quarta-feira, 30 de junho de 2010
Petição bem acolhida no parlamento
terça-feira, 29 de junho de 2010
Deputados recebem subscritores da petição
Estamos empenhados em sensibilizar os/as deputados/as de todos os grupos parlamentares para a justeza destas propostas, até porque elas têm merecido um amplo consenso de pais, alunos, professores e milhares de outros cidadãos. Contamos como o bom senso de todos/as para ajudar a combater o insucesso escolar.
Pais, avós, professores e alunos protestam contra encerramento das escolas
Pais, avós, professores e alunos, ao todo, cerca 300 protestaram em Viseu contra o “abate de escolas” e a constituição de “mega agrupamentos”, durante uma manifestação promovida pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).
Aprovada mais uma Moção contra os mega-agrupamentos
500 escolas vão encerrar. E as 3000 que MLR encerrou?
Interrogo-me: Por onde andaram estas entidades nos últimos 5 anos? Por que razão a Associação de Municípios “não acredita que o Governo feche 500 escolas”, se, em 4 anos, MLRodrigues fechou 3000, retirando as crianças dos seus espaços naturais e anulando as suas redes de segurança e de afecto?
Onde estiveram quando, às centenas, aquelas crianças foram/são enclausuradas nos chamados “Centros Escolares”,perdendo a sua individualidade e as suas raízes? Onde estão as autarquias a quem aquela medida deu/dá um jeitão, uma vez que as escolas encerradas, nos centros das populações, libertaram espaços nobres que deram e darão condomínios, agências bancárias e até parques de estacionamentos.
Anabela Almeida
sábado, 26 de junho de 2010
A Educação na Finlândia
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Pais e professores do mesmo lado
A CONFAP e a FENPROF convergiram na posição de que «o encerramento só pode ter lugar quando estiver garantido» que as condições das escolas de acolhimento são mais positivas do que as da escola que fecha.
No encontro, que se realizou na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro, as duas organizações concordaram também que,«em matéria de rede, compete aos municípios, suportados pelo conselho municipal de educação, e às escolas, através dos seus órgãos de gestão, nomeadamente pelos seus conselhos gerais e num quadro da sua autonomia, tomar decisões».
Rejeitam «imposições do poder central» numa declaração conjunta lida no final da reunião, em que participaram o secretário geral da FENPROF, Mário Nogueira, e o presidente da CONFAP, Albino Almeida, e em que foi analisado o processo de constituição de mega-agrupamentos de escolas, bem como o encerramento de escolas.
Para as duas organizações, «nos processos de reorganização da rede que não têm em conta os interesses das comunidades, os principais prejudicados são os alunos» e os conselhos municipais de educação devem reunir-se e tomar posição.
Diário IOL"
Ler também:
Declaração conjunta entre a Fenprof e a Confap
Pais e Professores querem mudanças no Ensino Especial
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Ministério da educação sugere baixar o salário mínimo para menos de metade?
