terça-feira, 28 de outubro de 2008

Agrupamento de Aristides de Sousa Mendes (Póvoa de Santa Iria)


Junto se envia o documento de "Reflexão sobre a Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente", elaborado por todo o Pessoal Docente do Agrupamento de Escolas de Aristides de Sousa Mendes (na Póvoa de Santa Iria), demonstrando as dificuldades sentidas na implementação deste modelo de avaliação e a inexequibilidade do mesmo e solicitando, para este ano lectivo, uma avaliação simplificada, no âmbito do Decreto Regulamentar nº 11/2008, de 23 de Maio.

Com os melhores cumprimentos

A Presidente do Conselho Executivo

Ana Lúcia C.C. Rodrigues

(...)
Por todas estas razões e porque os professores têm de dispor de tempo e serenidade para o trabalho com os seus alunos, necessitam de um clima de paz nas escolas e de um ambiente harmonioso, consideramos que este modelo de avaliação é completamente inadequado e, como tal, não podemos de modo nenhum concordar com ele. Estamos convencidos que a sua aplicação em nada beneficiará a prática lectiva nem o trabalho pedagógico. Pelo contrário, só prejudicará o funcionamento das escolas e, em última análise, os nossos alunos. É um modelo pouco credível e pouco sério, pois foi posto em prática sem haver formação para os intervenientes, sem uma fase experimental e respectiva apreciação e sem os documentos alicerçantes da educação nas escolas estarem preparados para ele (o caso do RI, do PEE e do PCE, que só agora estão preparados para este modelo de avaliação).

Acrescente-se ainda que este modelo de avaliação cria situações de injustiça, como as seguintes:

- Não coloca todos os docentes no mesmo plano de igualdade, uma vez que os resultados da avaliação externa dos alunos (exames de 9º ano) só serão tidos em conta na avaliação de desempenho dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática (no 3º ciclo) e, por isso, só eles poderão ser prejudicados por uma avaliação feita pelo Ministério da Educação aos seus alunos.

- Docentes avaliados com os memos critérios e resultados obterão uma menção diferente, mais baixa que outros, apenas por uma questão de estatística, para cumprir as cotas para os níveis de Excelente e Muito Bom.

- Ao considerar os progressos nos resultados dos alunos inclui factores alheios à competência, vontade e esforço dos professores, nomeadamente, as condições físicas das escolas, os recursos didácticos disponibilizados e as características pessoais e sócio-culturais dos alunos (que são um factor importantíssimo do sucesso ou insucesso).

Por último, mas não menos importante, é o ambiente de desconfiança e conflituosidade que este modelo de avaliação está a promover nas escolas, por ser baseado numa avaliação entre pares que, em muitas situações o avaliado não reconhece no avaliador autoridade (em termos científicos e pedagógicos) superior à sua, pelo que se perderá totalmente o aspecto formativo da avaliação. Também por parte dos avaliadores existe, em muitas situações, talvez na maioria, dificuldade em sentirem à vontade para avaliar colegas que, ao longo de muitos anos de trabalho em comum, se habituaram a respeitar e ter como referência.

Assim propomos que a avaliação para todos os docentes, relativa ao biénio de 2007/2008 e 2008/2009 seja em conformidade com o proposto no Decreto Regulamentar nº 11/2008, de 23 de Maio, que se traduz no preenchimento da ficha de auto-avaliação, incluindo os objectivos individuais, devendo esta avaliação simplificada ficar concluída até ao final do mês de Agosto de 2009.

Assinado por 123 docentes do Pré escolar, 1º, 2º e 3º ciclos e pelos 4 elementos do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Aristides de Sousa Mendes (na Póvoa de Santa Iria)

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