ASSUNTO: concertação de estratégias
Exmºs colegas:
Os tempos que se avizinham são críticos: as acções que se encetarem terão de ser consequentes ou perderemos uma oportunidade que não surgirá durante décadas.
É escusado ignorar que existiu um desencanto da classe docente no que respeita aos resultados concretos da grande manifestação do 8 de Março; os itens basilares que conduziram essa massa profissional para a rua, não foram alterados. Mas esta atitude faz parte das regras do jogo democrático: a criatividade surge da diversidade de pensamento.
Esse desencanto manifestou-se sob a forma de associações não sindicais de professores, que possuem a característica de uma ausência politico-partidária no seu seio organizativo, e daí as suas agendas serem diversas das associações sindicais.
Todavia, só a união faz a força, como ficou demonstrado; se continuar a existir um bloco monolítico como aquele que surgiu no dia 8 de Março, no meio da saudável diversidade de pensamento de uma classe basilar para os destinos de um país, nenhum governo, por muita maioria absoluta que tenha, pode ficar indiferente.
Por isso, APELO aos colegas que:
- se entendam, concertem estratégias, façam acções conjuntas, que compreendam e demonstrem que nenhuma associação quer se imiscuir na sua área de influência;
- se encontrem, não se ignorem ou finjam que não existem caras por detrás de uma acção planeada; coloquem de lado divergências e apontem as energias e armas ao verdadeiro alvo- o ME.. Se for necessário, que se escolha um mediador assertivo que estabeleça as pontes que estão cortadas.
- que as associações sindicais marquem um encontro, mesmo que discreto, com as associações não sindicais, e se sentem à mesa para dialogar, concertando uma acção conjunta na mesma data, evitando posições hostis e de desprezo, porque existe o verdadeiro risco de a sua existência ser questionada por um número de profissionais não desprezável, podendo irremediavelmente comprometer o futuro representativo dos sindicatos.
- que as associações não sindicais reconheçam que no actual contexto constitucional, os sindicatos são as instituições oficialmente reconhecidas como representativas de uma classe profissional perante o governo da república, e portanto, não podem ser ignorados, mesmo que discordando das suas decisões.
Se nada mudar, vai inevitavelmente ocorrer um esvaziamento, uma clivagem na classe docente, que não servirá nenhuma das partes e só servirá o ME.
Se nada mudar, perdem os docentes e perdem os sindicatos, porque a percepção de esvaziamento representativo será irreversível, e TODOS serão prejudicados.
Caros colegas, apelo ao vosso bom senso, ao espírito de camaradagem, à vossa capacidade intelectual, à vossa elevada formação cultural, para que usem as vossas competências adquiridas com muita abnegação e as utilizem num projecto comum, revelando a faceta importante de uma classe responsável pelos destinos cognitivos, intelectuais e sócio-afectivos do país.
A bem de todos nós, professores, e de uma população que educamos e instruímos, seria uma alegria esperançosa no meio deste mar de fel, se este pequeno desejo se concretizasse.
Sinceros abraços fraternais,
Mário Silva
(professor suplente)
Exmºs colegas:
Os tempos que se avizinham são críticos: as acções que se encetarem terão de ser consequentes ou perderemos uma oportunidade que não surgirá durante décadas.
É escusado ignorar que existiu um desencanto da classe docente no que respeita aos resultados concretos da grande manifestação do 8 de Março; os itens basilares que conduziram essa massa profissional para a rua, não foram alterados. Mas esta atitude faz parte das regras do jogo democrático: a criatividade surge da diversidade de pensamento.
Esse desencanto manifestou-se sob a forma de associações não sindicais de professores, que possuem a característica de uma ausência politico-partidária no seu seio organizativo, e daí as suas agendas serem diversas das associações sindicais.
Todavia, só a união faz a força, como ficou demonstrado; se continuar a existir um bloco monolítico como aquele que surgiu no dia 8 de Março, no meio da saudável diversidade de pensamento de uma classe basilar para os destinos de um país, nenhum governo, por muita maioria absoluta que tenha, pode ficar indiferente.
Por isso, APELO aos colegas que:
- se entendam, concertem estratégias, façam acções conjuntas, que compreendam e demonstrem que nenhuma associação quer se imiscuir na sua área de influência;
- se encontrem, não se ignorem ou finjam que não existem caras por detrás de uma acção planeada; coloquem de lado divergências e apontem as energias e armas ao verdadeiro alvo- o ME.. Se for necessário, que se escolha um mediador assertivo que estabeleça as pontes que estão cortadas.
- que as associações sindicais marquem um encontro, mesmo que discreto, com as associações não sindicais, e se sentem à mesa para dialogar, concertando uma acção conjunta na mesma data, evitando posições hostis e de desprezo, porque existe o verdadeiro risco de a sua existência ser questionada por um número de profissionais não desprezável, podendo irremediavelmente comprometer o futuro representativo dos sindicatos.
- que as associações não sindicais reconheçam que no actual contexto constitucional, os sindicatos são as instituições oficialmente reconhecidas como representativas de uma classe profissional perante o governo da república, e portanto, não podem ser ignorados, mesmo que discordando das suas decisões.
Se nada mudar, vai inevitavelmente ocorrer um esvaziamento, uma clivagem na classe docente, que não servirá nenhuma das partes e só servirá o ME.
Se nada mudar, perdem os docentes e perdem os sindicatos, porque a percepção de esvaziamento representativo será irreversível, e TODOS serão prejudicados.
Caros colegas, apelo ao vosso bom senso, ao espírito de camaradagem, à vossa capacidade intelectual, à vossa elevada formação cultural, para que usem as vossas competências adquiridas com muita abnegação e as utilizem num projecto comum, revelando a faceta importante de uma classe responsável pelos destinos cognitivos, intelectuais e sócio-afectivos do país.
A bem de todos nós, professores, e de uma população que educamos e instruímos, seria uma alegria esperançosa no meio deste mar de fel, se este pequeno desejo se concretizasse.
Sinceros abraços fraternais,
Mário Silva
(professor suplente)
2 comentários:
palavras inteligentes.
Parabéns
A verdade é que no dia 8 de Março assistimos a uma grande traição dos sindicatos a toda a classe docente.
Mas esta não é uma luta "qualquer", onde se está a reclamar por 4% de aumento salarial, o governo diz que dá 2%, e no final ficam todos contentes porque conseguiram 2,1%!!!
Esta é uma luta por uma profissão digna, que permita a cada um dos professores, com os seus conhecimentos e com a sua paixão, dar o que tem de melhor em prol da formação dos nossos filhos.
Por isso, tal como "a carta aberta" eu deixo também um apelo a todos os docentes, sindicatos incluídos (poderá ser a última oportunidade, ou então serão completamente desacreditados por toda a classe docente), para que, seja em que data for, a mobilização seja novamente arrebatadora!
A razão é nossa! Temos que lutar para nos libertarmos deste sufoco.
Gonçalo
(Prof. QZP de Leiria)
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