segunda-feira, 30 de março de 2009

As mentiras sobre o concurso de professores


“Uma mentira muitas vezes repetida transforma-se numa verdade” (Goebbels)

Apesar da central de propaganda governamental continuar bem activa, cada vez são menos os que se deixam enganar pela publicidade enganosa. Mas o ME e o Governo continuam a campanha de intoxicação da opinião pública baseando-se na velha frase do ministro nazi da propaganda.

Quiseram vender-nos a ideia da "estabilidade" das escolas impondo concursos por 3 anos. As escolas, os edifícios, (mesmo os milhares que foram encerradas por esse país fora) tiveram estabilidade, continuam no mesmo sítio. Os docentes, muitos milhares de docentes, não.

Continuaram, com a triste sina de andarem com a "casa às costas" por esse país fora, uns meses aqui, outros bem longe, com uns tempos no desemprego à mistura para, com sorte, voltarem a percorrer o país de lés-a-lés mesmo sabendo que faziam falta na escola onde deixavam de leccionar.

Agora renovam a receita alargando o "procedimento concursal" para 4 anos. Só voltará a haver concurso lá para 2013 (ou talvez não volte a haver mais se for feita a vontade de um secretário de Estado e este "procedimento" passar para a alçada de outros que façam as escolhas com outros "critérios"…).

Estabilidade? Qual estabilidade?

Que estabilidade quando se impede de concorrer milhares de professores não profissionalizados mas que durante anos foram necessários ao sistema?

Que estabilidade quando se impede de concorrer e de ficar mais próximo da residência docentes incapacitados?

Que estabilidade para os finalistas que só podem concorrer a oferta de escola?

Que estabilidade para os professores titulares que são impedidos de concorrer ficando amarrados à escola onde estão sabe-se lá até quando?

Que estabilidade para os 28.830 professores de Quadros de Zona Pedagógica que obrigatoriamente vão ter de concorrer quando só há 19.214 vagas?

Que estabilidade quando em 27 dos 33 grupos de recrutamento os candidatos dos quadros são mais, muito mais que as vagas?

Que estabilidade quando à partida se retiram de concurso todas as (2000?) vagas de TEIP reservando-as para "procedimento" com "critérios" à escolha de quem, se desejar, pode colocar quem muito bem quiser e lhe apetecer?

Que estabilidade quando as escolas foram impedidas de incluir nos mapas as horas correspondentes aos cursos profissionais, CEF, etc?

Estabilidade, não, patranha!

A estabilidade das escolas e dos docentes só se alcança com os docentes colocados nos quadros das escolas/agrupamentos trabalhando empenhadamente nos respectivos projectos educativos.

Não se alcança com a diminuição dos docentes dos quadros. Muito menos com colossal aumento da contratação precária.

Goebbels? Não. António Aleixo:
"Para a mentira ser segura/e atingir profundidade/tem que trazer à mistura qualquer coisa de verdade"!

Artigo de Manuel Micaelo em
Escola.info

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