segunda-feira, 2 de março de 2009

O ódio aos professores


Vital Moreira, reputado professor de Direito da Universidade de Coimbra, foi, este fim-de-semana, no Congresso do Partido Socialista, dado a conhecer como cabeça de lista deste partido nas próximas eleições eleições para o Parlamento Europeu.

Vital Moreira é uma personalidade com um passado e um presente político conhecido de boa parte dos portugueses. O que, talvez, nem todos saibam é que este mestre de Direito nutre um profundo desprezo pela classe docente, só comparável ao da actual Ministra da Educação.

De facto, em 18 de Novembro de 2008, no jornal "Público", Vital Moreira faz um dos ataques mais rasteiros e mais odiosos que me foi dado ler em todo este processo de luta dos professores contra o actual sistema de avaliação. Que diz aí Vital Moreira? Básicamente quatro coisas, a saber:

a) Que não existe qualquer razão para que os professores não sejam avaliados para efeitos de progressão na carreira,

b) Que os professores não gozam de direito de veto em relação às leis do país, nem podem auto-isentarem-se do seu cumprimento, pelo que não é aceitável qualquer posição que implique resistência à aplicação do actual modelo de avaliação;

c) Que o governo não pode ceder às exigências dos professores, devendo antes abrir processos disciplinares a todos aqueles que ponham em causa a concretização da avaliação dos docentes tal como foi congeminada pelo Ministério da Educação;

d) Que o governo, na batalha contra os professores, deve esforçar-se por chamar a si a opinião pública, isolando, desta forma, a classe docente.

Este é o pensamento de Vital Moreira, onde a sua veia caceteira surge bem expressa. Mas, mais do que isso, este texto, publicado no "Público", revela-nos um verdadeiro guia político da acção do Ministério da Educação contra os professores.

Que cada colega não perca a memória e dê a devida resposta a este senhor nas eleições para o Parlamento Europeu, é o mínimo que está ao nosso alcance.

Constantino Piçarra

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma figura ilustre da academia e da democracia

http://fjsantos.wordpress.com/2009/03/02/o-odio-academico-do-democrata-do-regime/

Meg disse...

Fico abismada com estas considerações, provenientes de gente considerada como " mente brilhante", com notoriedade política e um passado revolucionário....ou seria tudo uma encenação???
Lembra o outro camarada, que gosta de "malhar"...deixando antever algum prazer sórdido alojado no subconsciente.
Quem alguma vez disse que rejeitava Avaliação? Porque se tenta tomar a parte pelo todo, rotulando a classe docente como um desastre profissional, com resultados de fracasso?
Haverá algum trauma que explique estas reacções terminológicas violentas ?
Haverá por aí muitos "divãs" para psicanálise freudiana....já que pelos vistos, estes psicodramas públicos não aliviam as tensões....
Antes de julgar, faça-se um exame de consciência.

Ana Paula Ribeiro disse...

É lamentável que pessoas com um passado político com significado teçam considerandos deste teor que só revelam ignorância e uma mente despótica, aliás, muito em consonância com o ambiente que se vive actualmente. Foram 48 anos de repressão, 48 anos não se apagam tão pouco em 48 anos... As nossas raízes daninhas estão prestes a romper a terra. Talvez haja quem resista, talvez haja quem diga não...