Os lucros do Banco Privado Português deram a ganhar aos seus accionistas cerca de 30 milhões de euros em dividendos pagos nos últimos três anos. Só no ano passado, o BPP pagou aos accionistas metade do lucro obtido e aumentou a remuneração dos administradores em 25%. Agora está afundado em dívidas, com os depositantes a levantarem todo o dinheiro e o Estado a avalizar o plano de saneamento” (da imprensa).
João Rendeiro, o patrão do banco que geria fortunas, é uma peça chave da estratégia do Ministério da Educação. Uma espécie de secretário de estado para a ideologia.
Através da EPIS (Empresários Pela Inclusão Social), de que é porta-voz, Rendeiro obteve do ministério uma “parceria-púbico-privado” para introduzir nas escolas os conceitos privatizadores e hierárquicos (diferenciadores, como diz a ministra).
Actuando desde o ano passado nas escolas dos concelhos de Santarém, Amadora e Setúbal, concelhos-piloto do plano, a EPIS , que reúne banqueiros, grandes construtores civis (como Mota-Engil) e cadeias de supermercados, desenvolve a sua acção concertada com o ministério nas áreas de formação dos órgãos de gestão das escolas e na área de apoio social aos alunos carenciados.
Os seus trabalhadores são professores do quadro do ministério, pagos pelo ministério. Fizeram uma “formação” simplificada. Professores de línguas ou de matemática são postos a fazer trabalho de “assistentes sociais”, “psicólogos”, “professores do ensino especial”…
Os conceitos introduzidos levam o programa EPIS, nas escolas, a classificarem os alunos em “níveis de risco”. Ninguém escapa desta consideração, e na melhor das hipóteses o aluno será considerado “de baixo risco”. Simultaneamente são divididos por várias “carteiras” de potencialidades, como nos negócios.
Mas qual é a mais valia deste programa dirigido por Rendeiro para a escola pública, para além da cruzada ideológica neo-liberal sintonizada com o governo e aparinhada pelo presidente da república? E se um menino precisar de um psicólogo, assistente social, professor de ensino especial a sério? E se a sua família viver de facto na pobreza? Que farão as cadeias de supermercados associadas?
Aí a EPIS não entra! Não lhe compete. Terá que ser o ministério, ou seja, quase sempre, ninguém. A EPIS poderá, eventualmente , comunicar o caso à autarquia…
O investimento material da EPIS resume-se ao subsídio de transporte que pode pagar aos funcionários do ME. Ah!! E as fotocópias para os inquéritos aos meninos e meninas.
Ainda bem que os corruptos banqueiros se estão a desmascarar. Aos professores e professoras é deixado tudo o que é essencial. Como vamos prosseguir com a luta por uma escola pública de qualidade, com a contratação efectiva de pessoal especializado? Como vamos cortar o último fio da máscara humanista do governo e deixar arrastar para o descrédito profundo quem tenta castigar-nos pelos seus crimes de negligência e conluio?
Jaime Pinho / Professor numa escola com EPIS
João Rendeiro, o patrão do banco que geria fortunas, é uma peça chave da estratégia do Ministério da Educação. Uma espécie de secretário de estado para a ideologia.
Através da EPIS (Empresários Pela Inclusão Social), de que é porta-voz, Rendeiro obteve do ministério uma “parceria-púbico-privado” para introduzir nas escolas os conceitos privatizadores e hierárquicos (diferenciadores, como diz a ministra).
Actuando desde o ano passado nas escolas dos concelhos de Santarém, Amadora e Setúbal, concelhos-piloto do plano, a EPIS , que reúne banqueiros, grandes construtores civis (como Mota-Engil) e cadeias de supermercados, desenvolve a sua acção concertada com o ministério nas áreas de formação dos órgãos de gestão das escolas e na área de apoio social aos alunos carenciados.
