"As actuais políticas educativas nascem no Castelo da 5 de Outubro mais burocratizadas do que qualquer desejo de resolver com bom senso os problemas da escola pública. Não estranho que onde há professores-educadores-pensadores, apenas se vejam funcionários administrativos capazes de desempenhar tarefas de preenchimento de papéis e condução mecânica de alunos que se querem modelares por força do cálculo estatístico e não por força da efectiva aprendizagem de novos conhecimentos. Vivemos o tempo do professor-escrivão,aquele que deverá dispensar o saber criativo do educador e que se distinguirá no desempenho administrativo e nas boas acções, aquele que sabe calcular o sucesso escolar em função da proporcionalidade pré-destinada por decreto legal. Chegou o fim da criatividade, da espontaneidade e do livre-pensamento, para triunfar o modelo de escola acéfala que apenas produz estudantes autómatos cujos actos se traduzem mecanicamente em fichas de avaliação que programam todos os comportamentos. O professor-escrivão não se distingue deste tipo de aluno – ele é o modelo de professor com que qualquer estatística governamental sonha. Não tardarão aí as boas notícias da OCDE sobre o elevado crescimento do sucesso escolar português."
Lê aqui íntegra o texto de Carlos Ceia
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