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Depois da manifestação de 30 de Maio, um sucesso inegável que teve a grande vantagem de voltar a unir os professores, torna-se necessário começar, desde já, a preparar uma nova acção de massas que mantenha o governo à defesa e que possa contribuir de forma decisiva para mudar as políticas que atacam a escola pública.
Esta luta não se faz de uma, duas, três ou quatro batalhas, ela é prolongada, mas em breve pode trazer os primeiros frutos “de peso” aos professores, se ninguém dormir na forma. Para continuar precisamos de todos: sindicatos, movimentos, blogues. Sabemos que sem os sindicatos torna-se muito difícil garantir mobilizações gigantescas. Como nota o Miguel Pinto, a Fenprof tem sido um motor essencial desta luta que “pega, ou não, de empurrão”. Com efeito, nunca é demais começar já a empurrar.
Até porque continua tudo em jogo e a verdade é que as medidas do governo começam agora a revelar alguns dos seus aspectos mais gravosos. É assim com o novo modelo de gestão, que facilita o compadrio, o clientelismo e o autoritarismo (vê os posts do Umbigo aqui e aqui), é assim com o novo modelo de avaliação (uma salganhada totalmente decredibilizada, até pelo próprio Conselho Científico de Avaliação) e, naturalmente, com a divisão da carreira arbitrária e injusta. A somar a tudo isto, o Ministério continua apostado em espalhar o medo nas escolas.
Agora que os professores se voltaram a unir depois da saga dos objectivos individuais, seria errado voltar a provocar a divisão com a questão da entrega ou não da ficha de auto-avaliação. Devemos aprender as lições: muitos milhares não entregaram os objectivos individuais e isso vale muito. Mas a maior parte entregou e isso também vale para o Governo. Sabemos que a não entrega da ficha de auto-avaliação – sendo a entrega obrigatória e não de “obrigatoriedade muito duvidosas” como eram os OIs - teria uma adesão muito baixa e só serviria para dar mais trunfos ao governo, e para voltar a pôr os professores de costas voltadas uns para os outros (a este respeito, leiam-se dois posts com visões diferentes: um do Umbigo, outro dos Professores Lusos)
Acreditamos que uma nova acção de massas no início do próximo ano lectivo, seja ela uma greve ou uma manifestação, terá uma participação ainda maior que a manifestação de 30 de Maio, que foi realizada numa altura muito complicada para os professores. Uma nova accção de massas pode ser o que falta para impôr um recuo mais significativo nas políticas deste governo, além de mais uma vez pressionar com outro impacto numa altura de eleições legislativas. Uma nova grande accão de massas aproveita a embalagem da re-união dos professores conseguida a 30 de Maio. E quanto mais cedo começarmos a falar dela, quanto mais cedo for projectada, maior participação terá e mais efeitos vai conseguir, ainda antes de se realizar. Basta lembrar que a uma semana da manifestação de 30 de Maio, o governo suspendeu as alterações aos vínculos dos professores, à espera de uma melhor oportunidade para voltar à carga.
Esta discussão deve começar quanto antes nas escolas, auscultando os professores. Mas porque importa falar já, começamos por promover o seguinte inquérito, no qual podes já votar na canto superior direito deste blogue (vota apenas numa resposta):
Além de penalizar nas urnas o PS, o que consideras mais necessário para ajudar a derrotar de vez a política (des)educativa deste governo, no início do próximo ano lectivo?
1) Uma greve nacional
2) Uma manifestação nacional
3) Uma greve nacional de vários dias
4) Manifestações regionais/locais
Se consideras que há outra opção melhor, diz qual, comentando este post
Depois da manifestação de 30 de Maio, um sucesso inegável que teve a grande vantagem de voltar a unir os professores, torna-se necessário começar, desde já, a preparar uma nova acção de massas que mantenha o governo à defesa e que possa contribuir de forma decisiva para mudar as políticas que atacam a escola pública.
