segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Regresso às lutas


Depois de um ano em que a luta dos professores atingiu um cume de mobilização nunca antes visto, o início do ano lectivo, salvo honrosas excepções, parece querer tomar ares de regresso à normalidade. Só que, para defender a escola pública, será necessário muito mais do que um ano normal. Este é um ano decisivo e a mobilização decisiva deveria começar logo desde o início.
Nesta altura, os movimentos de professores dão ainda poucos sinais de mobilização e os sindicatos parecem voltar às suas rotinas. Rotinas que, com um desfile impressionante de reuniões (das direcções centrais, regionais, executivas, de zona, as assembleias-gerais e de delegados sindicais, os conselhos gerais, os conselhos e os secretariados nacionais), parecem remeter os nossos descontentamentos para horas marcadas, para ritmos lentos, para instâncias sempre mais estratosféricas e longe das escolas.
Acreditamos que mobilização, participação e combatividade só podem ter o mesmo nome e que são urgentes. Acreditamos que a burocracia é um labirinto que atrasa e arrasa vontades de mobilização. Acreditamos que o sindicalismo deve ser mais aberto e participativo e que esse é o caminho para transformar apatias em combatividade, conformismos na energia capaz de derrotar os podres poderes que atacam os alicerces da escola pública. Acreditamos que os professores poderão voltar a construir novamente este ano lectivo a unidade e a força necessárias para defender a escola pública. O tempo urge.

António Rodrigues
Carlos Carujo

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