Excertos da entrevista de Sócrates à SIC:
«Um dos erros que cometemos foi deixar instalar a ideia que, quando faziamos as reformas ao serviços do interesse geral, que agimos contra classes profissionais», apontou.
«O governo não age contra classes profisionais», sublinhou, assumindo depois o «erro» da avaliação de professores.
«Errámos ao propôr uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática», admitiu, não garantindo a continuidade de Maria de Lurdes Rodrigues no executivo em caso de reeleição.
«Quanto ao futuro governo não quero comprometer-me com nada. O futuro governo será um novo governo com novas responsabilidades», declarou.
Contudo, o primeiro-ministro defendeu a obra da ministra da Educação. «As reformas na educação tornaram o país francamente melhor», sustentou, indicando o prolongamento dos horários das escolas, a colocação de professores por três anos e o Inglês, o estudo acompanhado, a música e o desporto no ensino básico: «Hoje todas as nossas crianças falam Inglês e todas as nossas crianças têm computadores Magalhães».
«Hoje aprendem-se profissões na escola. Corrigimos um erro histórico e recuperámos o ensino profissional», recordou.
Comentário:
1) Sócrates mudou a estratégia e está à defesa. Bem se vê que caso vença as eleições dificilmente manterá Maria de Lurdes Rodrigues como Ministra da Educação. Mas, ao nível das políticas concretas, parece determinado em nada mudar.
2) O único erro reconhecido já o tinha sido há muito tempo. Sócrates admitiu que “errámos ao propôr uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática”. Mas desenganem-se os mais eufóricos por tal demonstração de humildade: esse reconhecimento já havia sido feito aquando da introdução do simplex 1 e do simplex 2. Na entrevista, Sócrates apressou-se a dizer que o erro foi corrigido “logo a seguir”. Para Sócrates, o actual modelo de avaliação, baseado na divisão artificial da carreira, continua a ser valioso. Apenas para continuar a dizer que conseguiu fazer uma reforma, mesmo que saiba que se trata de uma verdadeira farsa que em nada contribui para a melhoria concreta da qualidade pedagógica e científica do ensino ministrado nas escolas.
3) O Inglês, a música, o desporto....as famosas actividades de enriquecimento curricular, todas garantidas através da precariedade de centenas de professores...é a escola barata com o currículo privatizado e os professores explorados. Uma das maiores vergonhas deste governo sempre afirmadas com um sorriso nos lábios.
4) O investimento no ensino profissional e nos CEFs foi tão só mais uma forma de propagandear avanços no combate ao abandono escolar e ajudar ao adornamento das estatísticas. Na verdade, é o reconhecimento de que este governo desistiu da escola pública como garante de igualdade de oportunidades, preferindo dividir os alunos por gavetas que lhes toldam o futuro.
5) Hoje, o país tem menos escola pública. Menos motivação, menos qualidade, menos igualdade. Por mais que tente camuflar, Sócrates fez triunfar o mercado e a tecnocracia sobre a solidariedade e a emancipação. Os professores e os cidadãos não se deixam enganar.
«Um dos erros que cometemos foi deixar instalar a ideia que, quando faziamos as reformas ao serviços do interesse geral, que agimos contra classes profissionais», apontou.
«O governo não age contra classes profisionais», sublinhou, assumindo depois o «erro» da avaliação de professores.
«Errámos ao propôr uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática», admitiu, não garantindo a continuidade de Maria de Lurdes Rodrigues no executivo em caso de reeleição.
«Quanto ao futuro governo não quero comprometer-me com nada. O futuro governo será um novo governo com novas responsabilidades», declarou.
Contudo, o primeiro-ministro defendeu a obra da ministra da Educação. «As reformas na educação tornaram o país francamente melhor», sustentou, indicando o prolongamento dos horários das escolas, a colocação de professores por três anos e o Inglês, o estudo acompanhado, a música e o desporto no ensino básico: «Hoje todas as nossas crianças falam Inglês e todas as nossas crianças têm computadores Magalhães».
«Hoje aprendem-se profissões na escola. Corrigimos um erro histórico e recuperámos o ensino profissional», recordou.
Comentário:
1) Sócrates mudou a estratégia e está à defesa. Bem se vê que caso vença as eleições dificilmente manterá Maria de Lurdes Rodrigues como Ministra da Educação. Mas, ao nível das políticas concretas, parece determinado em nada mudar.
2) O único erro reconhecido já o tinha sido há muito tempo. Sócrates admitiu que “errámos ao propôr uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática”. Mas desenganem-se os mais eufóricos por tal demonstração de humildade: esse reconhecimento já havia sido feito aquando da introdução do simplex 1 e do simplex 2. Na entrevista, Sócrates apressou-se a dizer que o erro foi corrigido “logo a seguir”. Para Sócrates, o actual modelo de avaliação, baseado na divisão artificial da carreira, continua a ser valioso. Apenas para continuar a dizer que conseguiu fazer uma reforma, mesmo que saiba que se trata de uma verdadeira farsa que em nada contribui para a melhoria concreta da qualidade pedagógica e científica do ensino ministrado nas escolas.
3) O Inglês, a música, o desporto....as famosas actividades de enriquecimento curricular, todas garantidas através da precariedade de centenas de professores...é a escola barata com o currículo privatizado e os professores explorados. Uma das maiores vergonhas deste governo sempre afirmadas com um sorriso nos lábios.
4) O investimento no ensino profissional e nos CEFs foi tão só mais uma forma de propagandear avanços no combate ao abandono escolar e ajudar ao adornamento das estatísticas. Na verdade, é o reconhecimento de que este governo desistiu da escola pública como garante de igualdade de oportunidades, preferindo dividir os alunos por gavetas que lhes toldam o futuro.
5) Hoje, o país tem menos escola pública. Menos motivação, menos qualidade, menos igualdade. Por mais que tente camuflar, Sócrates fez triunfar o mercado e a tecnocracia sobre a solidariedade e a emancipação. Os professores e os cidadãos não se deixam enganar.
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