A nova preparação do novo ano lectivo em marcha, tal como vem sendo prática usual na educação, é feita sem que se faça uma verdadeira e indispensável reflexão sobre o trabalho desenvolvido no ano transacto, que permita retirar conclusões muito para além das meras e burocráticas estatísticas.
Trabalho de que resultou mais uma vez, e pese embora todos os meios informáticos disponíveis, toneladas de papel imprimido com relatórios e mais relatórios, que se acumulam nas escolas a uma velocidade vertiginosa nos últimos anos, derivada deste tipo de produção de escrita, resultante da política seguida, que parece de forma cínica, “castigar” os docentes, obrigando-os a fazer uma espécie de TPC antes do seu direito ao gozo de férias, retemperadoras de energias para mais um ano, que se adivinha começar a ser ainda marcado pela teimosia da actual Ministra da Educação no que toca, nomeadamente ao modelo de avaliação, que apesar de reprovada pelos professores passa para novo ano.
Também neste capítulo da avaliação, que mais ensombrou o último ano lectivo, os responsáveis pela educação em Portugal, negam-se a retirar lições de um processo que provocou a maior e gigantesca indignação dos docentes. Politica que humilhou e desmoralizou grande parte deste grupo profissional, que era muito da alma da escola portuguesa, em que só a sua postura responsável, empenhada e de aprofundamento pedagógico através da investigação, tantas vezes por conta própria, por amor à arte de ensinar, tornou possível atrasar o cenário deprimente que os governantes foram traçando para a escola pública.
Neste quadro não será de estranhar que as diferentes organizações sindicais de professores, manifestem inquietação e contestação às intenções do Ministério da Educação, que insiste no caminho do afrontamento através da continuação do actual modelo de avaliação simplex, através da prorrogação do regime simplificado. Modelo que de forma significativa os docentes contestaram por diferentes formas até ao final do ano lectivo e só deve ter um destino, a suspensão. Decisão que o Ministério e o Governo de Sócrates, insiste em não querer compreender, mesmo vindo reconhecer o adiamento para a próxima legislatura, da aprovação de alterações ao modelo que viu ser na prática derrotado pelas extraordinárias e inovadoras formas de protesto dos professores, dos seus sindicatos e movimentos que proporcionaram um novo colorido e estimulo à luta dos docentes em Portugal.
Se os vários intervenientes na educação se debruçassem seriamente sobre as consequências nefastas que resultaram para as comunidade escolares da politica seguida pelo Ministério no que toca ao tipo de avaliação imposta, certamente que nesta altura, se estaria a negociar responsavelmente um modelo de avaliação adequado, coerente e eficaz, que não tivesse como objectivo dividir este grupo profissional e sobretudo reduzir custos com congelamento de carreiras, cuja progressão está completamente limitada, com evidentes sacrifícios para os jovens professores cada vez mais proletarizados.
Assim na mesma linha da arrogância que tem caracterizado a governação, às comunidades educativas resta partilhar e vivenciar naturais focos de indignação que tal politica fomenta, transportando para o novo ano, os problemas e as razões que deram origem a grandiosas manifestações, que podem ter sido decisivas para as mudanças que todos anseiam nas próximas legislativas. Uma oportunidade que as principais vitimas de tanta humilhação não deixaram de perder a oportunidade de ter uma palavra a dizer, neste caso através do voto.
José Lopes (Ovar)
Trabalho de que resultou mais uma vez, e pese embora todos os meios informáticos disponíveis, toneladas de papel imprimido com relatórios e mais relatórios, que se acumulam nas escolas a uma velocidade vertiginosa nos últimos anos, derivada deste tipo de produção de escrita, resultante da política seguida, que parece de forma cínica, “castigar” os docentes, obrigando-os a fazer uma espécie de TPC antes do seu direito ao gozo de férias, retemperadoras de energias para mais um ano, que se adivinha começar a ser ainda marcado pela teimosia da actual Ministra da Educação no que toca, nomeadamente ao modelo de avaliação, que apesar de reprovada pelos professores passa para novo ano.
Também neste capítulo da avaliação, que mais ensombrou o último ano lectivo, os responsáveis pela educação em Portugal, negam-se a retirar lições de um processo que provocou a maior e gigantesca indignação dos docentes. Politica que humilhou e desmoralizou grande parte deste grupo profissional, que era muito da alma da escola portuguesa, em que só a sua postura responsável, empenhada e de aprofundamento pedagógico através da investigação, tantas vezes por conta própria, por amor à arte de ensinar, tornou possível atrasar o cenário deprimente que os governantes foram traçando para a escola pública.
Neste quadro não será de estranhar que as diferentes organizações sindicais de professores, manifestem inquietação e contestação às intenções do Ministério da Educação, que insiste no caminho do afrontamento através da continuação do actual modelo de avaliação simplex, através da prorrogação do regime simplificado. Modelo que de forma significativa os docentes contestaram por diferentes formas até ao final do ano lectivo e só deve ter um destino, a suspensão. Decisão que o Ministério e o Governo de Sócrates, insiste em não querer compreender, mesmo vindo reconhecer o adiamento para a próxima legislatura, da aprovação de alterações ao modelo que viu ser na prática derrotado pelas extraordinárias e inovadoras formas de protesto dos professores, dos seus sindicatos e movimentos que proporcionaram um novo colorido e estimulo à luta dos docentes em Portugal.
Se os vários intervenientes na educação se debruçassem seriamente sobre as consequências nefastas que resultaram para as comunidade escolares da politica seguida pelo Ministério no que toca ao tipo de avaliação imposta, certamente que nesta altura, se estaria a negociar responsavelmente um modelo de avaliação adequado, coerente e eficaz, que não tivesse como objectivo dividir este grupo profissional e sobretudo reduzir custos com congelamento de carreiras, cuja progressão está completamente limitada, com evidentes sacrifícios para os jovens professores cada vez mais proletarizados.
Assim na mesma linha da arrogância que tem caracterizado a governação, às comunidades educativas resta partilhar e vivenciar naturais focos de indignação que tal politica fomenta, transportando para o novo ano, os problemas e as razões que deram origem a grandiosas manifestações, que podem ter sido decisivas para as mudanças que todos anseiam nas próximas legislativas. Uma oportunidade que as principais vitimas de tanta humilhação não deixaram de perder a oportunidade de ter uma palavra a dizer, neste caso através do voto.
José Lopes (Ovar)
2 comentários:
Impõe-se que a classe docente regresse à escola, no próximo ano lectivo, com "garra" para lutar!
Por isso relax, relax...
http://www.youtube.com/watch?v=Zl9DjJrIpGg
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