segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tanto disparate numa só resposta


Manter a avaliação dos professores, com o modelo transitório aprovado em Janeiro deste ano, foi benéfico para o país e o ensino?

MLR - Foi benéfico, porque permitiu ultrapassar as dificuldades, técnicas e outras, à criação nas escolas de condições para a realização de uma avaliação que permite diferenciar e premiar os melhores.

Vê toda a entrevista a Mário Nogueira e Maria de Lurdes Rodrigues

Bastou dar a primeira resposta para Maria de Lurdes se espalhar ao comprido. Diz que foi benéfico para o país e para o ensino manter esta avaliação de professores, sem “mas” nem “meio mas”. Ou seja, revela todo o seu auto-centramento, toda a sua teimosia alheada do mundo exterior. Como um robôt. E, claro, as dificuldades foram ultrapassadas....em que país vive MLR?

Mas estas três linhas revelam muito mais do que arrogância e alheamento. Mostram bem o pensamento desta equipa ministerial quanto à avaliação: ela deve servir para “diferenciar e premiar os melhores”. Ou seja, para Maria de Lurdes, um sistema de avaliação de professores não serve para melhorar a qualidade pedagógica e científica das aulas, não serve para ajudar os professores com mais dificuldades, não serve para resolver problemas nem para formar, serve tão só para distinguir os melhores, como se o ensino fosse uma competição desportiva onde se atribuem medalhas no final. A isto chama-se tecnocracia neoliberal imbecil.

Finalmente, o último disparate. Há uns dias, a Ministra veio dizer que, se calhar, as quotas para as notas mais elevadas já não farão sentido, digamos que era só para experimentar. Mas nesta curta resposta que agora deu, por que raio decidiu definir o essencial do seu modelo de avaliação por aquilo que diz que vai rejeitar no futuro? É caso pa ra dizer que aquela gente anda muito baralhada....

1 comentário:

Anónimo disse...

Não, não andam baralhados/as, mas sim andam a triturar os professores e toda a função pública, destruindo a escola pública e todos os serviços públicos, com um ideário neoliberal persistente(como se pode ver pela matriz do discurso. E isto mesmo, quando em termos macro-económicos, se tornou absolutamente evidente o fracasso e o perigo do neo-lioberalismo!
O modelo da «bondade» do mercado, da «auto-regulação» do mesmo, do darwinismo social (os «melhores» vencem a competição, a chamada «selecção natural») está todo nas medidas preconizadas e postas em prática pelo governo, com particular destaque para esta ministra e esta equipa.
A grande mentira é que este governo foi para o poder, com base no pressuposto de ser «de esquerda moderada».
Grave e profundo erro(não de todos, eu não me deixei enganar e avisei quem me quiz ouvir), mas compreensível, pois os portugueses têm sido enganados... não estão isentas de culpas as direcções dos partidos à esquerda do PS, diga-se em abono da verdade.
Manuel Baptista