A desinquietação é visível nas várias salas de professores, por todo o pais.
Os Professores questionam-se sobre o corte nos seus salários, uma medida que sentem muito injusta e ainda sobre o futuro das suas progressões na carreira que, para todos os efeitos, foram canceladas, não congeladas como aconteceu recentemente mas... CANCELADAS.
Questionam-se sobre o significado da avaliação do desempenho docente. Porquê fazer reuniões e entrevistas, preencher grelhas e relatórios, quando o tempo já é escasso para o que realmente interessa, para trabalhar para os aluno, com os alunos. Resulta num desgaste inútil, sem qualquer efeito positivo nas suas vidas.
Não se conseguiu demover o Governo das cotas de Muito Bom e Excelente, menos ainda do efeito disto para os concursos de colocação docente, facto que a médio/longo prazo irá criar mau ambiente nas escolas. Irá dividir ainda mais a já estraçalhada classe docente, como resultado de leis atrás de leis instantâneas que têm emanado a rodos do ME, desde há uns anos a esta parte, criando instabilidade permanente. Combalida dos, ainda frescos na memória, ataques irresponsáveis do Governo, ao seu brio profissional.
Seria bom que se pudesse depor "armas" e recuperar a tão necessária serenidade. Seria bom mas de momento impossível. Se se o fizerem neste momento, toda a sociedade terá muito a perder: os alunos e o futuro do país. Porque quem não vai à luta já perdeu. Terá de se arranjar forças onde elas já não abundam, perdidas no desânimo geral, e partir para o segundo round.
No primeiro, ganhou-se a opinião pública. Pois há que a envolver de novo. Há que fazer um apelo a todos nós, não apenas aos professores, para que lutem. Para que cada vez mais gente perceba os verdadeiros propósitos destas políticas.
Que os nossos ordenados e impostos, não servem para continuar a engrossas as já chorudas contas dos membros do Governo, Gestores Públicos e afins mas para proporcionar um conjunto de serviços públicos de qualidade, para todos nós.
Que todos os cortes efectuados nesses serviços definem claramente as prioridades deste Governo - patrocinar a banca.
Muitos se questionam o que fazer. Manifestações, mais greves? De pouco serviram no passado? Não é bem assim. Estaríamos muito piores se nada se tivesse feito. Não vamos deixar que bata no fundo.
Silvana Paulino (do Movimento Escola Pública)
2 comentários:
De facto estes são sentires que rompem do âmago de cada um dos professores! Porém há um outro aspecto que os deve preocupar verdadeiramente e que exige uma intervenção veemente das organizações representativas dos docentes e das famílias: a diminuição do número de alunos por turma. Esta será o aspecto que deveria merecer a focalização, se de facto desejamos melhor educação, com sucesso efectivo e uma avaliação docente justa e formativa.
De que estamos à espera? É já daqui a umas horas...
http://apede08.wordpress.com/2011/01/25/2626/
O núcleo da APEDE de Caldas da Rainha convoca os professores do concelho e, obviamente, todos aqueles que se lhes queiram associar, para uma concentração/vigília, marcada para sexta-feira 28/01/2011, pelas 21:30 h, na Praça da República (praça da fruta) − Caldas da Rainha.
Visa esta iniciativa fazer sentir à opinião pública, ao governo e aos sindicatos signatários de ‘memorandos’ e ‘acordos’ de má memória que os professores não desistiram da sua luta e que:
1. Recusam definitivamente a demência burocrática deste modelo de avaliação;
2. Não aceitam a precarização laboral em curso, apresentada como consequência inescapável da política de redução da despesa pública.
3. Não admitem a usurpação continuada dos seus direitos laborais, que está a conduzir à subversão total do seu estatuto profissional.
Pára de remoer a tua resignação e vem afirmar a tua dignidade!
Traz um amigo.
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