pucrs.br/~vpetry/projeto2/cadeiradancante.jpg
7 de Janeiro - a lei muda as regras do jogo nas escolas públicas, para os alunos referenciados com necessidades educativas especiais (NEE)
  • a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (vulgarmente designada por CIF) para decisão sobre a elegibilidade destes alunos para obterem ou manterem apoios especializados a nível da Educação Especial
7 de Junho - em todas as escolas, sabe-se já uma das consequências: turmas maiores, menos apoios, menos professores; poupança de euros hoje, medo do pior panorama no futuro
  • estes alunos continuam a existir, apenas desapareceram das estatísticas
  • a escola inclusiva parece estar a ser enterrada, como é característica comum em países subdesenvolvidos
A FENPROF, que também cita a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria nas suas críticas, estima que 60 % dos alunos deixarão de ter apoio. O Ministério da Educação prefere referir o aumento de investimentos na Educação Especial em 2008 (de 800 mil para 7,18 milhões de euros/ano), e indicar que serão apoiados mais 490 alunos em 2008/2009.

O caso é sério. O sistema que tem vigorado não era perfeito, mas tais alterações assustam.
A situação não admite brincadeiras estatísticas e exige que se garanta aos alunos e às famílias confiança na escola que sustentam com os seus impostos e no Estado que subscreveu Convénios Internacionais como a Declaração de Salamanca (1996). Quem assegura a qualidade do apoio prestado e as condições concretas de aplicação do princípio da inclusão? Quem verifica a coerência com as recentíssimas conclusões do Forum Educação para a Cidadania?

As declarações do Secretário de Estado Dr. Lemos ao DN (09.04.2007), misturando este tema com as "soluções" de curriculum alternativo, Cursos de Educação e Formação (CEF) ou TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) não tranquilizavam ninguém, e o Ministério procurou mesmo corrigir a sua leitura . A Inspecção-Geral de Educação recomenda o reforço da distinção entre as medidas de educação especial destinadas aos alunos com necessidades educativas especiais e as medidas de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem. O nº obrigatório de alunos por turma (24 -1º ciclo, 28 nos restantes) não parece favorecer nenhumas.

Um ano depois, como vai ser? O Encontro Internacional sobre Educação Especial de hoje trará outra música para, finalmente, podermos dançar?

Ler+ PÚBLICO 07.07.08. Blogosfera: Atenta Inquietude , Profavaliação

1 comentário:

antónio disse...

Este Governo está a destruir tudo. Com a azáfama de fazer em todas as direcções e querer mostrar trabalho. Realiza disparates sucessivos.Acalmem-se e pensem que em Portugal somos pessoas, procurem ser honestos,mostrem alguma humanidade e já agora sejam competentes.Deixem as escolas trabalhar e ter tempo para os alunos. Os Professores,de quem dizem tanto mal,ainda são em muitas situações o apoio de muitos jovens.