domingo, 15 de junho de 2008

Situação do Ensino Especial “é dramática”


É pena ninguém se lembrar dos docentes de Educação Especial... Nem os sindicatos... e como cada vez somos menos e a trabalhar cada vez mais isoladamente ninguém se lembra... O nosso horário depende da compreensão/sensibilidade dos órgãos de gestão para estes assuntos (o que nem sempre acontece!!)
É que não há componente não lectiva (depois das 22 lectivas) que chegue para tanta coisa: avaliações pedagógicas, apoio de rectaguarda a docentes, formação a auxiliares, reuniões de articulação com os técnicos de saúde, reuniões de articulação com técnicos de segurança social, reuniões com as familías, preenchimento de toda a papeladada e mais papelada do processo de avaliação pela Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), reuniões de equipa multidisciplinar para cada aluno, etc., etc., etc,...
E o tempo para preparar a nossa intervenção directa com cada criança? Pura e simplesmente não há!!!
E muito mais haveria para dizer!!!
O que neste momente se passa com a Educação Especial é DRAMÁTICO!!!

Docente de Educação Especial muito indignada, num mail enviado para Ramiro Marques

1 comentário:

Maria José Vitorino disse...

COMPREENDO PERFEITAMENTE. O MESMO SE PASSA COM OS DOCENTES QUE COORDENAM BIBLIOTECAS ESCOLARES A TEMPO INTEIRO, E EM QUE VEM AUMENTANDO O Nº DE COLEGAS ESPECIALIZADOS PARA TAIS FUNÇÕES. Aqueles que não se enquadram imediatamente na representação oficial do magistério - o professor só é professor nos minutos em que se encontra dentro de uma sala de aula convencional (uma turma inteira ao mesmo tempo, se possível fazendo todos o mesmo, com o mesmo livro, a mesma tarefa, etc e tal). Fora isso, poderia até ser um robot que se desliga e volta a ligar na hora lectiva seguinte. Preparação? Deduz-se que a Universidade os preparou/programou para todo o sempre e amen, e as editoras os actualizam com manuais anuais e software adicionado para fins diversos. A Universidade e as Editoras resolvem os seus problemas de mercado, o Ministério as suas grelhas de avaliação cronométrica (hora a hora...). Uma espécie de SUDOKU? E no entanto como diria Galileu a educação move-se por outras formas e caminhos, os educadores exerceram sempre e exercerão o seu mister de outras maneiras e formatos. O que se perde é saber, tempo, vontades, na escola pública. Perdemos todos. A ignorância sendo muito atrevida, e o critério de qualidade algo construído social e culturalmente, é difícil argumentar com quem da escola apenas conhece a antiga forma anterior à Declaração de Salamanca (os colegas do Especial sanbem o que é) e à Década da Literacia da Unesco (os colegas das bibliotecas sabem o que é)e, antes disso, à Declaração dos Direitos Humanos - ide ver, ide ver, a Cultura e a Educação estão lá, quem diria, para toda a gente.