A liberalização e consequente vulgarização da verdadeira filosofia dos ex-Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), que se diluíram no programa Novas Oportunidades, já está a reflectir o tipo de “sucesso” educativo promovido pelo primeiro-ministro José Sócrates, que quer ainda, ver aumentar significativamente o número da população licenciada.
Bem ao contrário da definição, de que, por Educação de Adultos entende-se o conjunto de processos de aprendizagens, formal ou não, graças ao qual as pessoas consideradas adultas pela sociedade a que pertencem desenvolvem as suas capacidades, enriquecem os seus conhecimentos e melhoram as suas qualificações técnicas ou profissionais ou as reorientam de modo a satisfazer, simultaneamente, as suas próprias necessidades e as da sociedade (segundo Declaração da Unesco). Com a política imediatista para ultrapassar as estatísticas pouco favoráveis ao nível da escolarização em Portugal, através do recurso às Novas Oportunidades, criadas com a finalidade de dotar milhares de cidadãos com escolaridade adequada a um país europeu. O programa Novas Oportunidades acabou por ser alargado aos próprios jovens que por diferentes motivos vão ainda abandonando a escola sem concluírem a escolaridade obrigatória, e que agora começam a vislumbrar, que o sistema lhes proporciona um caminho bem mais fácil, para mais adiante do seu irregular percurso escolar, poderem ter acesso facilitado, até mesmo ao ingresso no ensino superior.
Que exemplo dá o resultado prático desta estratégia governamental e do Ministério da Educação aos jovens alunos que se empenham, que trabalham duramente para atingirem objectivos e médias exigidas para os seus cursos, quando o resultado do facilitismo que vem sendo fomentado na educação pela governação Sócrates, com particular insistência sobre a escola pública, consegue promover a “melhor” aluno (como foi noticia) com média mais alta, um formando destas novas oportunidades, cuja média alcançada não tem em conta as notas do secundário, que não tinha concluído no ensino regular.
Para onde vai este país, que descaracterizou o mérito do sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, para virtualmente e injustamente, desvalorizar quem empenhadamente não desiste e não abdica de estudar e lutar por melhores apoios ao acesso no ensino superior, atingindo-o por mérito e esforço. Uma perspectiva louvável que acabará por merecer o combate a esta prática facilitista perigosa, como resposta inevitável em meio escolar, junto dos alunos, nos vários anos de escolaridade, para que esta concepção, que nos próximos tempos começará a surgir como consequência deste modelo enganador para os jovens, como são as alternativas propostas aos que procuram caminhos mais cómodos, incentivados pelas Novas Oportunidades, não influenciem negativamente as futuras gerações.
José Lopes (Ovar)
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