“Escolas não têm ensino multicultural”
As escolas não estão preparadas para incorporar os imigrantes e as minorias étnicas. E a culpa, segundo a investigadora Marta Araújo, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, não é dos professores, mas do país que, "apesar de se ver como multicultural, nunca soube incorporar a diversidade cultural nos seus currículos escolares".
A socióloga lembra que Portugal, apesar de acolher milhares de naturais e descendentes dos PALOP, nunca rompeu com as ideologias coloniais no seu sistema educativo. A prova é que os manuais de História tendem a ensinar a descolonização na perspectiva do colonizador. "As lutas independentistas são apresentadas como anticoloniais. Nunca é mostrada aos alunos a perspectiva 'do lado de lá'", nota.
No Brasil, ao contrário, existe, desde 2003, uma lei que obriga ao ensino da história de África e dos afro-brasileiros.
Notícia da edição impressa do público de 09/10/08
Comentário: preferimos a expressão intercultural a multicultural (esta é mais estática e não pressupõe mistura, contacto, mas simplesmente co-existência). De qualquer modo ficam aqui dois pontos fundamentais: (1) os currículos têm que ser adaptados ao novo público escolar em Portugal, aproximando-os das diferentes realidades culturais (2) aproximar a escola aos imigrantes e filhos de imigrantes é um dos maiores desafios que a escola enfrenta até para contribuir para reduzir a sério o insucesso escolar.
As escolas não estão preparadas para incorporar os imigrantes e as minorias étnicas. E a culpa, segundo a investigadora Marta Araújo, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, não é dos professores, mas do país que, "apesar de se ver como multicultural, nunca soube incorporar a diversidade cultural nos seus currículos escolares".
A socióloga lembra que Portugal, apesar de acolher milhares de naturais e descendentes dos PALOP, nunca rompeu com as ideologias coloniais no seu sistema educativo. A prova é que os manuais de História tendem a ensinar a descolonização na perspectiva do colonizador. "As lutas independentistas são apresentadas como anticoloniais. Nunca é mostrada aos alunos a perspectiva 'do lado de lá'", nota.
No Brasil, ao contrário, existe, desde 2003, uma lei que obriga ao ensino da história de África e dos afro-brasileiros.
Notícia da edição impressa do público de 09/10/08
Comentário: preferimos a expressão intercultural a multicultural (esta é mais estática e não pressupõe mistura, contacto, mas simplesmente co-existência). De qualquer modo ficam aqui dois pontos fundamentais: (1) os currículos têm que ser adaptados ao novo público escolar em Portugal, aproximando-os das diferentes realidades culturais (2) aproximar a escola aos imigrantes e filhos de imigrantes é um dos maiores desafios que a escola enfrenta até para contribuir para reduzir a sério o insucesso escolar.
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