sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Plataforma pede suspensão do "monstro" da avaliação


A Plataforma Sindical de Professores justificou hoje o pedido da "suspensão imediata" do processo de avaliação de desempenho com a necessidade de recentrar a atenção dos professores naquela que é a sua "primeira e fundamental missão", ensinar.(...)

Em conferência de imprensa, o também secretário-geral da Federação Nacional dos Professores sublinhou que "cerca de três dezenas" de escolas já aprovaram moções a exigir a suspensão do processo e que "em centenas" o processo da avaliação está "parado ou em ritmo muito lento, com prazos muitos dilatados".

Os sindicatos de professores manifestaram-se hoje disponíveis para antecipar "em alguns meses" a negociação do modelo de avaliação de desempenho, que está prevista apenas para Junho e Julho de 2009, segundo um memorando de entendimento assinada entre o Ministério da Educação e os sindicatos em Abril.

Por outro lado, os sindicatos rejeitam que ao pedirem a suspensão do processo não estejam a cumprir o acordo alcançado com o Governo: "Não está escrito em lado nenhum do memorando de entendimento que os sindicatos acordaram que o processo de avaliação tinha que se aplicar integralmente até ao final do ano lectivo". (...)

"Bastou um mês de aulas para todos os professores e educadores terem claro que este modelo não é capaz sequer de ser instalado, quando mais aplicado com um mínimo de equidade", reiterou Mário Nogueira”

Vê a notícia do público e aqui no site da Fenprof

Comentário:

1) A Plataforma Sindical está a ir no bom caminho, mas um pouco aos tropeções. Exigir a suspensão imediata da avaliação é uma decisão acertada e que só peca por não ter vindo mais cedo. Parabéns pela decisão.

2) Na prática pedir a suspensão imediata da avaliação significa romper o memorando de entendimento (ou uma parte dele), que previa a revisão do modelo apenas em Junho de 2009.

3) Mas a Plataforma não quer dizer que vai romper o entendimento, para não ficar com a fama de “não cumprir os compromissos que assina, o que seria dar o flanco ao Ministério da Educação.

4) Por isso a plataforma fala em “antecipar em alguns meses” a negociação do modelo de avaliação de desempenho.

5) Mas não precisa de tantas voltas. Por que não dizer que é o Ministério que não está a cumprir o acordo e como tal ele perdeu validade no que respeita à avaliação? Sobre isto, este post do Paulo Guinote é muito elucidativo.

6) Para mim a Plataforma acaba de denunciar o acordo, e isso é o mais importante. Mas também era bom que os sindicatos arranjassem uma forma de o assumir que fosse reconciliadora com todos aqueles que desde início disseram que o entendimento nada resolvia. Para uma Grande Manifestação!

Miguel Reis

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