Assim, de imediato, oferece-me dizer o seguinte:
«(...)o maior número de queixas vindas na maioria de mulheres.»
Segundo o perfil da população docente elaborado pelo Gabinete de Estatísticas e Planeamento do Ministério da Educação, em 2007/2008, e num universo de 163.938 docentes, Portugal contava com 125.487 mulheres no ensino. Não admira, portanto, que sejam as suas queixas em maior número. Se tivermos em consideração que estudos feitos concluem que quanto mais feminina for uma determinada profissão mais desvalorizada ela é, se tivermos em conta que em Portugal continua a não existir igualdade entre mulheres e homens em vários domínios, que ainda entendemos e enquadramos as mulheres como um ser subalterno, cujas opiniões são sistematicamente desvalorizadas e quantas vezes ridicularizadas, se apenas em 2 docs oficiais do ME aparece a palavra género e uma vez a palavra coeducação, se calhar poderemos tentar analisar estas questões da violência também por esta perspectiva. Sem cair na tentação de colocar as mulheres numa posição de vitimização, pois não é disso que se trata, entendo que também passará por aqui uma tentativa de enquadramento de um dos factores inerentes à violência, ao desrespeito e à má formação que reina nas nossa escolas.
As próprias professoras, se não estiverem conscientes (e muitas não estão) desta desigualdade, que começa logo nas suas próprias vidas, dificilmente compreenderão que um dos factores que leva a muita desta violência reside no facto de serem mulheres. Enquanto as professoras, como mulheres, não estiverem conscientizadas do seu próprio papel na sociedade, continuarem a não ter voz, não detiverem o poder a que têm direito, enquanto, para finalizar, se continuar a falar pelas mulheres, provavelmente um dos factores da violência residirá aí.
Artemisa Coimbra
«(...)o maior número de queixas vindas na maioria de mulheres.»
Segundo o perfil da população docente elaborado pelo Gabinete de Estatísticas e Planeamento do Ministério da Educação, em 2007/2008, e num universo de 163.938 docentes, Portugal contava com 125.487 mulheres no ensino. Não admira, portanto, que sejam as suas queixas em maior número. Se tivermos em consideração que estudos feitos concluem que quanto mais feminina for uma determinada profissão mais desvalorizada ela é, se tivermos em conta que em Portugal continua a não existir igualdade entre mulheres e homens em vários domínios, que ainda entendemos e enquadramos as mulheres como um ser subalterno, cujas opiniões são sistematicamente desvalorizadas e quantas vezes ridicularizadas, se apenas em 2 docs oficiais do ME aparece a palavra género e uma vez a palavra coeducação, se calhar poderemos tentar analisar estas questões da violência também por esta perspectiva. Sem cair na tentação de colocar as mulheres numa posição de vitimização, pois não é disso que se trata, entendo que também passará por aqui uma tentativa de enquadramento de um dos factores inerentes à violência, ao desrespeito e à má formação que reina nas nossa escolas.
As próprias professoras, se não estiverem conscientes (e muitas não estão) desta desigualdade, que começa logo nas suas próprias vidas, dificilmente compreenderão que um dos factores que leva a muita desta violência reside no facto de serem mulheres. Enquanto as professoras, como mulheres, não estiverem conscientizadas do seu próprio papel na sociedade, continuarem a não ter voz, não detiverem o poder a que têm direito, enquanto, para finalizar, se continuar a falar pelas mulheres, provavelmente um dos factores da violência residirá aí.
Artemisa Coimbra
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