sábado, 18 de abril de 2009

Dar voz às palavras


Este Ministério (dito da Educação) já demonstrou ser matreiro como a raposa; por mais que uma vez. Os professores/educadores não podem, nem devem ficar inebriados pelos pseudo-avanços alcançados com a definição de objectivos individuais por alguns PCE e acantoados logo a seguir mas sim prosseguir a luta por todos os outros que os entregaram em condições de intimidação e em clima de consternação; pois só enfrentando as situações é que elas podem ser ultrapassadas e resolvidas.

Dar tréguas é reconhecer o fracasso de ideias e convicções de quem nelas acredita. Maria de Lurdes Rodrigues e restante comitiva é fria e insensível como a ‘pedra’ e não cede aos argumentos apresentados pelos intervenientes no processo educativo (professores e alunos) e distancia-se; só admitindo mesmo fazer parte da solução e nunca parte do problema! Quando um governo é cúmplice e dá cobertura a cujos responsáveis no trato apelidam os seus docentes como professorzecos, ratos, coitadinhos… nunca e em tempo algum pode ser credível e estar de boa-fé. Não é adoptando um regime de avaliação meramente economicista, não é mantendo um ECD inconstitucional (porque não negociado) que se conseguem resultados. Por muito esforço que faça não consigo compreender a visão tecnocrática dos que se convencem que fazendo despachos as coisas avançam! As coisas avançam mudando a realidade das escolas.

É nesse sentido que devemos estar prontos e continuar a exigir em consciência e determinação a mudança radical nas políticas levadas a cabo pela actual equipa ministerial; bem como a suspensão imediata deste processo estapafúrdio de avaliação de desempenho da classe docente! É preciso continuar o espírito da jornada com nova paralisação em Maio e certamente em muitos mais dias…por isso sejamos perspicazes, atentos e vigilantes.

- Não é aumentando o número de alunos por turma e diminuindo o número de professores do Especial e outros docentes colocados nas escolas que prestavam apoio educativo aos jovens com dificuldades de aprendizagem que se resolvem os problemas da Educação!

- Não é encerrando escolas indiscriminadamente (veja-se o que pretendiam fazer aqui com Alvega (Abrantes) e este é apenas um exemplo do país real, que se resolvem os problemas da Educação!

- Não é improvisando uma falsa e controlada “Autonomia” que se resolvem os problemas da Educação!

- Salas degradadas e material obsoleto mas milagreiros computadores Magalhães e pensa-se que se promove uma educação de excelência!

- Aprova-se um Estatuto do Aluno que nada resolve mas… pensa-se que se promove uma educação de excelência!

- Tem-se um ECD que não dignifica em nada e em coisa nenhuma toda uma classe profissional mas…pensa-se que se promove uma educação de excelência!

- Achincalham-se os professores publicamente, retirando-lhes autoridade (não confundir com autoritarismo) mas…pensa-se que se promove uma educação de excelência!

Está na altura de dizer BASTA. É preciso: dotar as escolas de capacidade orçamental para projectos portadores de futuro; mais meios humanos e inovação para combater o abandono, a indisciplina e a violência, que serão possivelmente uma consequência do mal-estar social e familiar muitas vezes causador do insucesso. Este é mais um desafio que importa levar em consideração. É preciso e urgente: medidas de fundo participadas para democratizar a Escola Pública, tornando-a mais humanizada, verdadeiramente apetecível, inclusiva e atraente; só assim a ‘ batalha’ da Educação será ganha.

José Carlos Jacinto (
zeca.abt@hotmail.com)

1 comentário:

tartaruguisa disse...

concordo Zeca!
Pastorinha