Notícia do Portugal Diário:
Paulo Guinote ficou conhecido pela sua intervenção através do blog «A Educação do meu Umbigo». Durante 2008, no calor dos protestos dos professores contra o sistema de avaliação de professores, ganhou destaque pela independência das suas posições e o seu blog acabou com milhares de visitas diárias.
Agora, surgiu a altura para converter os seus melhores textos em livro, com o lançamento do livro homónimo, de 400 páginas e edição da Porto Editora. Docente do ensino básico, Guinote confessa, em entrevista ao tvi24.pt que não pertence a qualquer cor política ou sindicato, o que lhe permite ter o necessário distanciamento na sua avaliação às políticas educativas.
O ataque ao sistema de avaliação dos professores foi uma das suas bandeiras. «Seja qual for o desfecho que tiver estas lutas nada seria como dantes. O clima das escolas está muito pior do que há quatro anos e isso não teve nenhuns reflexos positivos junto dos alunos, principalmente porque houve um desgaste na escola, enquanto instituição. Todo o processo devia ter sido conduzido doutra forma, porque o que existe neste momento é muito cansaço e desgaste», vincou Paulo Guinote, que não tem problemas em ser implacável:
«O principal cavalo de batalha do Mistério, na prática, foi perdido. Este processo de avaliação é uma farsa, uma absoluta fraude, porque o simplex transformou a avaliação numa coisa que não sabemos o que é. Foi um processo não deu em nada, não trouxe vantagem nenhuma às escolas, trouxe enorme conflitualidade e ninguém está a dar melhores aulas, nenhuns alunos estão a aprender mais por causa disto.
Na sua perspectiva, os professores não perderam o fôlego, mas encontram-se numa encruzilhada: «Aderimos a esta farsa ou continuamos a lutar contra isto?» Em todo o caso, as intenções iniciais da equipa de Maria de Lurdes Rodrigues caíram por terra: «De tudo o que foi anunciado não existe nada, porque a avaliação para o bom, o que é equivalente ao anterior ao satisfaz, basta entregar a folha de objectivos individuais e a de auto-avaliação, mais nada. Isto não é uma avaliação séria.
Independente
Guinote deixou muitos textos fora do livro («a primeira versão tinha mais de 600 páginas»), mas só pelo gosto de reviver alguns textos escritos, fosse «pela raiva ou até pelo humor», já valeu a pena. São milhares de caracteres que resume o seu «estado de alma ao longo de três anos e em particular durante 2008».
Mas vai avisando que não pretende agradar ninguém: «Nunca tive nenhuma ligação politico-partidária ou sindical, nem pretende ter. Reuni com diferentes forças partidárias e se o fiz foi porque me aceitaram receber. Aliás, tanto escrevi para a revista Ops, como para o jornal Diabo e reuni com deputados do PCP, Bloco ou PSD».
Ciente da dimensão das suas opiniões, cita o trabalho do blog como exemplo de sucesso, integridade e independência. «Se o blog tem algum sucesso é exactamente porque mesmo quando evolui nas minha posições foram sempre sinceras, individuais e independentes.
São é as minhas posições, por isso não tenho de ter um cartão só, porque não consigo que o meu pensamento se encaixe no pensamento de uma força ou organização».
Ministra mal colocada
Quem conhece «A Educação do meu Umbigo» sabe que Maria de Lurdes Rodrigues e os seus secretários de Estado não ficam bem na pintura.
«Esta ministra da Educação vai ter um mérito, que é a que vai estar mais tempo no cargo. Penso que ficará posicionada a par de ministros da educação ou da instrução do final do Séc. XIX, que desenharam reformas megalómanas, magníficas no papel, e que depois não tiveram nenhuma concretização prática. Poderemos, daqui a 20 anos, olhar para ela e pensar que o mandato correspondeu a grandes mudanças, mas que não se traduziram em algo palpável», avaliou.