Os seus trabalhadores são professores do quadro do ministério, pagos pelo ministério. Fizeram uma “formação” simplificada. Professores de línguas ou de matemática são postos a fazer trabalho de “assistentes sociais”, “psicólogos”, “professores do ensino especial”…
Os conceitos introduzidos levam o programa EPIS, nas escolas, a classificarem os alunos em “níveis de risco”. Ninguém escapa desta consideração, e na melhor das hipóteses o aluno será considerado “de baixo risco”. Simultaneamente são divididos por várias “carteiras” de potencialidades, como nos negócios.
Mas qual é a mais valia deste programa dirigido por Rendeiro para a escola pública, para além da cruzada ideológica neo-liberal sintonizada com o governo e aparinhada pelo presidente da república? E se um menino precisar de um psicólogo, assistente social, professor de ensino especial a sério? E se a sua família viver de facto na pobreza? Que farão as cadeias de supermercados associadas?
Aí a EPIS não entra! Não lhe compete. Terá que ser o ministério, ou seja, quase sempre, ninguém. A EPIS poderá, eventualmente , comunicar o caso à autarquia…
O investimento material da EPIS resume-se ao subsídio de transporte que pode pagar aos funcionários do ME. Ah!! E as fotocópias para os inquéritos aos meninos e meninas.
Ainda bem que os corruptos banqueiros se estão a desmascarar. Aos professores e professoras é deixado tudo o que é essencial. Como vamos prosseguir com a luta por uma escola pública de qualidade, com a contratação efectiva de pessoal especializado? Como vamos cortar o último fio da máscara humanista do governo e deixar arrastar para o descrédito profundo quem tenta castigar-nos pelos seus crimes de negligência e conluio?
Jaime Pinho / Professor numa escola com EPIS
2 comentários:
E, no meio disso, ainda sobra o tacho para alguns ex da equipa da anterior ministra Carmo Seabra, um ex-secretário incluído, sem esquecer que a plataforma informática é gerida pela mesma ATX software que gere a DRGHE.
E onde pára o concurso público???
Companheiros/as,
É muito importante que se desmascare toda esta conivência, compreendendo de uma vez por todas que o governo ps, em particular na educação, está a cumprir o programa neo-liberal e na sua vertente mais extremista.
Este «think-tank», ao qual pertence o Rendeiro, é apenas um dos que faz figura de «peritos» da equipa ministerial.
Os ideólogos mais fanáticos dessa ideologia são, nalguns casos, ex-anarquistas (como o Prof. João Freire, orientador de tese de doutoramento de MLR e inspirador directo da contra-reforma governamental na administração pública). Algures num passado mais ou menos longuínquo, passaram-se de um anarquismo meramente filosófico, para uma conivência objectiva com o «establishment», convertidos ao «anarco-capitalismo» ou seja, a versões extremas do neo-liberalismo.
Provavelmente, haverá outros «conselheiros secretos ou -pelo menos- discretos» : são pessoas da penumbra, que não foram eleitos, mas que fornecem as ideias e aconselham na estratégia. O problema é que são conselheiros da estratégia mais desastrosa (para o país) de que há memória pós-25 de Abril.
Ora, se tivermos em atenção que o interesse de classe deles é destruir uma Escola Pública de qualidade, fazendo desta uma escola para os «pobrezinhos» e ficando o ensino privado para «formar as elites que irão gerir o país», compreendemos o sentido de toda esta desestabilização do ensino.
O efeito prático da instabilidade é uma desqualificação da imagem, um desprestígio da escola pública, tornando apetecíveis (para quem pode pagar) as escolas privadas, as escolas como IPPS, as escolas como pseudo-cooperativas (sobretudo no Superior), as escolas como pseudo-instituições sem fins lucrativos (como os colégios nas mãos de ordens religiosas)...ou seja, viabilizando o sector mercantilizado da educação!
Temos de fazer uma campanha de desmascaramento, tanto mais que existem muitos (socialistas reformistas, que sempre votaram PS) que ainda estão iludidos e pensam que o governo Sócrates é reformista SOCIALISTA, quando na verdade é (contra) reformista no sentido da privatização/mercantilização de tudo o que possa ser rentabilizado, no ensino, na saúde, nos planos de reformas, etc...
Solidariedade,
MB
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