terça-feira, 22 de junho de 2010
Movimento Escola Pública condena Mega-Agrupamentos
O Movimento Escola Pública condena os mega-agrupamentos, consagrados na Resolução do Conselho de Ministros n.º 44/2010 porque:
1. o governo escolheu o final do ano lectivo para mudar radicalmente a rede escolar e a organização dos seus recursos sem critérios claros e transparentes; sucedem-se as reuniões entre Direcções Regionais e Presidentes de Câmara, entre estes e as direcções escolares recém-instaladas sem se perceber como e porquê;
2. assenta num modelo de concentração do poder que se opõe à proximidade e qualidade de gestão propagandeada pelo Governo, dado que cada director/a pode ter a seu cargo 3000 alunos/as e todo o pessoal docente e não docente, reforçando o seu estatuto de capataz dos poderes instituídos;
3. favorece o clientelismo político porque na disputa entre as direcções de cada escola a agrupar terão mais hipóteses de ganhar os que estiverem melhor colocados perante os poderes instituídos;
4. não resulta de uma avaliação credível e de uma negociação responsável: não se conhecem os dados do insucesso das escolas de 1.º ciclo a encerrar, nem o peso que teve a avaliação externa das escolas, nem as razões que levam ao encerramento de escolas, onde recentemente foram gastos milhares de euros dos contribuintes, e que até foram bandeira do Governo – é, entre outros, exemplo a Escola Básica de 1º Ciclo de Várzea de Abrunhais, em Lamego, que o Primeiro-Ministro, em Fevereiro deste ano, considerou a escola tecnologicamente mais evoluída do país e que vai ser fechada e integrada no centro escolar de Lamego - não negoceia com as comunidades educativas, incluindo associações de pais/mães;
5. esvazia o projecto educativo de cada escola e a cultura de escola; pediu-se a cada escola que definisse o seu projecto educativo, que o construísse colectivamente, que por ele fosse responsável e por ele prestasse contas; sabe-se que em cada escola quase tudo depende de como age a sua direcção, da forma como se partilham informação e saberes, de como a escola se responsabiliza pelo sucesso e realização dos seus alunos e alunas, do peso da dignidade humana em cada dia, da qualidade da relações interpessoais, da reflexão sobre cada decisão da qual dependerá o futuro dos mais novos, da intensidade da partilha que corrige os erros, aprende com os fracassos e se anima com as vitórias; e apesar de tudo isto, o Conselho de Ministros reuniu e decidiu que projecto educativo e cultura de escola podiam ir para o lixo!
5. baseia-se em critérios administrativos e economicistas: segundo o Governo, o mínimo para se manter uma escola são 21 alunos… porque sim; não se conhece ainda a dimensão da redução de pessoal, nomeadamente pessoal não docente, mas tudo antecipa que serão necessários menos recursos humanos nestes hipermercados escolares.
Assim:
- Exigimos conhecer todos os estudos e avaliações que suportam estas decisões do Governo, e queremos saber concelho a concelho o que cada autarca negoceia com cada escola; por isso apelamos à denúncia de casos que o mereçam;
- Defendemos o reforço do diálogo e articulação inter-ciclos, recusando que concentrar estabelecimentos educativos em agrupamentos de grandes dimensões, sob a alçada de um director, seja a forma de resolver este problema;
- Aceitamos o encerramento de escolas apenas e quando, comprovadamente, ele seja a melhor solução para o sucesso das crianças;
- Concordamos com o agrupamento de escolas, desde que o processo nasça de baixo, das escolas e das suas comunidades, e que não seja uma imposição dos poderes, não ultrapassando, no entanto, limiares razoáveis para uma gestão de qualidade.
Movimento Escola Pública, 22/06/2010
sábado, 19 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Tantas razões...Tamanhas evidências
Petição alunos/turma: Audiência com PCP
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Os eternos contratados, as vinculações extraordinárias e a política ordinária
A sina de professor/a contratado/a é um fado: de casa às costas, sempre em risco de desemprego e quando surge a miragem de uma resolução da situação acaba por alguma razão por se esfumar num ambiente político sempre com outras prioridades. Assim, as possibilidades de vinculação extraordinária de professores/as e educadores/as contratados/as não se concretizaram frustrando milhares nas suas justas expectativas de estabilidade profissional, entre os/as quais se contam contratados/as sucessivamente há mais de uma década que nunca viram, antes pelo contrário, o seu trabalho reconhecido pelo Ministério da Educação.
Quando os cortes tocam a todos/as, a todos/as os/as de baixo entenda-se, não surpreende que os/as profs contratados/as estejam incluídos no pacote para pagar a factura várias vezes: através da precariedade e do desemprego, da estagnação eterna na carreira, do duplo congelamento nos salários, dos aumentos dos impostos e dos preços dos bens de consumo.