Esta luta não se faz de uma, duas, três ou quatro batalhas, ela é prolongada, mas em breve pode trazer os primeiros frutos “de peso” aos professores, se ninguém dormir na forma. Para continuar precisamos de todos: sindicatos, movimentos, blogues. Sabemos que sem os sindicatos torna-se muito difícil garantir mobilizações gigantescas. Como nota o Miguel Pinto, a Fenprof tem sido um motor essencial desta luta que “pega, ou não, de empurrão”. Com efeito, nunca é demais começar já a empurrar.
Até porque continua tudo em jogo e a verdade é que as medidas do governo começam agora a revelar alguns dos seus aspectos mais gravosos. É assim com o novo modelo de gestão, que facilita o compadrio, o clientelismo e o autoritarismo (vê os posts do Umbigo aqui e aqui), é assim com o novo modelo de avaliação (uma salganhada totalmente decredibilizada, até pelo próprio Conselho Científico de Avaliação) e, naturalmente, com a divisão da carreira arbitrária e injusta. A somar a tudo isto, o Ministério continua apostado em espalhar o medo nas escolas.
Agora que os professores se voltaram a unir depois da saga dos objectivos individuais, seria errado voltar a provocar a divisão com a questão da entrega ou não da ficha de auto-avaliação. Devemos aprender as lições: muitos milhares não entregaram os objectivos individuais e isso vale muito. Mas a maior parte entregou e isso também vale para o Governo. Sabemos que a não entrega da ficha de auto-avaliação – sendo a entrega obrigatória e não de “obrigatoriedade muito duvidosas” como eram os OIs - teria uma adesão muito baixa e só serviria para dar mais trunfos ao governo, e para voltar a pôr os professores de costas voltadas uns para os outros (a este respeito, leiam-se dois posts com visões diferentes: um do Umbigo, outro dos Professores Lusos)
Acreditamos que uma nova acção de massas no início do próximo ano lectivo, seja ela uma greve ou uma manifestação, terá uma participação ainda maior que a manifestação de 30 de Maio, que foi realizada numa altura muito complicada para os professores. Uma nova accção de massas pode ser o que falta para impôr um recuo mais significativo nas políticas deste governo, além de mais uma vez pressionar com outro impacto numa altura de eleições legislativas. Uma nova grande accão de massas aproveita a embalagem da re-união dos professores conseguida a 30 de Maio. E quanto mais cedo começarmos a falar dela, quanto mais cedo for projectada, maior participação terá e mais efeitos vai conseguir, ainda antes de se realizar. Basta lembrar que a uma semana da manifestação de 30 de Maio, o governo suspendeu as alterações aos vínculos dos professores, à espera de uma melhor oportunidade para voltar à carga.
Esta discussão deve começar quanto antes nas escolas, auscultando os professores. Mas porque importa falar já, começamos por promover o seguinte inquérito, no qual podes já votar na canto superior direito deste blogue (vota apenas numa resposta):
Além de penalizar nas urnas o PS, o que consideras mais necessário para ajudar a derrotar de vez a política (des)educativa deste governo, no início do próximo ano lectivo?
1) Uma greve nacional
2) Uma manifestação nacional
3) Uma greve nacional de vários dias
4) Manifestações regionais/locais
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6 comentários:
Uma greve deveria agrupar o máximo de trabalhadores da função pública, sujeitos aos mesmos processos de destruição de vínculo e carreira. Deve ser possível fazer-se unidade para realizar campanhas e lutas conjuntas até porque o conteúdo das medidas que repudiamos são perfeitamente semelhantes.
Além disso, devem ser os trabalhadores a decidir se devem ou não prosseguir a greve... A greve recondutível é uma arma poderosa porque ameaça muito mais do que somente aquele dia, apontando para a hipótese dos trabalhadores referendarem a continuação da greve noutro dia.
É essencial as pessoas começarem já a organizar-se ao nível local e recgional para fazer alastrar os focos de luta, para eles não ficarem confinados a certos «bastiões». Devem ser eleitas coordenadoras de luta ao nível de zona e regional. Essas coordenadoras devem incluir pessoas de várias carreiras da função pública, devem ser abertas, não ficarem confinadas a um único sindicato.
Para o cidadão comum, a impressão que fica é a de que os profs. se acirram em manifestações de ordem corporativa. Basta ver as palavras de ordem, os comunicados, etc. etc.
