(...) o que se está a fazer é afectar os "meninos do insucesso" aos cursos profissionais. O resultado prático, conclui Azevedo, é que se criou "um novo tipo de guetização para os jovens que não estão preparados para prosseguir os estudos superiores".
À frente do conselho executivo da Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto - onde 40 por cento do ensino é profissional -, José Manuel Teixeira confirma que "os alunos que caem no ensino profissional não são a fina flor dos estudantes", mas os que "não têm pedalada para seguir o ensino regular". O professor Silva Pereira, com décadas de experiência no ensino profissional, concorda. "Os nossos alunos têm origens sociais e competências inferiores às dos que se mantêm no ensino regular."
Lê aqui a reportagem do jornal público
Comentário:
Já há muito tempo que o Movimento Escola Pública vinha alertando para esta situação. Em certa medida, a aposta cega nos cursos profissionais é desistir da escola pública e da sua missão de garantir igualdade de oportunidades. O ensino profissional deve ser uma opção, mas não uma desculpa para desinvestir no ensino geral de qualidade para todos. Combater o abandono e o insucesso passa por mudar a escola que temos e não pela criação de guetos. Do que necessitamos mesmo é de uma escola pública com todos os meios e recursos para dar todas as oportunidades a todos os alunos. Uma escola que não desista de nenhum aluno em vez da proliferação de escolas para tantos que são levados a desistir.
À frente do conselho executivo da Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto - onde 40 por cento do ensino é profissional -, José Manuel Teixeira confirma que "os alunos que caem no ensino profissional não são a fina flor dos estudantes", mas os que "não têm pedalada para seguir o ensino regular". O professor Silva Pereira, com décadas de experiência no ensino profissional, concorda. "Os nossos alunos têm origens sociais e competências inferiores às dos que se mantêm no ensino regular."
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Já há muito tempo que o Movimento Escola Pública vinha alertando para esta situação. Em certa medida, a aposta cega nos cursos profissionais é desistir da escola pública e da sua missão de garantir igualdade de oportunidades. O ensino profissional deve ser uma opção, mas não uma desculpa para desinvestir no ensino geral de qualidade para todos. Combater o abandono e o insucesso passa por mudar a escola que temos e não pela criação de guetos. Do que necessitamos mesmo é de uma escola pública com todos os meios e recursos para dar todas as oportunidades a todos os alunos. Uma escola que não desista de nenhum aluno em vez da proliferação de escolas para tantos que são levados a desistir.
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