E para o próximo ano lectivo, ao invés de se esperar uma vinculação extraordinária, é mesmo o próprio concurso “ordinário” que está em causa nos próximos anos mantendo a precariedade como política ordinária dos Ministérios da Educação. E os/as contratados/as vêem-se na contingência de voltar outra vez ao começo. E no começo há a reivindicação dos seus direitos.
Reivindicar o quê? Uma tentação pseudo-realista seria partir do ponto em que a política de fazer pagar os/as de baixo nos coloca exigindo apenas o mínimo: a vinculação de alguns/algumas dos/as mais afectados/as, deixando a solução do caso dos/as outros/as para depois. Só que é uma possibilidade condenada ao fracasso. Porque apesar da situação dos/as que estão há mais tempo na precariedade ser mais injusta e de ser também percebida socialmente como mais injusta, quantos/as menos lutarem menor será a possibilidade de impor qualquer alteração das políticas de cortes estruturais nos direitos. Porque aqueles que ficarem de fora numa próxima vinculação extraordinária sabem que não haverá segundas oportunidades em muitos anos e que ou a situação se resolve para muitos/as por muito tempo ou então a precariedade continuará. E porque desta forma, através de uma vinculação extraordinária, se mantém a essência da profissão no futuro como precária já que os próximos governos terão certamente uma política de minguar entradas para os quadros.
Neste caso, a reivindicação necessária é a que chega ao fundo da questão unindo, a que concilia os interesses legítimos de quem tem ficado de fora com os interesses da qualidade do próprio sistema de ensino: um processo de vinculação dinâmica que permita resolver os problemas de emprego actuais e assegure o futuro da profissão docente como profissão estável para produzir uma educação de qualidade. Sabemos que a política ordinária faz contas e não conta com direitos prejudicando os/as de sempre. Mas sabemos também que é precisa uma luta extraordinária de todos/as os/as professores/as e educadores/as para assegurar a estabilidade na profissão docente.
Carlos Carujo, Rio Maior
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Desistir e disfarçar
Vê a notícia do público:
Chumbos estão a diminuir devido a limpeza nas estatísticas
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Desconversar para reinar
O Paulo Guinote, que é um dos primeiros subscritores da petição, desmascarou de forma eficaz, aqui e aqui, a estratégia do desconversar para reinar.
Sublinhamos apenas o seguinte:
1) Esta petição defende a redução do número máximo de alunos por turma e não o número médio, mediano, mínimo ou outro qualquer. Precisará o Secretário de Estado de aulas de Matemática? Não, não precisa, só gosta de desconversar.
2) Acha o governo que, com o mesmo professor e à mesma disciplina, um grupo de 28 alunos tem tanto ou mais sucesso na aprendizagem do que o mesmo grupo mas com menos seis alunos? É desta pergunta que fogem, desconversando.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Muitas vozes reais
Como aluna, durante o ensino básico e secundário, senti muitas vezes a dificuldade de estar numa sala com cerca de trinta alunos e apenas um professor. O esforço necessário por parte de alunos e professores é imenso e, nos casos em que não existe cooperação, (o que acontece muitas vezes por parte das turmas nessas idades), o que se retira das próprias aulas é, de facto, muito pouco.
Diana Pereira
Tenho um filho com 11 anos no 6º ano e desde que entrou no sistema público que nunca são menos de 24/26 alunos na turma e este ano lectivo até são 28 alunos: 14 raparigas e 14 rapazes com idades entre os 11/12 anos! Conclusão: não serve para nada as aulas de 90 minutos, até pelo contrário !!! Álém de que todo o pessoal auxiliar não aumenta - DIMINUI! É obrigatório investir no futuro deste País e isso é investir na educação, cultura e nas novas gerações!
Célia Correia
O elevado número de alunos torna inviável a diferenciação pedagógica na sala de aula, cada vez mais necessária no actual contexto escolar
Maria Eugénia Pais
Um ensino de qualidade pressupõe que se tenha tempo útil de aula para apoiar todos os alunos.
