sábado, 18 de abril de 2009

É urgente uma nova manifestação nacional!


Reproduzimos este post muito pertinente de Ramiro Marques, com comentário nosso no final:

"Afinal, o que querem? Eu já não os consigo perceber!

A pergunta tem razão de ser. Quando Mário Nogueira avançou com a sugestão de uma manifestação nacional, a realizar no dia 16 de Maio, houve quem achasse pouco e houve também quem dissesse que os dirigentes da Fenprof estavam a condicionar a vontade dos professores. Paulo Guinote, em declarações prestadas ao DN de hoje, afirma que a manifestação, a realizar-se, terá grande adesão mas duvida que traga dividendos políticos aos professores. E porquê?
Responde o editor do blog Educação do meu Umbigo: "porque está tudo empatado e o Governo traçou uma linha divisória que não ultrapassa". Não percebo o que o Paulo Guinote quer dizer com isto. Quer ele dizer que a luta está perdida e que o melhor é baixar os braços e aceitar aquilo que Jorge Pedreira promete dar? É isso que eu descortino nas palavras do Paulo Guinote. Já ontem o Paulo criticara asperamente uma afirmação atribuída a Mário Nogueira no final da reunião com Jorge Pedreira. Mário Nogueira terá dito que era importante retirar a maioria absoluta ao Governo e o Paulo Guinote não gostou. Mas, Paulo, não é isso que andamos a pedir nos nossos blogs e nas manifestações? Não andaste a gritar, tal como eu, nas ruas de Lisboa, "PS, nunca mais"? Francamente, não consigo entender o teu tacticismo. Por sua vez, Mário Machaqueiro, dirigente da APEDE, declara, hoje, ao DN, que receia menor participação na manifestação de 16 de Maio porque "há um desgaste provocado pela luta prolongada". Então, Mário, afinal o que é que propões? Estamos cansados e desgastados, baixemos os braços? Não dizias há pouco que era necessário formas de luta mais radicais? Greves de vários dias? De repente, achas que os professores não são capazes de fazer uma grande manifestação em Lisboa? Se não são capazes disso, onde é que vão buscar energia e motivação para uma greve nacional? Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Ou sou eu que não entendo, ou há demasiado ruído no processo de comunicação. Alguém duvida que, se o PS vencer as eleições com maioria absoluta, se seguirão 4 anos de vinganças e malfeitorias contra os professores?"

Algumas considerações:

1) O Movimento Escola Pública tem defendido uma nova manifestação nacional de professores em Maio. A proposta que apresentámos no Encontro de Professores em Luta pode ser lida aqui

2) O governo quer fazer crer que a maior parte dos professores já aceita estas políticas por ter entregue os objectivos. Ora, sabemos que não é verdade. Os professores que os entregaram fizeram-no por receio das consequências. A oportunidade para provar isso é a realização de uma nova manifestação nacional, para voltar a unir todos os professores, os que entregaram e os que não entregaram os objectivos individuais

3) Parece-nos que essa manifestação deve ser realizada a um sábado, para permitir uma maior mobilização. O dia 16 de Maio parece uma data adequada. Mas atenção: é uma proposta a fazer aos professores na semana que começa esta segunda-feira. É preciso que essa discussão seja livre e que todos se pronunciem.

4) O governo só recuou em alguns aspectos do seu modelo de avaliação depois de grandes mobilizações de massas dos professores. É isso que o governo teme. É por isso que Pedreira quer comprar a paz dos sindicatos, fazendo chantagem. Não teve sucesso e ainda bem.

5) Não nos parece acertado recear uma nova manifestação nacional argumentando que há desgaste da luta e depois não apresentar propostas alternativas. Ou então defender greves de dois dias ou de uma semana, ou vigílias por tempo indeterminado, que nos parecem ainda menos mobilizadoras e muito menos capazes de unir todos os professores. Mas isso será a decisão desta semana, e que seja feita com toda a democracia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se a opinião pública for desfavorável à luta dos professores, o governo poderá continuar o seu ataque. Mas, no momento em que as pessoas compreenderem o logro, estou convicto que todas se vão zangar (definitivamente) com este governo e este partido dito «socialista».
De qualquer maneira, somos nós que temos de explicar, de mostrar o que se passa.
Ora, uma manifestação, uma greve (mesmo prolongada) serão sempre insuficientes se não fizermos um esforço de clarificar o que nos move, o que queremos, porque razão os outros sectores da classe trabalhadora devem apoiar activamente e sem hesitar a nossa luta.
Solidariedade,
Manuel Baptista