Daí que a mensagem não passe e que os profs. entreguem,com tal conduta, "oiro ao bandido", isto é à "bandida", ou melhor, aos "bandidos".
Acho que os profs. deviam denunciar as insufiências das escolas, a fraude da pseudo-avaliação dos conhecimentos dos alunos, as normas administrativas que impedem as retenções, a falta de condições de trabalho nas escolas e outras que os profs. conhecem muito melhor do que eu. O "Ministério das Estatísticas e Certificação" tentou transmitir a mensagem e conseguiu fazê-lo de que a generalçidade dos profs. são incompetentes e absentistas. Porque não exigem os profs. o cumprimento rigoroso dos seus horários de trabalho, totalmente prestado nas escolas? Porque não denunciam a vergonha que é, não haver computadores, impressoras, papel, tinteiros.... Porque se transformam em bestas decarga, trazendo para casa o ónus de tudo isso providenciarem à sua custa?
Porque não denunciam os profs.a gigantesca e criminosa fraude das novas oportunidades dadas pelo Governo a quem basta pedir um diploma, para logo o obter sem o mínimo esforço e de conhecimentos? A injustiça, o péssimo exemplo e a desmotivação que tal porporcina aos estudantes que se esforçam por cumprir e adquirir competências? Importa mais denunciar as insuficiências e os podres deste sistema de ensino, embora sem esquecer as reivindicações de classe, de modo a ganhar a "batalha" da informação. É preciso denunciar que se está a constituir uma sociedade de ignorantes, com péssimos resultados para o País a médio e longo prazo.
Todas as formas de luta são necessárias, para derrubar este governo. Acho que uma greve nacional de vários sectores profissionais seria o ideal. Parava o país...
A manifestação do dia 30 de Maio encerrou um ciclo de mobilização unitária dos professores, sob a égide da Plataforma Sindical, experiência singular na história do movimento sindical dos professores portugueses depois de Abril.
Tanto quanto sei a FNE irá afastar-se.
Os resultados eleitorais das legislativas e eventuais alianças em torno do Bloco Central, que esteve implícito no discurso de Manuela Ferreira Leite, serão determinantes para a unidade na acção com alguns sindicatos.
Podemos sempre dizer que há sindicatos irrelevantes, mas é inegável que ajudaram a fortalecer a convicção e o imaginário dos professores neste processo de luta, que mobilizou a generalidade da classe, contra a prepotência do governo de maioria absoluta.
Neste percurso de lutas com momentos altos e insucessos emergiram diversos movimentos de professores, que introduziram novas dinâmicas e interpelaram as concepções e práticas sindicais predominantes.
Os professores, em muitas escolas, despertaram do seu habitual conformismo, incorporaram hábitos de reunião em assembleia geral para tomarem posição e manifestar a sua indignação.
As gigantescas mobilizações só foram possíveis graças a três factores conjugados.Acção sindical,emergência de movimentos e mobilização a partir de cada escola/agrupamento.
Qualquer decisão que vier a ser tomada não pode ignorar nenhum dos três contributos relevantes.
Em minha opinião, devemos incentivar os professores. em cada escola, a fazer até 15 de Julho a avaliação prospectiva do ano escolar mas também dos sucessos e insucessos nas lutas que travámos.
Dessas reuniões deverão sair orientações para o desenvolvimento da nossa acção no início do ano lectivo. As propostas formuladas neste espaço do MEP podem e devem ser consideradas nos diferentes foruns de reflexão e debate que viermos a realizar.
A luta continua mas a vitória é incerta.
Joaquim Sarmento
Gostaria de contestar a terminologia utilizada em "preparar uma grande acção de massas".
Estamos a falar de pessoas singulares que se podem juntar, na sua imensa diversidade, para realizar acções comuns.
As "massas" têm para mim um valor pejorativo apesar de ter sido muito utilizado nas revoluções socialistas.
Estão geralmente associadas a lideranças que pretendem mobilizar populações desvalorizando pensamento individual e a vontade própria de cada pessoa.
Joaquim Sarmento
Uma grande manifestação no período (mais para o fim) da campanha eleitoral das próximas legislativas.
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