Vê aqui os vídeos da entrevista
Paulo Guinote ficou conhecido pela sua intervenção através do blog «A Educação do meu Umbigo». Durante 2008, no calor dos protestos dos professores contra o sistema de avaliação de professores, ganhou destaque pela independência das suas posições e o seu blog acabou com milhares de visitas diárias.
Agora, surgiu a altura para converter os seus melhores textos em livro, com o lançamento do livro homónimo, de 400 páginas e edição da Porto Editora. Docente do ensino básico, Guinote confessa, em entrevista ao tvi24.pt que não pertence a qualquer cor política ou sindicato, o que lhe permite ter o necessário distanciamento na sua avaliação às políticas educativas.
O ataque ao sistema de avaliação dos professores foi uma das suas bandeiras. «Seja qual for o desfecho que tiver estas lutas nada seria como dantes. O clima das escolas está muito pior do que há quatro anos e isso não teve nenhuns reflexos positivos junto dos alunos, principalmente porque houve um desgaste na escola, enquanto instituição. Todo o processo devia ter sido conduzido doutra forma, porque o que existe neste momento é muito cansaço e desgaste», vincou Paulo Guinote, que não tem problemas em ser implacável:
«O principal cavalo de batalha do Mistério, na prática, foi perdido. Este processo de avaliação é uma farsa, uma absoluta fraude, porque o simplex transformou a avaliação numa coisa que não sabemos o que é. Foi um processo não deu em nada, não trouxe vantagem nenhuma às escolas, trouxe enorme conflitualidade e ninguém está a dar melhores aulas, nenhuns alunos estão a aprender mais por causa disto.
Na sua perspectiva, os professores não perderam o fôlego, mas encontram-se numa encruzilhada: «Aderimos a esta farsa ou continuamos a lutar contra isto?» Em todo o caso, as intenções iniciais da equipa de Maria de Lurdes Rodrigues caíram por terra: «De tudo o que foi anunciado não existe nada, porque a avaliação para o bom, o que é equivalente ao anterior ao satisfaz, basta entregar a folha de objectivos individuais e a de auto-avaliação, mais nada. Isto não é uma avaliação séria.
Independente
Guinote deixou muitos textos fora do livro («a primeira versão tinha mais de 600 páginas»), mas só pelo gosto de reviver alguns textos escritos, fosse «pela raiva ou até pelo humor», já valeu a pena. São milhares de caracteres que resume o seu «estado de alma ao longo de três anos e em particular durante 2008».
Mas vai avisando que não pretende agradar ninguém: «Nunca tive nenhuma ligação politico-partidária ou sindical, nem pretende ter. Reuni com diferentes forças partidárias e se o fiz foi porque me aceitaram receber. Aliás, tanto escrevi para a revista Ops, como para o jornal Diabo e reuni com deputados do PCP, Bloco ou PSD».
Ciente da dimensão das suas opiniões, cita o trabalho do blog como exemplo de sucesso, integridade e independência. «Se o blog tem algum sucesso é exactamente porque mesmo quando evolui nas minha posições foram sempre sinceras, individuais e independentes.
São é as minhas posições, por isso não tenho de ter um cartão só, porque não consigo que o meu pensamento se encaixe no pensamento de uma força ou organização».
Ministra mal colocada
Quem conhece «A Educação do meu Umbigo» sabe que Maria de Lurdes Rodrigues e os seus secretários de Estado não ficam bem na pintura.
«Esta ministra da Educação vai ter um mérito, que é a que vai estar mais tempo no cargo. Penso que ficará posicionada a par de ministros da educação ou da instrução do final do Séc. XIX, que desenharam reformas megalómanas, magníficas no papel, e que depois não tiveram nenhuma concretização prática. Poderemos, daqui a 20 anos, olhar para ela e pensar que o mandato correspondeu a grandes mudanças, mas que não se traduziram em algo palpável», avaliou.
Vê aqui os vídeos da entrevista
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