domingo, 31 de janeiro de 2010

Outra Escola é Possível


Na Biblioteca da Escola Secundária Camões, em Lisboa, teve lugar o II Encontro Nacional do Movimento Escola Pública. Uma tarde de Sábado que decerto não foi perdida por nenhum dos participantes. É que a discussão foi rica, plural e até empolgante.

Numa sala que ameaçou ser demasiado pequena para a meia centena de pessoas que ali se juntaram, não faltou debate. O documento escrito para o Encontro foi um ponto de partida sólido mas aberto para a discussão que se seguiu. Não se tendo arrumado em nenhuma gaveta a espantosa luta dos professores pela dignidade da sua carreira e da escola pública, abriram-se muitas portas para novos combates sobre o modelo de escola que queremos: menos alunos por turma e por professor, a democracia vivida na escola por todos os seus actores, equipas multiprofissionais, alunos e pais a participar, um currículo integrador de saberes e promotor da reflexão crítica e cidadã, uma escola que não desiste de nenhum/a aluno/a.

O Encontro foi também enriquecido pela presença do Ricardo Silva da APEDE, do Ilídio Trindade do MUP, da Carmelinda Pereira da CDEP, do Joaquim Sarmento (do Movimento Escola Moderna), de vários dirigentes do SPGL, do Sérgio e da Ana (da Associação de Estudantes do Camões) e do blogger e activista Francisco Santos que já postou no (Re)Flexões uma análise pertinente.

Mais de metade das pessoas presentes usaram da palavra tornando o debate construtivo e vivo. Falou-se do “Acordo”. E do que é isso do “Eduquês” e da “Autoridade dos Professores”. Dos chumbos, das retenções, e de como é preciso acabar com eles mas garantindo condições de aprendizagem para todos/as. De como a democracia deve ultrapassar qualquer modelo de gestão. De como o governo está mais interessado nas aparências do que na mudança. De como os estudantes devem ter voz activa na escola sem paternalismos. Da igualdade de oportunidades como missão da escola. E de muito mais.

O documento está agora a ser alterado de acordo com várias sugestões e em breve divulgaremos aqui a sua “versão final”. (Entre aspas, claro, porque é uma discussão sempre em aberto).

Deste encontro o Movimento Escola Pública Igualdade e Democracia saiu muito mais forte para enfrentar os novos desafios. Não só nós, mas todos os participantes e, sem falsa modéstia, a própria escola pública. É que os novos desafios vão exigir o empenho de muitos/as e é com isso que contamos.

2 comentários:

Liberdade à solta disse...

Os ataques à escola pública têm sido uma constante há já largos anos, assumindo uma tática concertada com interesses privados a partir de 2005. Por um lado degradou-se a qualidade da escola pública, desde a pré-primária até ao ensino superior, através da precarização sistemática da função pública, atingindo pessoal docente e não docente, fecham-se escolas e bloqueiam-se subsídios, o ensino superior no fio da navalha, por outro lado alimentam-se negócios chorudos em escolas privadas, á custa do erário público.O parque escolar mantém-se completamente degradado e em situação de ruptura. A privatização do ensino está em marcha e todos seremos poucos para a travar.É neste contexto que reinventar a Escola Pública parece ser uma preocupação prioritária.



A cosmética deste governo, http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/508 é imparável

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/511, os negócios envolvidos são pouco claros

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/509 isto quando o acordo que "apazigua" a

contestação nas escolas http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/514 deixa a nú

o ataque desbragado seja no ensino superior

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/513

seja no ensino básico http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/521

ou secundário http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/515 , ataques a que se juntam

muitos milhões de euros de "ajuda" ao ensino privado, situação que se tornou

escandalosa já em 2006 e que foi denunciada pela Fenprof

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/512

e que um relatório dois anos depois

http://www.dre.pt/pdf2sdip/2008/06/108000000/2508325101.pdf

vem confirmar as suspeitas
http://escolapublica2.blogspot.com/2008/06/estado-finaciamentos-do-ensino-privado.html

de muitos daqueles que têm vindo a mobilizar esforços

http://www.petitiononline.com/mudar123/petition.html

na defesa da Escola Pública.
http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/516

Chegou o momento de, em Portugal, se repensar e revitalizar a Escola Pública.

Emília Cerqueira *


* Membro do Movimento Escola Pública, professora da Escola E.B. 2.3 de Telheiras mº 1, Lisboa, delegada sindical do SPGL, actualmente a dinamizar em cooperação com professores da Escola Secundária com 2,3 ciclos Passos Manuel, o projecto "Matemática e Cidadania: se não temo o erro é porque estou pronto a corrigi-lo"

http://matematicasolta.blogspot.com/2009/11/uma-pequena-historia.html

Safira disse...

Não pude estar presente, mas contem comigo para a luta.

Abraço solidário,

Safira