segunda-feira, 12 de abril de 2010

Explicando as explicações...


As explicações pagas a que os alunos recorrem fora da escola são o tema de pelo menos duas notícias recentes do DN (aqui e aqui).

Nunca é demais lembrar que uma escola pública com todas as condições para promover o sucesso escolar de todos os alunos faria das ditas “explicações” uma realidade residual. Mas a realidade é a oposta: o mercado das explicações, descontando o período em que foi afectado pela crise, está em franca expansão. (ver aqui e aqui).

As “explicações” são um dos principais sintomas que mostram como há quem tenha desistido da escola para promover a igualdade de oportunidades. Sucessivos governos optaram pela escola mínima e barata, com poucos recursos humanos e materiais. E quem quer mais e pode que pague lá fora, nas ditas explicações. É a lei do mais forte, que é a lei do mais rico.

À custa desta desistência alguns enriquecem a gerir Centros de Explicações e muitos professores que podiam estar nas ditas escolas a prestar um serviço público necessário são atirados para esta alternativa muitas vezes precária.

Outro factor que entra nestas contas é a paranóia competitiva para atingir as notas de entrada em determinados cursos universitários com numerus clausus muito limitados, o que só revela a falta de investimento no ensino superior público e no seu alargamento, ou não fôssemos um dos países europeus com uma das presenças mais elevadas de ensino superior privado.

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