Há uns dias atrás, João Pereira Coutinho publicou um artigo no Correio da Manhã, em que se insurgia contra o aluno Pedro Feijó , desejando que as escolas “deixem de ser espaços democráticos onde a canalha manda”. O aluno respondeu bem e o MEP divulga aqui ambos os textos:
A democracia do Feijó
Que dizer das alterações ao Estatuto do Aluno? Pais e sindicatos concordam. Mas há sempre quem discorde: os alunos. Basta ouvir Pedro Feijó, representante nacional dos ditos. Na opinião do menino Feijó, as alterações propostas são ‘uma listagem de maneiras de punir os alunos’ e não, como ele gostaria, ‘uma forma de integrar os estudantes na participação democrática nas escolas’.
Deixemos de lado a punição, que aliás só peca por modesta ao não prever a reprovação por faltas ou a exclusão do sistema de puros delinquentes. O pensamento do menino Feijó é sobretudo um auto-retrato do naufrágio educativo. Porque a indisciplina e a mediocridade do nosso ensino são um produto directo deste romantismo para o qual as escolas não são instituições dotadas de autoridade e hierarquia. São uma festa permanente onde docentes e discentes estão ao mesmo nível e, quem sabe, até trocam de lugar várias vezes ao ano. O menino Feijó quer mais ‘participação democrática’. Infelizmente, o ensino português só terá futuro quando as escolas deixarem de ser espaços democráticos onde a canalha manda.
João Pereira Coutinho, Colunista
Resposta a Pereira Coutinho
Quando eram jovens, os meninos coutinhos eram "canalhas", como hoje nos chamam. Agora que são adultos, os coutinhos têm filhos "canalhas", sobrinhos "canalhas" e amigos com filhos "canalhas". Eu adoraria pensar o contrário, mas a verdade é que, se assim não fosse, os coutinhos saberiam que há nas escolas imensos jovens fantásticos e conscientes, que só não participam mais na construção das mesmas porque têm as mãos atadas pela legislação.
Aos coutinhos eu direi que é preciso uma escola que seja uma comunidade consciente e compreensiva. Um espaço oportuno de democracia que combata o país conformista que temos. E questionar-lhes-ei ainda se achariam justo serem tratados por documentação importante, como é o Estatuto do Aluno, como seres padronizados sem a real oportunidade de participação e representação democrática. Afinal de contas: Qual é a Democracia dos Coutinhos?
Aos jovens conscientes, e há-os por aí mais do que pensam, faço um apelo para que se juntem, se informem e para que lutem pela democracia nas vossas escolas e faculdades. Para cada jovem que constrói haverá sempre um coutinho a destruir. A nossa construção? Podem vê-la em Xcamoes.blogspot.com.
Pedro Feijó, Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões
Mais informações aqui
A democracia do Feijó
Que dizer das alterações ao Estatuto do Aluno? Pais e sindicatos concordam. Mas há sempre quem discorde: os alunos. Basta ouvir Pedro Feijó, representante nacional dos ditos. Na opinião do menino Feijó, as alterações propostas são ‘uma listagem de maneiras de punir os alunos’ e não, como ele gostaria, ‘uma forma de integrar os estudantes na participação democrática nas escolas’.
Deixemos de lado a punição, que aliás só peca por modesta ao não prever a reprovação por faltas ou a exclusão do sistema de puros delinquentes. O pensamento do menino Feijó é sobretudo um auto-retrato do naufrágio educativo. Porque a indisciplina e a mediocridade do nosso ensino são um produto directo deste romantismo para o qual as escolas não são instituições dotadas de autoridade e hierarquia. São uma festa permanente onde docentes e discentes estão ao mesmo nível e, quem sabe, até trocam de lugar várias vezes ao ano. O menino Feijó quer mais ‘participação democrática’. Infelizmente, o ensino português só terá futuro quando as escolas deixarem de ser espaços democráticos onde a canalha manda.
João Pereira Coutinho, Colunista
Resposta a Pereira Coutinho
Quando eram jovens, os meninos coutinhos eram "canalhas", como hoje nos chamam. Agora que são adultos, os coutinhos têm filhos "canalhas", sobrinhos "canalhas" e amigos com filhos "canalhas". Eu adoraria pensar o contrário, mas a verdade é que, se assim não fosse, os coutinhos saberiam que há nas escolas imensos jovens fantásticos e conscientes, que só não participam mais na construção das mesmas porque têm as mãos atadas pela legislação.
Aos coutinhos eu direi que é preciso uma escola que seja uma comunidade consciente e compreensiva. Um espaço oportuno de democracia que combata o país conformista que temos. E questionar-lhes-ei ainda se achariam justo serem tratados por documentação importante, como é o Estatuto do Aluno, como seres padronizados sem a real oportunidade de participação e representação democrática. Afinal de contas: Qual é a Democracia dos Coutinhos?
Aos jovens conscientes, e há-os por aí mais do que pensam, faço um apelo para que se juntem, se informem e para que lutem pela democracia nas vossas escolas e faculdades. Para cada jovem que constrói haverá sempre um coutinho a destruir. A nossa construção? Podem vê-la em Xcamoes.blogspot.com.
Pedro Feijó, Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões
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