sábado, 7 de março de 2009

Um Governo Especializado em Cosmética e Que Fala Magalhanês

Agradecemos ao João Francisco o envio destas fotos

Foram dez mil os professores que hoje, dia 7 de Março, deram as mãos para mostrar que a luta continua acesa e bem presente.

Tornou-se evidente, neste longo ano de lutas que o governo pouco ou nada cedeu, apenas fez que cedeu.

Tornou-se evidente que professores e ME falam línguas diferentes. Para uns, as recentes negociações foram uma “nova oportunidade à solução do conflito, abrindo uma nova porta ao diálogo e à negociação" para outros, os professores, representados pelas suas estruturas sindicais, o Governo "limitou-se a apresentar documentos contendo possibilidades e princípios gerais".

Tornou-se evidente que este des(Governo) alucinou completamente, como se poderá ver pela afirmação do Sr. Jorge Pedreira: "O objectivo que tinham de ligar o ministério da Educação à residência do Primeiro-Ministro não foi conseguido. Não houve cordão humano.”

Sr. Secretário, não vale a pena fechar os olhos que nós não nos vamos embora. Não desistimos de lutar por aquilo em que acreditamos. E se nada se fizer para alterar esta situação de caos e injustiça em que mergulharam o ensino público, se insistirem nestas políticas que não servem uma efectiva melhoria das condições das escolas e não é promotora de um verdadeiro sucesso educativo, da próxima vez, o cordão não terá apenas 10 mil professores. Ou já se esqueceu… 25 mil professores, 100 mil professores, 120 mil professores…

Segue-se uma frase retirada do Expresso

"O cordão humano hoje realizado em Lisboa, é de protesto por esta situação (...) mas ainda de preocupação face ao clima de instabilidade que continua a afectar nefastamente a organização e funcionamento das escolas, com tendência para se agravar, num momento que é o mais importante do ano lectivo: o seu final".

3 comentários:

AL disse...

Estive no 'cordão' de ontem.

Estive, porque me sentiria mal se não aderisse a mais uma iniciativa, venha ela dos sindicatos ou dos movimentos.

Estive, sem convicção nenhuma na eficácia deste 'cordão humano', em termos de ganhos negociais.

Estive, porque os que nisto ainda estão, são já, quase só, os que sempre acreditaram na força da nossa união (e têm, é claro, uma boa dose de quixotismo..)

Estive, porque é bom encontrar os amigos - sempre os mesmos - afinal, os que fazem coisas: qualquer coisa, ainda que nela não creiam piamente. Os que nunca, mas nunca, aceitarão a condição de nêsperas.

Estive no cordão como estive nas mega e nas mini manifestações.

Como estarei numa greve às avaliações do 2º e do 3º períodos.

Tenho plena consciência de que um cordão humano, nesta altura do campeonato, terá, quando muito, a vantagem de alguma visibilidade mediática.

Foi, até, um exercício mais a dar para o folclórico (tão em sintonia com os malhões que a organização teima em pôr no carro de som!), quando o que se deveria ter feito, há já muito, muito tempo, era agudizar as formas de luta, antes que as pessoas desmobilizassem, desatassem a entregar O.I., abandonassem o barco.

Nem tudo, no entanto, é culpa da inércia dos sindicatos, das suas hesitações, da muito pouca imaginação que evidenciam, da sua falta de 'garra'.

Os Professores, enquanto clase profissional, com ou sem apoio de sindicatos, tiveram a solução nas mãos quando se uniram assim, tão sem precedentes, tão convicta e espontaneamente.

Tiveram a solução nas mãos e abdicaram dela.

A vitória dependia da firmeza de cada um de nós, da recusa inequívoca (e assumida até ao fim ) deste processo de avaliação que nos vem aviltando e dividindo.

De todos nós - e fomos tantos! , lamentavelmente, ficou um punhado de resistentes.

Mas serão esses - seremos nós - que havemos ainda de escrever a história desta luta!

Silvana Paulino disse...

Quantas vezes na História foi um, apenas um que fez a diferença.
Pois que 10 mil façam essa diferença.

Fátima Barata disse...

"Há homens que lutam um dia e são bons
Há outros que lutam um ano e são melhores
Há os que lutam muitos anos e são muito bons
Mas há os que lutam toda a vida.
Esses são imprencindíveis."
Bertolt Brecht