O ME divulga na imprensa de hoje “projecções” segundo as quais cerca de quarenta mil candidatos/as aos concursos de professores/as não serão colocados. Mas, adianta logo Valter Lemos, de certeza que com o objectivo de tranquilizar, “nenhum dos que ficarão de fora teve ligação às escolas públicas nos últimos dois anos, disse ao Público o secretário de Estado da Educação (…). Ou nunca leccionaram, ou estão no ensino particular ou nas actividades de enriquecimento curricular e candidataram-se agora ao ensino público. A maioria tem um emprego.”
Não se sabe a partir de que dados estas projecções foram feitas, uma vez que as Escolas ainda não declararam vagas para as fases seguintes do concurso. Não se sabe quais são as fontes sobre o tipo de candidatos que ficarão de fora. O que se sabe com certeza é que este discurso é o mesmo de sempre: quantas vezes não ouvimos que os desempregados não são professores são “candidatos a professores”?
A lenga-lenga é mais que conhecida. A acreditar nos sucessivos Ministérios da Educação nenhum/a professor/a teria ficado desempregado/a nos últimos anos. São sempre apenas os/as “candidatos/as a professores” que não conseguem colocação. E a acreditar neste discurso ser professor deverá ser a actividade mais atractiva do país, com várias pessoas com outras profissões a querer entrar para ela. Ou então com muita gente alheia à educação com um estranho fetiche por incluir o seu nome na lista de candidatos a professor. Talvez se comprove mesmo um dia a estranha mania dos marcianos concorrerem a professores… Uma experiência única na vida de qualquer um.
O discurso é mentiroso e insultuoso. Mentiroso porque milhares de professores foram sendo obrigados a deixar a profissão devido às medidas que colocam as contas de mercearia acima da qualidade da educação. Insultuoso porque insiste em desqualificar todos/as os/as que concorrem mas principalmente aqueles que dedicaram vários anos da sua vida a esta profissão e que segundo os responsáveis ministeriais nem merecem ser qualificados/as como professores/as e educadores/as. E quem infelizmente ficar desempregado/a no próximo concurso deverá ir lembrar a Valter Lemos a sua mentira.
Carlos Carujo, São Brás de Alportel
2 comentários:
Os concursos deste ano foram a machada final na (des)política deste desgoverno.
Para além de tudo o que de MAU já conhecemos, para a Escola e Professores, acrescentaram a precarização de mais de metade da população docente.
Esta corja devia ficar sem um único Professor/Educador nas escolas portuguesas!
Vamos fazer uma grandiosa manifestação em Setembro. MUP avança a data de 13 de Setembro. Que acham?
Depois no dia 27 de Setembro os professores saberão como chumbar este governo.
Votar contra o PS é uma obrigação.
Até Setembro!
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