Está a chegar ao fim a memorável batalha da classe docente contra o que parecia um exército invencível. Nunca um governo tinha mobilizado uma máquina tão violenta contra um grupo profissional! Valendo-se da maioria absoluta e do favorável contexto político e ideológico do neo-liberalismo triunfante, o governo absolutista de Sócrates atreveu-se a tratar os professores e professoras com uma estratégia de "choque e pavor". Um dos objectivos declarados era provocar uma redução de 40-50% nos salários em poucos anos!
Derrotado nas urnas o absolutismo, o governo PS pode agora sofrer uma primeira derrota no confronto que lançou contra a escola pública e os seus profissionais.
O governo está a perder em toda a linha, nestes dias que marcam o início de um novo ciclo político. As dezenas de milhares que resistiram até ao fim não entregando uma folha de papel pomposamente chamada "Objectivos Individuais" fizeram valer a sua desobediência civil. Vai ser estancada a fractura da profissão entre uma minoria de professores de primeira categoria (titulares) para turmas de "primeira", e uma maioria de professores não-titulares para turmas de pobres e excluídos. Colapsou o modelo de avaliação que a clique neo-conservadora liderada por Maria de Lurdes Rodrigues tinha importado do Chile de Pinochet. A máscara pseudo-humanista com que Sócrates e a sua ministra tentavam virar a opinião pública contra quem trabalha nas escolas caiu de vez.
A classe docente em luta contribuiu decisivamente para a derrota de Sócrates nas Legislativas e para a abertura de uma nova fase que, provavelmente, os 100 mil lutadores e lutadoras ainda não puderam interiorizar.
Mas os inimigos da escola pública não desarmam. O PSD tenta salvar o essencial da política do PS, fazendo-nos recordar que a sua líder, quando assumiu a presidência do partido e se iniciava a luta nas escolas, declarou publicamente que a sua política para a educação seria a "mesmíssima" de Maria de Lurdes Rodrigues...
E não nos enganemos: a vitória que estamos a saborear é amarga!
Milhares de profissionais preferem abandonar o seu posto de trabalho e reformar-se prematuramente, mesmo sabendo do roubo e do rombo na pensão que vão receber. Milhares de jovens contratados e contratadas são já hoje forçados a condições de trabalho que as gerações do 25 de Abril não podem imaginar! Milhares de desempregados e precários são sobre-explorados e humilhados, jogados pelo ministério e por novas leis e desregulações que lhes são selvaticamente aplicadas.
Portugal, Novembro de 2009! O país da Europa com o pior sistema de ensino. O campeão dos chumbos e da exclusão. Onde uma multidão de crianças e jovens vão para a escola (ou se recusam a ir) sem terem o mínimo essencial, porque em suas casas reina o desemprego e o desespero.
Como se atreveu o governo do miserável sistema educativo português a passar a factura à classe docente?
Jaime Pinho
Derrotado nas urnas o absolutismo, o governo PS pode agora sofrer uma primeira derrota no confronto que lançou contra a escola pública e os seus profissionais.
O governo está a perder em toda a linha, nestes dias que marcam o início de um novo ciclo político. As dezenas de milhares que resistiram até ao fim não entregando uma folha de papel pomposamente chamada "Objectivos Individuais" fizeram valer a sua desobediência civil. Vai ser estancada a fractura da profissão entre uma minoria de professores de primeira categoria (titulares) para turmas de "primeira", e uma maioria de professores não-titulares para turmas de pobres e excluídos. Colapsou o modelo de avaliação que a clique neo-conservadora liderada por Maria de Lurdes Rodrigues tinha importado do Chile de Pinochet. A máscara pseudo-humanista com que Sócrates e a sua ministra tentavam virar a opinião pública contra quem trabalha nas escolas caiu de vez.
A classe docente em luta contribuiu decisivamente para a derrota de Sócrates nas Legislativas e para a abertura de uma nova fase que, provavelmente, os 100 mil lutadores e lutadoras ainda não puderam interiorizar.
Mas os inimigos da escola pública não desarmam. O PSD tenta salvar o essencial da política do PS, fazendo-nos recordar que a sua líder, quando assumiu a presidência do partido e se iniciava a luta nas escolas, declarou publicamente que a sua política para a educação seria a "mesmíssima" de Maria de Lurdes Rodrigues...
E não nos enganemos: a vitória que estamos a saborear é amarga!
Milhares de profissionais preferem abandonar o seu posto de trabalho e reformar-se prematuramente, mesmo sabendo do roubo e do rombo na pensão que vão receber. Milhares de jovens contratados e contratadas são já hoje forçados a condições de trabalho que as gerações do 25 de Abril não podem imaginar! Milhares de desempregados e precários são sobre-explorados e humilhados, jogados pelo ministério e por novas leis e desregulações que lhes são selvaticamente aplicadas.
Portugal, Novembro de 2009! O país da Europa com o pior sistema de ensino. O campeão dos chumbos e da exclusão. Onde uma multidão de crianças e jovens vão para a escola (ou se recusam a ir) sem terem o mínimo essencial, porque em suas casas reina o desemprego e o desespero.
Como se atreveu o governo do miserável sistema educativo português a passar a factura à classe docente?
Jaime Pinho
1 comentário:
Jorge Pinho saberá o que significa Pinochet?!
Por favor, tenhamos juizo , não apareça uma vez o lobo verdadeiro,
e depois já ninguem levar a sério.
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