Paula Brum da Silveira
Concordo plenamente com a redução do número de alunos por turma. Pois ando no EFA nível Secundário e a turma é muito grande, assim com turmas enormes é impossível um professor trabalhar. Se fossem turmas reduzidas o ensino seria mais proveitoso e mais eficaz.
Susana Oliveira
A "grande paixão" passa também por questões simples. É impossível obter o mesmo rendimento dos alunos em turmas grandes. Basta olhar para o exemplo nórdico, que só é apontado quando interessa para verem. E por favor NÃO venham com a estatística que temos entre 12 a 15 alunos por turma pois ninguém ACREDITA
António Rua
Desde que sou professora, já lá vão uns trinta anitos, que falo no assunto.
Maria Arlete Sítima
Também os alunos, talvez dos mais interessados neste assunto, deveriam ter acesso a esta petição e tomar uma posição pública, através das suas organizações e associações.
Francisco Caldas
Que o Ministério deixe de fazer contas de merceeiro e reduza o nº de alunos por turma, nomeadamente nas aulas de línguas vivas!
João de Azevedo
Atenção que o número elevado de crianças por turma também existe no pré-escolar, onde as crianças são mais pequenas e necessitam de mais atenção individualizada. É no início da entrada para a escola que se deve fazer uma grande aposta. É aqui que se marca a diferença!!!
Paula Cristina de Macedo
A qualidade tem que se sobrepor à quantidade. Sem qualidade não há ensino eficaz. O economicismo asfixia o ensino. Como em muitas vezes na vida, o barato sai caro...
António de Castro
O n.º de alunos por turma deve ser reduzido, para que exista um maior sucesso escolar. Imaginem um professor de 1.º ciclo com 25 alunos de 1.º ano. Se todos passassem por esta experiência percebiam e davam mais valor ao nosso papel.
Lina Queiroz
Como é possível desbaratar-se tanto dinheiro no Magalhães e querer agora fechar escolas e reduzir o número de professores aumentando o número de alunos? Até onde vai a nossa paciência?
Fernando Freitas
Procurem dar o máximo de destaque a esta petição porque muita gente a assinará
Gonçalo Marques
Dez mil alunos surdos sem acompanhamento
Para o autor do «Gestuário de Língua Gestual Portuguesa» (1991), «o Governo demitiu-se das suas responsabilidades no que respeita à formação de professores para alunos surdos, o que resulta numa grave discriminação social para quem sofre desta deficiência».
As críticas de António Vieira foram feitas à margem de duas conferências promovidas hoje no Porto pela Universidade Portucalense (UPT) em parceria com a Associação Nacional de Docentes de Educação Especial. Em comunicado difundido pela UPT, António Vieira recorda que a língua gestual portuguesa foi reconhecida em 1997 como língua oficial de Portugal e língua materna da comunidade surda portuguesa.
«Se na escola, nos diferentes graus de ensino, o professor não tem competências para comunicar com um surdo, então, ao nível da formação, o Governo distingue entre portugueses de primeira e de segunda categoria», acusa o docente.
O especialista em Educação Especial lamenta ainda que os pais dos surdos, 98% dos quais ouvintes, «não tenham direito a qualquer apoio público para desenvolverem competências que lhes permitam comunicar na língua dos filhos». António Vieira considera que «o Estado deveria ter preocupações visíveis com uma questão que diz respeito à dignidade humana», dotando a escola e os cidadãos dos instrumentos necessários à construção de uma sociedade «verdadeiramente inclusiva».
O docente da UPT sublinha que as novas tecnologias aplicadas ao ensino têm ajudado deficientes mentais e cegos, mas, «no caso dos surdos, as tecnologias não representam qualquer mais-valia comunicacional».
Diário Digital / Lusa
terça-feira, 8 de junho de 2010
Assinaturas entregues no parlamento
O Movimento Escola Pública entregou esta terça-feira mais de dezoito mil assinaturas pela redução do número de alunos/as por turma e por professor/a. Fomos cordialmente recebidos pelo Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e pelo deputado João Prata que será o relator da petição.
