sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Há dias que valem anos

Escola de Setúbal fez duas reuniões gerais esta semana

Realizou-se nesta sexta-feira a RGP da Escola Secundária D.João II. O compromisso colectivo de recusar totalmente o Simplex 2 ganhou mais treze assinaturas. Recorde-se que há três dias, na reunião ao abrigo da lei sindical, já 64 professores tinham assinado. Neste momento cerca de 70% do pessoal está comprometido com esta forma de luta. O documento continua aberto aos que faltaram. Nova reunião está agendada para dia 29 de Janeiro, véspera do prazo imposto para a entrega dos Objectivos Individuais.

O método de “reuniões permanentes” revelou-se muito adequado. Houve espaço para analisar a evolução dos acontecimentos e para constatar a possibilidade de um segundo efeito bola-de-neve nacional se poder verificar. Houve tempo para as pessoas partilharem as suas dúvidas e convicções. Claramente as pessoas ficaram mais confiantes e seguras, solidárias. Foi travado o clima de medo, a dispersão, a individualização.

Foram dadas informações relevantes, nomeadamente o apelo de Rosário Gama, líder dos 139, a que os professores não entreguem os OI. Do mesmo modo tornou-se perceptível por que em alguns sítios a unidade nesta tarefa se tinha quebrado. Referiram-se situações em que por impossibilidade de reunir, uma parte significativa da classe tinha cedido à chantagem. Mas ficou também evidente que a recusa da entrega é uma forma de luta entre muitas que temos pela frente, destacando-se a necessária adesão à greve de dia 19. Por isso, a compreensão por quem entregou significa que tudo nos une e que esse é o bem mais precioso.

Terceira reunião para quê?

A reunião marcada para dia 29 de Janeiro pretende dar tempo a novas assinaturas e garantir que no dia crítico ( o último dia do prazo) não se verificará o efeito dominó (entrega por arrastamento e medo de ficar isolado). Nestes treze dias que faltam precisamos que as pessoas se mantenham juntas, em discussão e troca de informações constante. A reunião permitirá fazer o ponto da situação a nível regional e nacional e verificar se esta original forma de luta consegue mobilizar dezenas de milhar de professores por todo o país. Até lá temos que ir fazendo contas à luta. Muitas pessoas dizem que nem que estivessem sozinhas, nunca entregariam. Mas falou-se em limiares mínimos necessários para serem eficazes. Esta questão ficou em aberto. Vinte mil como mínimo de não entregas? Os próximos dias ajudarão a construir a resposta adequada. A unidade dos 120.000 em torno das reivindicações fundamentais é que não pode ser desbaratada.

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