Seria para rir se não fosse assunto sério. A entrevista que Isabel Alçada deu ao Público (edição desta terça-feira, com uma parte disponível aqui) é uma mistura de vazio de projectos e de negação de verdades óbvias para fugir com o rabo à seringa. Vejam bem: a ministra chega a negar que os mega-agrupamentos sejam maiores do que os que já existiam (???). Este tipo de técnica mediática (vociferada até ao tutano por este governo) cansa e cansa muito: trata-se de repetir tantas vezes a mentira para criar uma espécie de jogo de luzes e sombras, em que tudo é relativo consoante a perspectiva.
A única ideia que a ministra apresenta para combater o sucesso escolar é vazia: quer que as escolas criem metas de aprendizagem mas quando confrontada com os recursos necessários para o seu cumprimento, assobia para o lado. É tudo à base de dedicação, esforço, empenho. Ter 28 alunos numa turma é o mesmo que ter 22. Ter um psicólogo para dois mil alunos é normal. A revisão curricular não é uma prioridade. Tudo se resolve com palavras mansas.
Frases seleccionadas da entrevista:
Os currículos estão estruturados, têm lógica e articulação.
[As escolas] têm muitas condições [para melhorar o sucesso escolar]
[o facto de haver um psicólogo para dois mil alunos] é como nos outros países.
[Reduzir o número de alunos por turma] não é uma prioridade e não vamos fazê-lo. Porque o que temos neste momento é bastante equilibrado.
Não são mega[agrupamentos], nenhum é maior do que os que já existiam.
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