Apresentámos as nossas razões, acolhidas com simpatia e com o desejo de que a petição faça um caminho positivo. Em breve, seremos ouvidos na Comissão de Educação. Ainda antes, já na próxima semana, reuniremos com os grupos parlamentares do PCP e do PSD. Tudo faremos para sensibilizar os/as deputados/as para a justiça desta causa.
Protesto dos professores das AECS em Mafra
A referida acção pretende alertar para a necessidade de uma intervenção efectiva por parte das instâncias responsáveis com vista à futura melhoria das condições laborais de profunda precariedade a que a nossa classe docente tem estado sujeita.
Como referido, em anexo segue o nosso manifesto o qual, sendo uma carta aberta, foi também enviado a todos os interessados e implicados na organização destas actividades.
Agradecemos o Vosso acompanhamento desta acção e desta problemática.
Um grupo de professores das AEC do Agrupamento de Escolas de Mafra."
Vê mais no blogue dos professores das AECs da Grande Lisboa
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Mais de dezoito mil assinaturas a caminho do Parlamento
O objectivo inicialmente colocado (4 mil assinaturas) foi largamente ultrapassado, sinal claro do apoio que esta causa tem merecido dos mais diversos quadrantes profissionais, sociais e políticos. Esperamos agora que a proposta possa fazer o seu caminho em matéria legislativa e que venha a ser uma realidade em cada escola. São necessárias medidas como esta para combater de frente o insucesso escolar e a escola pública não pode esperar mais.
sábado, 5 de junho de 2010
Educação para a paz e para a ecocidadania
Muito alarido por quase nada
De facto, é difícil a um aluno que ainda nem conseguiu fazer o oitavo ano obter sucesso em provas que avaliam a matéria do nono ano. Sobre isto, não há facilitismo nenhum. Quem conseguir fazê-lo terá tanto direito a estar no décimo ano como qualquer outro aluno, dado que terá que provar que domina razoavelmente as matérias de todo o ensino básico. Trata-se de dar mais uma oportunidade. Isso não nos incomoda, bem pelo contrário.
Há contudo um problema de desigualdade. Os alunos com mais de 15 anos que transitem para o 9º ano não têm direito a candidatar-se a estas provas. Ora, a solução não é tirar tudo a todos mas sim dar tudo a todos. Permita-se então a estes alunos que transitaram para o 9º realizar também as ditas provas.
Não compreendemos tanto alarido. Qual facilitismo? Qual sucesso estatístico? A medida ajudará uma percentagem mínima de alunos, incontáveis na estatística. Para nós, o problema é outro.
O problema é que isto é quase nada. É uma medida vazia que não ataca as causas do insucesso escolar. A falta de apoios humanos e materiais têm um efeito-barreira que afecta em primeiro lugar os alunos mais desfavorecidos. E o governo limita-se a dar a alguns desses alunos uma oportunidade para um salto praticamente impossível.
Sócrates e Alçada não querem encarar o problema de frente. Recusam a presença de equipas multidisciplinares nas escolas, e aceitam de bom grado as turmas de 28 alunos. A escola pública é que paga.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Melhor educação, melhor democracia
Num artigo publicado no American Journal of Political Science de Janeiro de 2010, Sondheimer e Green defendem que os níveis de educação têm um efeito causal na participação eleitoral.
Vários autores desde há algum tempo tinham estabelecido que a quantidade de anos de ensino é um dos elementos que permite prever se determinado indivíduo vota ou não (por exemplo Wolfinger e Rosenstone -1980) mas esses estudos não iam ao ponto de afirmar que seria a própria mais-educação a causar a afluência às urnas, uma vez que esta se cruza com outros factores individuais, familiares, sociais e económicos. Sondheimer e Green vêm agora defender que a própria educação causa um aumento da percentagem de participação eleitoral.
