segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O bloco central dos negócios contra os professores


De um lado o partido da banca e dos offshores, do outro o partido que vai das grandes empresas da construção civil até aos sucateiros (sem descurar a banca). Eis o bloco central dos negócios, o rotativismo perfeito, a alternância dos interesses...

Os verdadeiros contornos do actual negócio contra os professores, só serão conhecidos se um dia, uma qualquer escuta, a propósito de um qualquer outro caso, revelar os pormenores da transacção PS-PSD, o toma lá... dá cá.

Neste como noutros casos, outros valores mais altos se levantam. Por isso, o PSD não hesita em rasgar o seu programa eleitoral que defendia explicitamente a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores. Dizia o programa, com o título curioso de "Compromisso de Verdade", que:

"Suspenderemos, porém, o actual modelo de avaliação dos professores, substituindo-o por outro"

Os professores "distraídos" que votaram PSD, pensando que assim apoiariam uma alternativa à política de José Sócrates, podem a pouco mais de dois meses do acto eleitoral constatar que foram enganados.

O Governo de Sócrates criou e agravou um conflito com os professores e, nesta altura, a única saída digna é suspender de imediato o modelo de avaliação e iniciar uma negociação séria com os sindicatos para purgar o Estatuto da Carreira docente das normas injustas e perversas, devolvendo às escolas as condições necessárias para o cabal exercício da profissão docente, em benefício dos alunos e suas famílias.

Agora que vivemos um momento de negociação, nunca devemos esquecer que foi a mobilização e a luta dos professores uma das grandes responsáveis pelo fim da maioria absoluta de Sócrates. E será sempre essa capacidade de luta e mobilização, o garante de que as negociatas de bastidores não derrotarão os legítimos anseios dos professores na defesa da escola pública.

Álvaro Arranja

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