Conferência de Imprensa – Setúbal 22 Nov. 2008 - Grupo Inter-escolas de setúbal
Chegaram tarde as propostas da nossa Ministra. E, no entanto, agora que as fez, elas sabem a pouco. A anunciada “simplificação” dos processos de avaliação dos professores, realizada ontem em conferência de imprensa por Maria de Lurdes Rodrigues sabe a pouco. Embora as suas declarações façam parte de um movimento de cedência do ME, este movimento encobre uma atitude de desrespeito para com a profissão docente e para com a escola pública.
Primeiro, porque se a avaliação foi mal operacionalizada, segundo a Ministra, a culpa será dos professores que não estiveram à altura e foram incapazes de interpretar devidamente a lei. Em segundo lugar, não obstante o reconhecimento das falhas na lei, ela deve ser mantida a todo o custo. A “simplificação” não põe em causa o modelo de avaliação, mas apenas os seus aspectos mais caricatos, como o de reconhecer que os professores só devem ser avaliados por professores do seu próprio grupo de docência.
Esta forma pouco séria de lidar com um modelo, que até há dias era bom e indiscutível e que agora já pode ser fragmentado, não deixa ninguém descansado. O comportamento instável e incoerente de Maria de Lurdes traz inseguranças ao caminho que a educação se prepara para levar. A concretização do modelo realizar-se-ia parcialmente (isto é, por agora retiravam-se certos aspectos mais aberrantes que mais tarde serão retomados), deixando o espírito do modelo ainda a funcionar. Esta avaliação tem, pois, a forma de um “pacote” com medidas avulsas. Este recuo mostra apenas e mais uma vez que a avaliação dos professores não é um problema que o governo de José Sócrates pretende “corajosamente” resolver. Ele é um estratagema, com retóricas populistas e tácticas traiçoeiras. E, chegados aqui, tristemente nos resta concluir que ele visa apenas poupar dinheiro com a educação pública, aquela que todos pagamos, pelo que reiteramos que este modelo é inexequível por ser inviável praticá-lo, segundo critérios de rigor, imparcialidade e justiça, tendo necessariamente de ser suspenso. Há que lançar mãos à obra e professores, sindicatos e ministério devem analisar outros modelos de avaliação até que se encontre um em que a classe docente se reconheça. Revogação do estatuto da Carreira Docente:- Não à fractura da carreira- Não à existência de quotas Por uma avaliação formativa e não punitiva! Contra a “prova de ingresso”! Não às novas regras dos concursos!
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