Em seu apoio citam várias experiências que comparavam os resultados de grupos sujeitos a condições de intensificação da escolaridade com grupos de controlo:
A experiência de Perry dos anos 60 que se seleccionaram ao acaso grupos de crianças desfavorecidas e se submeteram a uma pré-escolarização intensiva e que resultou numa taxa de participação eleitoral em 2000/2 que superava em 44% a do grupo de controlo;
A experiência da Fundação “I Have a Dream” de Boulder que 1992 intensificou os apoios escolares de um grupo de alunos do quinto ano e que resultou numa taxa de participação eleitoral em 2004 que superava em 26% a do grupo de controlo;
A experiência de Tennesse STAR que em 1985 assegurou que crianças a partir do pré-escolar tivessem turmas reduzidas (entre
Apesar de se poder contrapor a esta posição a evidência empírica de que a subida dos níveis educativos nas sociedades ocidentais não fez com que os níveis de abstenção baixassem, trata-se aqui sobretudo de pensar o efeito de melhor escola e não de mais escola.
Tal como se trata de pensar para além do elemento quantitativo: melhorar a educação não significa apenas mais participação eleitoral mas sobretudo melhor participação cidadã, mais capacidade crítica que é uma das ferramentas mais importantes da democracia. Melhor educação será assim tanto um direito individual quanto um dever cívico.
E, claro, numa altura em que corre o abaixo-assinado sobre a redução do número de alunos por turma, este poderá ser um argumento adicional em defesa desta posição.
Ler aqui.
Carlos Carujo, Rio Maior
terça-feira, 1 de junho de 2010
Fechar 900 escolas e transferir 15 mil alunos?
Na verdade a ministra diz existirem já acordos com as autarquias para o encerramento imediato de 400 escolas, havendo mais escolas em que é provável também esse mesmo acordo, o que poderá elevar o número a mais de 500 escolas este ano, mas não informou, no entanto, quantos quilómetros por dia terão que percorrer os alunos entre as suas casas e as novas escolas, nem quantas horas mais essas viagens irão acrescentar ao já tão sobrecarregado horário curricular dos alunos do ensino básico.
O MEP não considera que a falta de condições das escolas que se pretendem fechar justifique, por si, o encerramento. Se as escolas não têm condições devem ser-lhes garantidas, para que os alunos não se vejam prejudicados com longos percursos diários. Consideramos, no entanto, que algumas situações devidamente ponderadas, poderão aconselhar o encerramento. Terá que ser sempre o interesse dos alunos, a sua necessidade de boas condições de estudo e tempo de lazer que devem determinar a decisão.
Gupo Parlamentar do PS tem sérias reservas sobre a pertinência da proposta de diminuição do número de alunos por turma e por professor
Nesta reunião os representantes do Movimento Escola Pública apresentaram as razões da petição, que neste momento já conta com cerca de 18000 assinaturas, tendo os deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista referido que o número de alunos por professor é neste momento, um número muito mais reduzido do que o da generalidade dos países da OCDE, verificando-se apenas em algumas zonas urbanas um número de alunos por turma e por professor mais elevado do que os que constam da petição.
Os representantes presentes do Movimento Escola Pública esclareceram que não é o número médio que preocupa os signatários da petição, mas a definição de limites máximos, que não possam ser ultrapassados e que permitam um trabalho mais personalizado em sala de aula, que terá como efeito um melhor aproveitamento escolar e consequente diminuição dos trágicos números do insucesso escolar dos nossos jovens.
Questionados sobre se o Grupo Parlamentar do Partido Socialista acompanharia as propostas da petição, com a apresentação de um projecto próprio, os deputados presentes na reunião informaram-nos que a questão ainda não foi discutida no Grupo Parlamentar, o que acontecerá, no entanto, antes da reunião que se fará entre os peticionários e a Comissão Parlamentar de Educação, tendo no entanto deixado bem claras sérias reservas ao que na petição se propõe.